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© Hugo Amaral/Observador

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A longa viagem dos coches até ao novo Museu

Controverso desde o início, o novo Museu dos Coches abre as portas a 23 de maio. Há simbiose entre passado e presente, há novos coches para ver e há também atrasos. Mesmo em dia de inauguração.

O novo Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, abre ao público no dia 23 de maio, exatamente 110 anos depois da rainha D. Amélia ter criado a instituição. Ao todo, no novo espaço vão estar 70 meios de transporte, entre coches, berlindas, liteiras e cadeirinhas. O Observador fez a visita guiada com a diretora do Museu, Silvana Bessone, e reuniu sete pontos chave que não deve perder.

Veja abaixo do mapa a história e as características de cada um deles.

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©Mapa cedido pela Uzina

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O nome oficial deve-se à mesa que está no centro do coche, mas na verdade quase toda a gente o conhece como “o coche da troca das princesas”. Isto porque foi utilizado na cerimónia que ocorreu em 1729 na fronteira entre Portugal e Espanha, sobre o rio Caia, e que consistiu na saída de Portugal da princesa D. Maria Bárbara, filha de D. João V, para casar com o futuro rei de Espanha, Fernando VI. No mesmo momento, o país recebeu a infanta espanhola D. Mariana Vitória, filha de Filipe V, para casar com o futuro rei de Portugal, D. José I. A caixa fechada, de forma octogonal, só tem vidros nas portinholas. O interior é revestido a veludo carmesim, com o teto agaloado e franjado a ouro.

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As imagens a preto e branco da rainha Isabel II de Inglaterra, aquando da visita oficial de 1957 a Portugal, estão gravadas na memória de muitos. Mas poucos saberão que o coche utilizado pela rainha era este. Construído em Londres em 1824, chama-se Carruagem da Coroa porque no topo está precisamente uma coroa, adicionada de propósito para o momento da coroação do rei D. Carlos. As portinholas estão decoradas com atributos militares, as armas reais portuguesas e o monograma coroado de D. Carlos I. A visita da rainha Isabel II deixou outra marca: foi a última vez que um coche foi utilizado para transportar um membro da família real em Portugal.

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Esta é a viatura que fará chorar lágrimas de tristeza o visitante monárquico e lágrimas de crocodilo o republicano. O Landau do Regicídio foi o primeiro a ser transferido para o novo museu, carregando assim o simbolismo do início de um ciclo e do fim de outro. Era ali que seguia a Família Real, no regresso de Vila Viçosa, quando, no dia 1 de fevereiro de 1908, um atentado matou o rei D. Carlos I, o herdeiro do trono príncipe D. Luís Filipe, e feriu D. Manuel, já em Lisboa. Na porta é possível ver com clareza as marcas de duas balas. “As pessoas gostavam de observá-las de forma minuciosa”, contou a diretora do museu. A imagem da rainha D. Amélia com um ramo de flores a tentar afastar o atirador também vai estar presente junto ao landau, incluída no material complementar que ajudará os visitantes a saberem mais sobre a história.

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O último veículo da exposição marca o início do transporte público coletivo português. Datada de meados do século XIX, a Mala-Posta fazia o percurso entre Lisboa ou Porto, que na altura demorava dias. Era preciso parar em várias estações, não para renovar o combustível – que não existia – mas sim para mudar de cavalos. Lá dentro cabiam cerca de 16 pessoas, incluindo o cocheiro, todas devidamente separadas por primeira classe (duas pessoas), segunda classe (quatro pessoas), e o povo, remetido para o tejadilho, sentado em cima dos pacotes do correio, sem direito a teto, quanto mais à lã e à seda que forravam o interior. “Com a chegada do comboio, as Mala-Postas começam a ser vendidas a famílias nobres que tinham quintas e precisavam de transporte. Algumas mantinham-se como transporte de correio em terras mais longínquas”, explicou Silvana Bessone.

