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O museu de arte contemporânea de Elvas faz 10 anos

O museu que muitos diziam estar mal situado resistiu às críticas e assinala 10 anos com um programa de exposições. O proprietário da coleção não gosta de falar aos jornais. A filha tornou-se porta-voz

Por fora, a aparência grave de um edifício com mais de 300 anos. Por dentro, o antigo combina-se com o moderno e o contemporâneo. É mesmo no centro de Elvas, junto ao edifício dos CTT. Se não pudesse estar ali, talvez não pudesse estar em mais lado nenhum.

O MACE — Museu de Arte Contemporânea de Elvas, nasceu da ideia de um colecionador, o economista alentejano António Cachola, e da ligação à terra onde nasceu. Em 2007, cedeu ao MACE as cerca de 350 obras que tinha começado a juntar alguns anos antes. Dez anos passados, são mais de 700, de 124 artistas novos, novíssimos e consagrados. Todos portugueses. O museu que muitos criticaram antes da abertura por o acharem mal localizado, continua sob a alçada da Câmara Municipal e a ser composto exclusivamente pela coleção particular de António Cachola. O MACE pôs Elvas no mapa da arte contemporânea – mesmo se uma parte do grande público ainda agora está a descobrir uma proposta tão improvável.

António Cachola, de 63 anos, diretor financeiro da Delta Cafés, a bem-sucedida empresa de Rui Nabeiro em Campo Maior, a 20 quilómetros de Elvas, é “especialmente reservado no que diz respeito ao mediatismo e à exposição pública”, descreve a filha, Ana Cristina Cachola. Nunca fala à imprensa quando são inauguradas exposições. E nem falou em 2007, quando o museu abriu. “Sei que há muita curiosidade em torno dos colecionadores, mas o meu pai prefere que atenção seja dada à coleção e ao museu.”

Por isso, no momento em que o MACE apresenta um programa comemorativo dos dez anos de existência – que inclui várias exposições sob o título genérico “Uma Coleção = Um Museu”, com abertura no sábado, dia 8 de julho, às 17h –, o colecionador pediu à filha para ser porta-voz. Há dias, numa esplanada do Museu Gulbenkian, em Lisboa, Ana Cristina Cachola, de 34 anos, respondeu às perguntas do Observador.

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Peça de Carla Filipe, apresentada no paiol de Nossa Senhora da Conceição, em Elvas, no âmbito do MACE fora de portas (2014)

Alberto Mayer

O mundo da arte é para ela uma segunda pele. Acompanha a compra de obras desde criança e dedicou-se ao estudo do tema. Nasceu em Portalegre, viveu em Campo Maior até à adolescência e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Depois fez um mestrado em Gestão Cultural, com tese sobre o papel dos ateliers no sistema da arte contemporânea. E por fim doutorou-se em Estudos de Cultura, pela Universidade Católica, com tese sobre a representação da identidade cultural na arte contemporânea portuguesa. Atualmente é curadora independente, professora na Faculdade de Ciências Humanas da Católica e investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da mesma instituição.

Ana Cristina Cachola considera que o percurso académico foi “totalmente” resultado de ter um pai colecionador. “Estive exposta passivamente, e tive participação ativa, em várias viagens em que visitávamos museus, exposições e ateliers. Desde muito nova, assisti a conversas com artistas, fiz leituras sobre o tema, acabei por assistir a exposições-charneira e a momentos fundamentais da arte contemporânea produzida em Portugal”, recorda, num tom de voz firme. O discurso é fluente e sem ambiguidades, muitas vezes marcado pela linguagem formal da academia.

“Dizia-se que não fazia sentido”

O processo de criação do MACE começou muito antes da inauguração, a 6 de julho de 2007. Houve até um protocolo com assinatura de António Guterres, quando este era primeiro-ministro. Durante a fase de preparação, lembra Ana Cristina Cachola, muita gente pôs em causa a viabilidade de um museu de arte contemporânea no Alto Alentejo. “Dizia-se que não fazia sentido, toda a gente achava que teria de ser no centro do país, mas o meu pai sempre respondeu que Elvas está no centro, no centro da Península Ibérica.”

