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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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Fotogaleria. Os bastidores dos últimos minutos de Miranda Sarmento antes de entregar o Orçamento do Estado

O Observador acompanhou os bastidores na última hora antes de Joaquim Miranda Sarmento entregar o Orçamento do Estado — o seu primeiro — na Assembleia da República.

Pouco passava das 14h00 e o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, estava no seu gabinete no a ultimar o Orçamento do Estado para 2025 e a escrever num pequeno cartão algumas notas que viria a utilizar na apresentação do documento horas mais tarde naquele mesmo edifício, no Salão Nobre e perante centenas de jornalistas.

Ao Observador o ministro de Estado e das Finanças dizia que não estava nervoso para as horas e dias seguintes e que “agora bem ou mal, está feito“. Sentado na sua secretária num enorme gabinete com uma zona de sofás, uma mesa de reuniões e uma casa de banho privada, o ministro que estava a preparar também a apresentação que iria fazer horas mais tarde, respondeu à provocação de que se tem receio deste ser o seu primeiro e último orçamento: “Não creio ser o último. Espero que seja o primeiro dos próximos quatro anos, pelo menos“.

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A saída do ministério em direção à Assembleia da República estava marcada para as 14h25 — sem atrasos — e a hora de encontro com os seus quatro secretários de Estado estava marcada para as 14h20 no corredor que dá acesso às viaturas para seguirem para o Parlamento. Não falhou por um minuto que fosse.

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Miranda Sarmento entregou aos seus secretários de Estado uma lembrança: um envelope igual ao que entregou ao Presidente da Assembleia da República com a pen que continha todo o primeiro Orçamento do Estado do governo de Luís Montenegro. “Parabéns”, dizia o ministro cada vez que entregava cada envelope.

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Tenho esperança que os próximos orçamentos já sejam enviados por um link de uma cloud“, diz o ministro enquanto fecha o envelope que será entregue minutos depois a Aguiar Branco.

A comitiva do ministro que segue depois para a Assembleia da República é de quatro carros entre o seu, os dos secretários de Estados e dos seus assessores. Em 15 minutos chegam ao Parlamento e o ministro sobe então pelas escadas por onde o primeiro-ministro sobe em dias de debate quinzenal e entra na sala do Governo. Lá dentro tem à sua espera o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

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A hora para a entrega do Orçamento do Estado ao Presidente da Assembleia da República estava marcada para as 14h45, pois às 14h44 o ministro Joaquim Miranda Sarmento entra na sala e entrega o envelope a Aguiar Branco.

Um dia tradicionalmente marcado na história política do país por atrasos — orçamentos entregues já perto das 00h, por exemplo ou ainda por conferências de imprensa com horas de atraso — este primeiro orçamento do Governo do PSD fica marcada pela pontualidade em todos os pontos agendados e também pelo poder de síntese do ministro a apresentar todo o orçamento em conferência de imprensa — todos os seus antecessores mais recentes demoravam mais de uma hora só na explicação, Miranda Sarmento demorou 19 minutos.

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Um modelo de apresentação também bastante diferente dos ministros das Finanças anteriores, ao invés da tradicional mesa corrida em cima do palco com todos os secretários de Estado do seu lado, Miranda Sarmento apresentou o Orçamento sozinho no palco, em pé, com recurso a um teleponto.

O Orçamento do Estado para 2025 será agora alvo de discussão na Assembleia da República, com votação na generalidade a 31 de outubro e a votação final global será dia 29 novembro.

Sem dúvida que este é o primeiro Orçamento de Miranda Sarmento à frente das Finanças, resta saber se será o último.

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