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Subindo ao primeiro andar, onde se encontra toda a área expositiva (seis mil metros quadrados), o Coche de D. Filipe II de Portugal (D. Filipe III de Espanha) é o primeiro a aparecer. É por aqui que se deve iniciar a visita, pelo veículo mais antigo da coleção. E, aparentemente, o menos confortável também. Filipe II veio a Lisboa no ano de 1619, dois anos antes de morrer, e a viagem desde Madrid fez-se com este Coche de modelo arcaico. A caixa é aberta com vidraças suspensas por correias e os passageiros viajavam protegidos do frio e da chuva por pesados reposteiros. Uma das curiosidades é que, sob as almofadas dos assentos, esconde-se “um sistema de evacuação” (traduzindo: um buraco) para que o rei pudesse fazer as suas necessidades fisiológicas, ou mesmo vomitar, dado que as viagens eram muito desconfortáveis.

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Pertencente à prima do rei francês Luís XIV, “é o segundo veículo mais antigo da coleção”, contou a diretora do museu. D. Maria Francisca de Sabóia-Nemours (Mademoiselle d’ Aumale) foi mulher de dois irmãos: primeiro do rei D. Afonso VI, do qual pediu a anulação do casamento, e logo depois do irmão de D, Afonso, o rei D. Pedro II. O Observador assistiu à chegada do Coche de D. Maria Francisca de Sabóia, desde o momento em que subiu no elevador até à deslocação para o local exato na exposição.

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Este veículo grita ostentação e não é por acaso. Datado de 1716, o carro triunfal construído em Roma fez parte do cortejo da Embaixada enviada pelo rei D. João V ao Papa, no ponto alto da ostentação portuguesa, graças à descoberta de ouro no Brasil. O alçado traseiro desenvolve um trabalho de talha e retrata um episódio da história marítima portuguesa, a ligação do Oceano Atlântico com o Oceano Índico. Infelizmente, aquando da visita do Observador o coche ainda estava parcialmente embrulhado. Mas é sem dúvida um dos coches que merece a atenção do público.

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Um percurso feito à velocidade de coche

No sábado, momento em que o novo Museu dos Coches vai receber o visitante número um, ter-se-ão passado mais de 20 anos desde que foi dado o primeiro passo para a sua criação. Esse foi dado por Pedro Santana Lopes, que entre 1990 e 1994 foi secretário de Estado da Cultura do Governo de Cavaco Silva, e que deu a ordem de compra dos terrenos das ex-Oficinas Gerais do Material do Exército.

O segundo grande passo também foi dado por Santana Lopes. Após assumir o cargo de primeiro-ministro, após a saída de Durão Barroso, em 2004, promoveu a assinatura do protocolo que iria permitir instalar nos terrenos o novo Museu dos Coches. Na altura, a ideia era restituir ao antigo museu as funções de picadeiro. Em 2008, o ex-ministro da Economia Manuel Pinho, no primeiro Governo Sócrates, anunciou o projeto do novo museu e chegou  anunciar a abertura de portas para o 5 de Outubro de 2010. Enganou-se em quase cinco anos.

Ao Observador, a Secretaria de Estado da Cultura explicou que as obras do novo edifício foram terminadas em dezembro de 2012. O ano de 2013, “marcado pelos efeitos da crise económica e financeira do país e da Europa”, exigiu “contenção em todas as áreas governativas”, o que contribuiu para o atraso desde então. O organismo sob a tutela de Jorge Barreto Xavier defende, no entanto, “que o novo edifício nunca esteve parado, tendo sido transferidos, ao longo de 2013 e 2014, a Biblioteca e o Arquivo e as reservas do Museu Nacional dos Coches, que estiveram ao longo deste tempo a ser limpas e tratadas nas oficinas de conservação e restauro do novo edifício”. Desde então, por cada ano em que o museu esteve encerrado foi necessário gastar entre 200 a 300 mil euros em manutenção, disse Barreto Xavier no Parlamento, no final de 2013.

A decisão de avançar com um museu novo esteve longe de ser consensual. Em 2008, António Costa, na altura presidente da Câmara de Lisboa, disse em reunião de câmara que construir um novo Museu dos Coches era “desnecessário“. O autarca argumentou não entender as razões avançadas – ser o museu com maior número de visitantes – para aplicar parte das contrapartidas iniciais do Casino de Lisboa no Museu dos Coches. “Se o museu já tem o maior número de visitantes, não vale a pena mexer”, disse o atual secretário-geral do Partido Socialista. A Câmara Municipal de Lisboa acabou por dar um parecer favorável à proposta do Governo, na altura liderado por José Sócrates.

