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Feijoada aos domingos, samba raiz a acompanhar e o Cristo (Rei) no horizonte. É assim no "primeiro boteco de Lisboa". O da Dri, no Cais do Sodré ©DR
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Feijoada aos domingos, samba raiz a acompanhar e o Cristo (Rei) no horizonte. É assim no "primeiro boteco de Lisboa". O da Dri, no Cais do Sodré ©DR

Feijoada aos domingos, samba raiz a acompanhar e o Cristo (Rei) no horizonte. É assim no "primeiro boteco de Lisboa". O da Dri, no Cais do Sodré ©DR

Os quitutes brasileiros estão em todo o lado e este é o guia para encontrá-los

Do dadinho de tapioca, ao pão de queijo, passando, claro, pela coxinha, raramente falha música ao vivo, nos botecos que trazem o melhor da cozinha brasileira à capital.

Quitute: “iguaria apetitosa”, “comida requintada”, “petisco”, “o que causa encantamento”, “meiguice”. É assim que se tratam por tu os pequenos manjares do País Tropical e, se pensava que tinha mesmo de cruzar o oceano para encontrar o molho agridoce que acompanha os dadinhos de tapioca, desengane-se. Há petiscos, texturas, sonoridades e sabores brasileiros em praticamente todos os bairros da capital. Na prática, já não precisa comprar ‘passagem’. Há de tudo, ou quase tudo, por aqui. A oferta é tanta que já merecia um roteiro.

Dona Beija

Av. Duque de Loulé 22b, Lisboa. De quarta-feira a sábado entre as 19h e as 23h30; Sábado e domingo, também, entre as 13h e as 15h30. Reservas: 21 357 01 35

Antes de apresentar o “verdadeiro boteco” — e como ao longo deste roteiro vão ser muitos os parêntesis para detalhar, por exemplo, o que é que o Croquete de Tapioca com Palmito tem — vamos à essência da palavra que, no dicionário Aurélio, surge como uma “derivação regressiva de botequim”, diminutivo de botica, por sua vez, um estabelecimento popular, onde a cerveja gelada é religião, e os “tira-gosto” passam perfeitamente por prato principal. Sem esta pequena introdução, dificilmente se chega à essência do Dona Beija. “Um pouquinho de Brasil” no centro de Lisboa com o receituário da Bahia, mas não só. Pão de queijo caseiro, bolinho de feijoada ou de abóbora e carne seca estão lá, juntamente, com as coxinhas de galinha na carta dos petiscos. Tem também o magret de Pato ao Tucupi que é típico da Amazónia, servido com caldo de mandioca, ou o Risoto de Abóbora com Banana. Aqui, a Moqueca Vegana é servida com banana cozinha com molho à base de pimentos, tomate e leite de coco. Para acompanhar? Uma caipirinha ou um choppinho. Os tais Croquetes de Tapioca com Palmito? São cinco croquetes recheados com tapioca e miolo de palmeira.

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Feitos com tapioca granulada, queijo coalho, leite e pimenta do reino branca, os dadinhos de tapioca é uma das iguarias mais consensuais do Brasil. Serve-se com molho agridoce ou geleia de pimenta ©DR

Boteco Dona Luzia

Avenida 5 de Outubro 36 – D, Lisboa. De segunda a quinta-feira entre as 12h e as 15h e entre as 19h e as 23h. Sexta e sábado das 12h às 16h. Reservas: 21 2424371

E “de boteco, em boteco”, como cantava a lenda do samba Nelson Sargento, o da Dona Luzia tem a tradicional feijoada à brasileira — aos sábados — e agenda semanal de música ao vivo. E não se engane,  porque é não é só samba, não. Tipicamente carioca, leia-se impregnado de Rio de Janeiro, o Boteco Dona Luzia não falha o pagode, mas acrescenta rock, sertanejo e, mais recentemente, noites de karaoke ao cardápio. Celebridades estão na área, não fossem os hambúrgueres batizados com os nomes de Tim Maia, Rita Lee ou Tribalistas. Se está deserto por voltar a comer um pastel de vento, aqui servem-se logo três mini pastéis de carne, frango e queijo para não perder muito tempo a decidir. Tem Bolinho de Mandioca — recheado com carne seca — tem. Tem Caldinho de Feijão com Torresmo, tem. Tem Linguiça Toscana Acebolada, tem. Tem, Coxinhas de Frango com Catupiry, tem. Domingos, o brunch é tropical, também. Depois do trabalho, há happy hour de choppinho gelado, sim. Mais a puxar à Bahia, o bobó de camarão também entra.