“Para nós, a ideia de que o museu está no interior do interior nunca se colocou nesses termos. Nunca sentimos Elvas, ou Campo Maior, como o interior do interior."
Ana Cristina Cachola

António Cachola nasceu em Elvas e essa afinidade afetiva foi determinante. “Para nós, a ideia de que o museu está no interior do interior nunca se colocou nesses termos. Nunca sentimos Elvas, ou Campo Maior, como o interior do interior. Estamos na fronteira, que é um sítio de transgressão per se, e temos uma grande cidade ao lado, Badajoz, que tinha já um grande museu.” Refere-se ao Museu Estremenho Ibero-Americano de Arte Contemporânea (MEIAC). Foi aí, em 1999, que a Coleção António Cachola conheceu um primeiro momento de apresentação pública. “Nunca tivemos esse sentimento da interioridade. Aliás, o interior português é muito relativo, por vezes fica apenas a duas horas de Lisboa”, reforça.

Os artistas mais representados

Em rigor, o economista elvense iniciou a coleção com o objetivo deliberado de a mostrar ao público – aquilo que a filha designa como “predisposição institucional”. A ideia de comprar arte para ter em casa, como é habitual em muitos colecionadores, foi sempre secundária para António Cachola. Tinha, e continua a ter, obras em casa, mas adquiriu esculturas de grande formato, instalações e vídeo – objetos de dimensão e formato pouco adequados ao espaço doméstico. Algumas dessas obras, até à abertura do MACE, ficavam com os próprios artistas, outras, num espaço em Campo Maior, pensado para esse fim.

No ano da abertura do museu, eram cerca de 350 obras de 115 artistas – apenas artistas visuais portugueses com trabalho relevante a partir de 1980. Na última década, o número de objetos mais do que duplicou, mas isso não é suficiente para se dizer que a existência do MACE, e a necessidade de apresentar exposições, tenha determinado o aumento. “Também havia mais ou menos uma década, talvez um pouco mais, de aquisição de obras antes da abertura do museu”, refere Ana Cristina Cachola.

A exposição de José Pedro Croft, na galeria Chiado 8, em Lisboa, é uma das iniciativas que assinalam uma década de existência do MACE

Alberto Mayer

O nome mais representado na coleção é o de José Pedro Croft, com 58 peças, entre gravuras e esculturas (o artista, de 60 anos, é o representante de Portugal na Bienal de Arte de Veneza 2017, com o projeto “Medida Incerta”). De Julião Sarmento, indica o site do MACE, existem em depósito 72 obras, mas em rigor são 72 partes de um todo; neste caso, fotografias, por vezes expostas por completo, outras vezes parcelarmente.

“O meu pai conhece pessoalmente todos ou quase todos os artistas que fazem parte da coleção e quando compra uma obra conversa sempre com eles. Depois vai acompanhando o percurso. No caso de Croft, sendo um artista que começou na década de 80, há um período de tempo maior, o que também justifica a presença assinalável da obra dele na coleção”, conta. “O difícil é nós termos a certeza sobre aquilo que não entra, porque à partida todo o universo da produção contemporânea é passível de entrar.”

“A coleção não é feita de nomes, é uma coleção de núcleos de obras de artistas”

“A coleção não é feita de nomes, é uma coleção de núcleos de obras de artistas”, enfatiza Ana Cristina Cachola. “Quando são apresentados por via da coleção, os artistas devem sentir-se bem representados, é sempre essa a intenção do meu pai.” Por outro lado, a coleção não procura contar uma narrativa, antes ser o reflexo da pluralidade de narrativas do contemporâneo. “Narrativas, ausência de narrativas, subjetividades”, precisa a curadora. “É importante perceber a nebulosa contemporânea, a mancha, e como ela se vai desenhando, para que a coleção seja sensível a isso. Os temas podem ir da visualidade bélica até a questões mais relacionadas com a inscrição do corpo na obra de arte, a paisagem ou o cruzamento de todos estes temas, porque a interrelação é também uma marca do contemporâneo.”

Curiosamente, a primeira compra de António Cachola, uma obra de Fernando Calhau (1948-2002), não faz hoje parte da coleção em depósito no MACE e nunca foi exibida no museu elvense. “Quando o meu pai começou a colecionar houve uma tentativa de sistematizar o que seria ser a coleção, e num primeiro momento optou-se por uma sistematização cronológica, ou seja, de artistas que começaram a expor regularmente a partir da década de 80, sendo que o Fernando Calhau começou muito antes.” Mas esclarece: “As fronteiras não são estanques, expor regularmente a partir dos anos 80 não significa ter começado nessa década, significa visibilidade na década de 80.”

Exposição “Corpo, densidade, limite”, que reuniu obras de Pedro Cabrita Reis, Rosa Almeida, Adriana Molder, Rui Chafes e Rui Sanches, entre outros (2009)

Quanto às mais recentes aquisições, revela a curadora, foram três obras de Catarina Dias (nascida em 1980) e uma de Salomé Lamas (nascida em 1987), durante a feira de arte contemporânea ARCOlisboa, que decorreu em fins de maio. Ela e o pai estiveram lá, em pessoas, para comprar.