Em 2013, o atual secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, disse que a construção do novo Museu dos Coches “foi um erro em termos de decisão”, mas sublinhou que o novo Governo se decidiu pela sua conclusão e utilização futura. “Tínhamos um Museu dos Coches a funcionar, sustentável, e criámos um investimento de mais de 35 milhões de euros para criar um novo museu, que, sendo um edifício de um arquiteto de reconhecido mérito, coloca problemas sérios de sustentabilidade e gestão futura”. No mesmo ano, o presidente da direção da comissão nacional do Conselho Internacional de Museus, Luís Raposo, considerou mesmo que a construção do novo Museu Nacional dos Coches “foi um erro colossal de política cultural“.

O museu, tutelado pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), custou cerca de 40 milhões de euros e foi financiado quase na totalidade pelas contrapartidas do Casino de Lisboa. A secretaria de Estado da Cultura contribuiu com perto de 10% desse valor.

A mais recente cadeirinha da coleção do museu. "Desconhecíamos que uma freguesia tivesse uma cadeirinha", disse Silvana Bessone. © Hugo Amaral/Observador

© Hugo Amaral/Observador

Antigo e novo museu vão funcionar em simultâneo

O novo edifício tem três pisos. No piso térreo, por onde se entra, vai estar a bilheteira, uma cafetaria e a loja do museu. É nos seis mil metros quadrados do primeiro andar que se concentram os 70 coches, berlindas, liteiras e cadeirinhas da exposição, espalhados por dois corredores amplos. Também será possível ver alguns adereços e fardas contemporâneas das viaturas, ou seja, dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX. No centro fica a sala de exposições temporárias. No último piso fica a biblioteca, o serviço educativo, um restaurante e corredores que o público pode percorrer para ver de cima os coches.

Manter o edifício do antigo Picadeiro Real como museu após a abertura do novo espaço não era a intenção inicial, mas sim, entre outras possibilidades, devolver-lhe a função original de receber exibições da Escola Portuguesa de Arte Equestre. No entanto, em março deste ano, Nuno Vassallo e Silva, o diretor-geral da DGPC, disse que novo e velho edifício vão funcionar em simultâneo.

De acordo com Silvana Bessone, na Praça Afonso de Albuquerque vão ficar quatro coches e quatro berlindas (viaturas de modelos diferentes), uma delas “muito importante, de D. Maria I, já que terá servido à inauguração da Basílica da Estrela”, explicou. A ideia é contribuir para a memória do que foi o antigo museu e, para isso, era fundamental manter ali alguns exemplares. A própria sala de exposição, com as pinturas equestres, merece uma visita, mas ali também vão ficar um núcleo dedicado à rainha D. Amélia, pinturas dos reis de Portugal, tapeçarias e nas vitrines estarão dispostos acessórios equestres.

Do núcleo de Vila Viçosa, em Évora, foram transferidos 26 coches para o novo Museu dos Coches, mas permanece lá ainda um conjunto de viaturas históricas para mostrar aos visitantes.

Ainda há trabalho por fazer

Comparar o Picadeiro Real com o novo edifício é como comparar um coche com uma nave espacial. O novo edifício é amplo, branco e moderno, o que contrasta com o classicismo dos coches e da sua anterior morada. O chão em cimento mantém as temperaturas frescas. As janelas deixam entrar a luz solar em pontos precisos para não danificar os veículos e, sobre cada um, há holofotes discretos.

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O arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha foi o escolhido para projetar os 16 mil metros quadrados. A escolha foi feita em 2008 pelo ex-ministro Manuel Pinho, sem concurso público. Dois anos antes, Paulo Mendes da Rocha tinha sido distinguido com o Prémio Pritzker, informalmente considerado o prémio Nobel da arquitetura. Todos os anos, o Museu dos Coches costuma ser o campeão de visitantes (no campeonato dos museus públicos portugueses), mas a ideia era fazer também do edifício uma atração arquitetónica per se. O projeto foi feito em consórcio com a MM BB arquitetos, do Brasil, Bąk Gordon Arquitetos e Nuno Sampaio Arquitetos, de Portugal.