Diversidade nos géneros musicais e nos sabores são tradição no Boteco da Dona Luzia ©DR

Boteco da Dri

Cais Gás 19, Cais do Sodré, Lisboa. Quarta a quinta-feira das 18h à 0h; Sexta-feira das 18h às 2h; Sábado das 16h às 2h e Domingo das 16h à 0h

O Cristo não é o Redentor, mas está incluído na vista do boteco feito à imagem e semelhança da Cidade Maravilhosa, à beira-rio, no Cais do Sodré. Aberto noite dentro, o “primeiro boteco de Lisboa” tem uma espécie de tradutor incorporado na ementa para abrir o apetite e evitar enganos. Há Mandioca Frita — “a base da culinária indígena na sua melhor forma” –, Caldo do Feijão — “o melhor amigo da cachaça” e Pão de Queijo — “ouro mineiro, o verdadeiro ouro de Minas Gerais ainda descoberto pelos portugueses” — nas entradas. Também Feijoada — “clássica, não tem como errar” — e Picadinho Carioca – “esse é de gema” — entre os pratos principais. Lado a lado com as rodas de samba domingueiras do Titanic Sur Mer, o Boteco da Dri ainda traz as sonoridades da MPB e do samba rock para cima da mesa. Na cultura popular, o sambista Nelson Rodrigues diz que “todas as vozes brasileiras passam” pelo boteco. No da Dri, mesmo com um oceano pelo meio, não falha.

No Boteco da Dri o Picadinho Carioca é "de gema", vulgo verdadeiro ©DR

Samambaia

R. da Voz do Operário 13, Lisboa. De segunda a quinta-feira entre as 9h e as 19h; Sexta e sábado das 10h às 2h e Domingos das 10h às 16h

Chamam-lhe “o espaço mais interessante da cidade”, até no Brasil. Aberto entre confinamentos em 2020, o Samambaia já é uma meca dos brunchs de fim de semana com tapiocas de queijo, bagels, torradas com abacate e ovo escalfado e taças de açaí, morangos, banana e mirtilos à mistura. Aqui, o Brasil faz-se da fusão entre os posters dos ícones da música popular brasileira nas paredes, as cores eletrizantes em todos os apontamentos da decoração e claro, o pão de queijo e a bowls das frutas tropicais. Animais são bem vindos. Música ao vivo, há, com uma programação semanal que além das sonoridades do Brasil, também já pede silêncio para ouvir cantar o fado. Até há bem pouco tempo, parte do o material de som — mesa de mistura e colunas — eram emprestados pelo casal de cantores brasileiros Mallu Magalhães e Marcelo Camelo, a viver em Lisboa. Ponto de encontro da comunidade brasileira sediada por cá, o espaço que tem nome de planta e fica na Voz do Operário, na Graça.

O bar da Voz do Operário já é uma espécie de meca dos brunch de domingo ©DR

Acarajé da Carol

R. da Rosa 63, Lisboa. De terça a sexta-feira das 17h às 23h; Sábado da 13h às 23h; Domingo entre as 13h e as 18h. Reservas: 21 34 210 73

Dizem que é como ter Salvador da Bahia no céu da boca. Feito de pasta de feijão frade, frito em óleo de dendê e recheado com vatapa de camarão seco, o pastel acarajé da nome ao boteco da Carol, no Bairro Alto. As doses são generosas e uma espécie de passeio ao centro da gastronomia da terra dos orixás, com direito à Moqueca de peixe, bobó de camarão e Escondidinhos de Carne de Sol. A ementa está à vista de todos numa ardósia gigante. Caldos há de feijão, camarão e mandioca. Além do acarajé, há bolinhos de abará — feitos de feijão frade cozido, embrulhado em folha de bananeira. Domingo, como manda a tradição, o restaurante abre para a típica Feijoada à Brasileira. Para levar ou comer ali mesmo, quindins, brigadeiros e bolinhos de estudante são para comer a qualquer hora. Música ao vivo também é prato da casa, de quinta-feira a domingo, saia rodada e turbantes floridos.