“Nunca aconteceu pedirmos a alguém que compre por nós. Faz parte de criar uma coleção a presença, a partilha, o diálogo com todos os agentes envolvidos. A compra e venda de peças foi sempre feita por mim ou pelo meu pai, ou os dois juntos, principalmente nos últimos anos.” De resto, também a mãe de Ana Cristina Cachola partilha a paixão pela arte tem uma palavra a dizer.

Quando se pergunta pelo critério seguido, ouve-se como resposta que “não há sequer dez critérios”. “Existem contextos e situações, proximidades que se criam, obras que vão aparecendo nos vários formatos”, explica Ana Cristina Cachola. O processo de aquisição resulta de visitas a galerias, exposições, ateliers, conversas com artistas e curadores, sobretudo em Portugal. Espaços consagrados ou mais institucionais têm tanto interesse quanto os de funcionamento e apresentações menos convencionais. Ana Cristina Cachola cita dois exemplos: o Hangar, centro de exposições e residências artísticas, na zona da Graça, em Lisboa, ou o Bregas, atelier e espaço expositivo da dupla João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, na zona de Xabregas.

"Quando são apresentados por via da coleção, os artistas devem sentir-se bem representados, é sempre essa a intenção do meu pai.”
Ana Cristina Cachola

Além disso, como o interesse família por arte supera aquilo que querem ou podem comprar, costumam também procurar galerias, museus e feiras de arte internacionais. São presença assídua na Art Basel, considerada a mais importante feira de arte moderna e contemporânea, em Basileia, na Suíça.

Como seria de esperar, há limitações na aquisição. António Cachola não estipula um orçamento anual para compra de arte, e, evidentemente, não coloca todos os seus recursos e os da família ao serviço da coleção. “Existe uma gestão de acordo com aquilo que é prioritário nas nossas vidas, que vão além da coleção de arte”, detalha a curadora.

“O museu pretende ser um lugar de internacionalização”

O papel de Ana Cristina Cachola no MACE é quase sempre voluntário e muitas vezes oficioso. Tem contribuído para a construção do acervo, faz curadoria e assume-se como estratega. “Pensar uma coleção de dimensão pública não pode ser só pensar as aquisições, é também pensar um programa, a preservação, onde vai, como fica, como é que o museu pode dialogar com a coleção”, destaca.

Nos primeiros três anos, o museu teve com diretor artístico João Pinharanda, conhecido historiador e crítico de arte, o que em termos de programação resultou em diversas leituras sobre a coleção em torno de temas como o “corpo” ou a “defesa e o ataque”. A partir daí, o MACE foi espaço de intercâmbio com outras coleções, nomeadamente as de Serralves, Berardo e Culturgest. E já numa terceira fase, começou a albergar exposições individuais de artistas, que conjugavam obras representadas na Coleção António Cachola com criações novas ou provenientes de outras coleções. Atualmente, o museu tem uma equipa residente, e cada exposição é entregue a diversos curadores convidados, como Sara Antónia Matos, Filipa Oliveira, João Laia, Delfim Sardo, João Silvério, entre muitos outros.

Exposição “A Luz Sincera do Dia”, de Rui Calçada Bastos (2014)

Alberto Mayer

Para 2018, o MACE quer manter estes diversos eixos programáticos. A seguir ao programa de comemorações dos dez anos, que termina em janeiro, vai ser organizada uma exposição de diálogo com as coleções José Carlos Santana Pinto e Maria João e Armando Cabral, com curadoria de João Mourão e Luís Silva. Trata-se de juntar numa mesma mostra artistas portugueses e internacionais de coleções feitas a partir de Portugal.

“Isto não significa que a Coleção António Cachola queira abrir-se a artistas internacionais, significa que o projeto do museu pretende ser um lugar de internacionalização a partir de território nacional, ou seja, uma internacionalização da vocação do museu, não da coleção”, adianta Ana Cristina Cachola.

10 mil visitantes em 2016

Em Elvas, cidade reconhecida como Património Mundial pela UNESCO em 2012, o MACE tem hoje um papel central. Desde há dois anos, integra a Rede Portuguesa de Museus, sob a alçada da Direção-Geral do Património Cultural e funciona com o mecenato de instituições financeiras (BPI, Santander e Fidelidade).