O arquiteto vai doar ao acervo da Casa da Arquitetura o projeto do novo Museu Nacional dos Coches. A doação inclui desenhos e maquetas do edifício de Belém e do respetivo projeto expositivo, incluindo a primeira maqueta de papel que esteve na origem da encomenda do projeto ao arquiteto brasileiro. Para poder ver o projeto de perto será necessário esperar cerca de um ano e meio, já que a Casa da Arquitetura começou a ser construída este mês, em Matosinhos.

A sala de exposições temporárias, por exemplo, vai estar vazia. O projeto museográfico está incompleto. A cafetaria e o restaurante ainda vão estar de portas fechadas.

Na apresentação aos jornalistas, o secretário de Estado da Cultura reconheceu que o museu não está finalizado. “Mais de 90% do museu está pronto, não há motivos para não deixarmos que o público usufrua deste espaço”, disse. A sala de exposições temporárias, por exemplo, vai estar vazia. A diretora adiantou ao Observador que a inauguração desse espaço deverá ser feita com uma mostra dedicada ao trabalho de Paulo Mendes da Rocha, já que no início o edifício também será um grande alvo de curiosidade. Mas ainda não há datas.

O projeto museográfico vai estar incompleto porque uma das novas apostas – a componente multimédia de explicação e contextualização dos veículos – ainda não está pronta. Para que portugueses e turistas percebam melhor a história dos coches, haverá legendas em português, francês, inglês, espanhol e mandarim, mas este último idioma ainda não estará disponível. Mais: a cafetaria e o restaurante ainda não vão estar abertos. A ponte pedonal, que vai ligar o museu à frente ribeirinha de Belém, só estará pronta em meados de 2016.

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“No dia 23 de maio, data dos 110 anos do museu, estarão reunidas todas as condições necessárias para a adequada fruição pública do Museu”, assegurou a Secretaria de Estado da Cultura ao Observador. A exposição já será a definitiva e “todos os coches estarão colocados nos sítios a eles destinados, organizados por núcleos históricos e acompanhados da respetiva informação sobre cada um deles”, sublinhou. “No último trimestre do ano estará concluída a apresentação museográfica, que integra elementos interativos de interpretação do circuito museológico”.

No fim de semana de abertura, a 23 e 24 de maio, as entradas serão gratuitas, prometeu o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. Estão previstas várias iniciativas, como cortejos e desfiles. A partir daí haverá três modalidades de bilhetes: um só para o antigo museu, outro para o novo museu e um combinado para ambos. A entrada no novo museu vai custar oito euros e no museu antigo metade, quatro euros. O bilhete conjunto para os dois museus irá custar 10 euros. Mas, de acordo com a Secretaria de Estado da Cultura, estes preços só vão entrar em vigor após a “conclusão e implementação do novo projeto museográfico”. Enquanto não estiver tudo pronto, a entrada no novo museu custa seis euros e o bilhete conjunto custa oito euros. Crianças até aos 12 anos e desempregados estão entre os grupos com direito a entrada gratuita. Visitantes com 65 ou mais anos, portadores de cartão jovem ou de estudante e famílias numerosas têm 50% de desconto. O horário de funcionamento será de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, com a última entrada às 17h30.

De acordo com Barreto Xavier, é esperada uma média de 350 mil visitantes por ano. Em 2013, o museu antigo registou 189 mil visitantes. No ano passado, os coches foram vistos por 206 mil pessoas. O aumento de visitantes é essencial, dado que a manutenção do novo edifício, pelas suas dimensões, em conjunto com o antigo, será muito maior.

 

Texto: Sara Otto Coelho

Fotografia e vídeo: Hugo Amaral

Edição de vídeo: Fábio Pinto

Grafismo: Andreia Reisinho Costa

Mapa cedido pela Uzina

 
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