Há uma mini Salvador da Bahia no Bairro Alto, basta perguntar pela Carol ©DR

Coxinharia

R. de Cascais 31A, Lisboa. Segunda a sexta-feira das 11h às 22h; Sábado e domingo das 11h às 19h

Nesta ode aos salgadinhos brasileiros, a sensação pode ser semelhante à de um jogo de preferências em que, perante um mapa do maior país da América Latina nos pedem para escolher duas cidades para visitar, num milhão. Na Coxinharia há coxinhas doces e salgadas. Vamos por partes. No menu mais tradicional, há a coxinha Original, com frango desfiado, a de Frango com o queijo artesanal Catupiry, a Coxeese, com muito queijo, a de Gambas, a de Bacon e Catupiry, a Croqueta, com carne de vaca e chouriço e ainda a Veggie, com brócolos, cogumelos e tofu. Pronto para as coxinhas doces? São de Brigadeiro com morango, Romeu e Julieta — como os brasileiros chamam à junção do queijo com a goiabada  Doce de leite, Brigadeiro com Nutella, Beijinho — doce de coco — e Prestígio — doce de coco e chocolate. Além das saladas, wraps, tapiocas e bowls de açaí, o espaço ainda tem uma variada oferta de petiscos, entre eles o Kibe recheado com queijo, o Bolinho de feijoada e a Mandioca frita. Numa aposta inovadora também há menus de degustação de coxinha e… fondue de cozinha.

Há uma ode aos salgados brasileiros em Alcântara, com coxinhas doces e tudo ©DR

Ohlinda Tapiocaria

Calçada da Estrela, n°177 e n°179, Lisboa. De segunda a terça-feira e de quinta a domingo, entre 11h30 e as 20h

O nome nasce de um trocadilho onde entra a beleza de uma tapioca acabada de empratar e a origem desta goma de mandioca, oriunda da cidade de Olinda, no Noroeste do Brasil. A OhLinda fica na Estrela, em Lisboa. Entre as tapiocas ditas tradicionais, contemporâneas e doces, os olhos perdem-se nas de Camarão, queijo coalho grelhado e orégãos, Bacalhau temperado ao estilo do vovô e queijo coalho ou de Banana assada, coco fresco, leite condensado e canela. Quando esgotar as opções há taças de açaí, smothies e saladas, em menus que também lhe podem chegar a casa, através das opções de entrega.

Tradicionais, doces e salgadas: escolha é o que não falta nesta tapiocaria©DR

Getty Images/iStockphoto

Água de Beber

R. Poiais de São Bento 73, Lisboa. De segunda-feira a domingo das 17h às 2h e sábado do 12h às 2h

Os melhores ainda são os primeiros? Em quase uma década de existência, o pequeno bar do palco improvisado do Cais do Sodré virou restaurante, em 2019, com as famosas coxinhas de frango e o caldo verde incluídos, claro. Mais espaço, o mesmo espírito – e, tantas vezes o ‘tueo bada, autueo babadei’ do Tom Jobim lá no ouvido, por sugestão ou porque está a ser cantado nos concertos diários que dão outro sabor ao Filé a palito, à Picanha ou à espetada acompanhada de vinagrete, mandioca e o feijão tropeiro tradicional de Minas Gerais. Bossa Nova, MPB, samba raiz e samba rock sempre combinou com caipirinha. É quase ADN da casa. É preciso dizer que há feijoada ao domingo?

O barzinho que virou restaurante mantém a cozinha e o caldo verde no menu ©DR

Getty Images/iStockphoto

 
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