O edifício, que funcionou como Hospital da Misericórdia, conserva a traça barroca dos séculos XVI a XVII, período em que sofreu várias alterações. A adaptação museológica foi projetada pelo arquiteto Pedro Reis e pelos designers Filipe Alarcão e Henrique Cayatte, num investimento de 2,7 milhões de euros, referem notícias de há dez anos. “A única condição que o meu pai colocou desde o início foi a de que queria aquele edifício, pela dimensão e pela localização”, esclarece a curadora. “Adaptar edifícios obsoletos é uma recorrência na história da museografia”, destaca.

No ano passado, números oficias, o MACE e as exposições itinerantes que organizou fora da cidade obtiveram um número estimado 10 mil visitantes. Regra geral, 70% dos visitantes são portugueses e de entre os estrangeiros há uma maioria de espanhóis, oriundos sobretudo da Estremadura.

“Isto não significa que a Coleção António Cachola queira abrir-se a artistas internacionais, significa que o projeto do museu pretende ser um lugar de internacionalização a partir de território nacional.”
Ana Cristina Cachola

O programa de comemoração dos dez anos do museu teve início há várias semanas, em abril, e incluiu uma exposição de José Pedro Croft na Galeria Chiado 8, em Lisboa, com curadoria de Delfim Sardo (aliás, desde há dois anos, naquele mesmo espaço da capital, a Coleção António Cachola tem vindo a apresentar-se com regularidade).

As comemorações prosseguem este sábado, dia 8, com a abertura de “Uma Coleção = Um Museu”, conjunto de exposições comissariadas por João Silvério, com uma seleção de 30 artistas representados na coleção. A mostra principal ocupa todo o edifício do MACE, até 31 de janeiro de 2018. Outros núcleos estão dispersos por oito espaços da cidade raiana e quatro localidades (Évora, Almodôvar, Sines e Marvão).

Vários artistas estiveram em Elvas por estes dias a orientar a montagem das próprias peças, outros fizeram-no em diferido, através de Skype e mensagens de telemóvel, relata João Silvério, em breve entrevista telefónica, assim sublinhando que não se trata apenas de uma retrospetiva, mas de algo novo em termos de aparato e montagem. “Este é o meu olhar sobre a coleção no contexto da cidade, é uma retribuição à cidade pela forma como foi ajudando a construir o museu”, refere João Silvério.

A pedido do Observador, o curador destaca alguns artistas escolhidos, sem atender necessariamente à relevância própria de cada um, mas à ligação que estabeleceram com o MACE ao longo da última década. Joana Vasconcelos, cuja obra “A Noiva” (2001-2005) foi das primeiras a serem exibidas em 2007, mas também Pedro Calapez, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Jorge Molder, André Guedes, Mafalda Santos, Ângela Ferreira, Rui Calçada Bastos e Julião Sarmento, entre outros (os dois últimos, note-se, tiveram no MACE as suas primeiras exposições monográficas).

Retrato "O Diabo", de Adriana Molder, que integrou a exposicao "Banho de Sangue" (2014)

Alberto Mayer

Por outro lado, sob orientação de Ana Cristina Cachola, o museu está a trabalhar num projeto de dez comissões a dez artistas portugueses para a criação de obras inéditas (os valores não foram divulgados). São eles: Andreia Santana, Rita Ferreira, Diana Policarpo, Mariana Silva, Joana Escoval, Claire de Santa Coloma, Ana Santos, Luís Lázaro Matos, Pedro Neves Marques e a dupla Mariana Caló e Francisco Queimadela.

Foram escolhidos pela filha do colecionador, assim como por Filipa Oliveira, diretora artística do Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, e João Laia, curador independente. São artistas com menos de 35 anos, que ainda não estavam representados na coleção. Alguns estão a produzir de propósito para esta ocasião, outros vão vender obras muito recentes que já terminadas. Dando continuidade à estratégia de apresentação da coleção fora de portas, os dez artistas serão exibidos no Fórum Eugénio de Almeida, a partir de outubro, e na Galeria Municipal do Porto, a partir de novembro.

“Queremos reforçar o lado itinerante do museu, porque estas instituições hoje já não podem ser entendidas como espaços imóveis”, afirma Ana Cristina Cachola. “Um museu tem de ter mobilidade, o programa do museu, que é sempre um posicionamento singular, pode e deve circular.”

Em fim de conversa, quando se pergunta à curadora que resumo faz da década que passou, a resposta é a de que “é impossível resumir o que se passou” e esse “é o melhor resumo”. “Houve ceticismo inicial em relação à localização e à possibilidade de uma parceria público-privada que atravessasse diferentes autarcas, mas dez anos depois o MACE é uma proposta complexa que acompanha a atividade sísmica que é o contemporâneo.”

Fotografias cedidas por MACE — Museu de Arte Contemporânea de Elvas.

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