Miguel Tiago era ainda um jovem quadro da JCP e um perfeito desconhecido para a generalidade dos portugueses. Não percebia o facto de o partido ser contra a legalização das drogas leves, quis saber porquê e levou o tema a uma reunião da jota. Paulo Raimundo, sucessor de Jerónimo de Sousa, dar-lhe-ia então — algures nos anos 90 — uma lição que nunca esqueceu: a pessoa em circunstância alguma está acima do coletivo.
“Devia ter vinte e tal anos e disse que não percebia bem porque é que não apoiávamos a legalização das drogas leves – conhecia muitas pessoas que as consumiam e não eram toxicodependentes. No final da reunião, o Paulo Raimundo disse, com toda a tranquilidade, para todos ouvirem: ‘Não podemos olhar para os problemas em função das pessoas que conhecemos e da nossa esfera de amigos. O Miguel é da cidade, está no ensino superior, os seus amigos têm vidas estruturadas. Os miúdos do interior não’. Nunca mais fui capaz de pensar em nada, do aborto às drogas, colocando-me a mim no centro. Percebi que a justeza das coisas não pode ser avaliada pela nossa experiência pessoal”, recorda ao Observador o ex-deputado comunista.
Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre o perfil de Paulo Raimundo.
Esta “ponderação” e a capacidade para fazer “sínteses” são duas das qualidades mais apontadas a Paulo Raimundo, a “formiguinha” que já teve os dois corações do partido na mão — a ligação ao mundo sindical e às organizações do aparelho no terreno — e que teve três profissões em tempo recorde até se tornar funcionário do partido há mais de 20 anos, sem nunca ter voltado a trabalhar fora do PCP.
Assim, o sucessor de Jerónimo de Sousa, um total desconhecido para o público, é classificado no partido como “operário”, apesar de só ter trabalhado um período de três a quatro anos fora do partido, quando ainda não tinha completado o 12.º ano — facto indiferente para o PCP, que prefere valorizar a “origem social e o último trabalho que se teve”.
A tentativa de o colar ao homem a que agora sucede é visível nesta classificação de “operário”. Mas não só. Jerónimo de Sousa ficou conhecido (também) pelos seus dotes de dançarino, a Paulo Raimundo elogiam os “dotes de fadista“. E se Jerónimo de Sousa foi fundamental na construção de pontes à esquerda, Paulo Raimundo é lembrado por ter tido ligações aos principais protagonistas que compuseram o movimento “Que Se Lixe a Troika“. Escolhido por representar a mudança na continuidade, dizem dele que é um “antisectário”. Afinal, quem é Paulo Raimundo, o futuro secretário-geral do PCP?
O homem da “brigada da implantação”
Quem conhece Paulo Raimundo e é desafiado a recordar episódios ou memórias que envolvam o surpreendente sucessor-anunciado de Jerónimo de Sousa tem sempre a mesma dificuldade: lembrar em que ano aconteceu a história X ou em que cargo estava Raimundo quando desempenhou as funções Y, já que a história das direções do PCP e a biografia de Raimundo parecem confundir-se nas últimas décadas.
Não tem data, por exemplo, o episódio que o ex-deputado comunista Miguel Tiago partilha com o Observador, situado algures num ano em que estava responsável pela “brigada de implantação” da Festa do Avante: só se lembra de que Raimundo, tal como em todos os outros episódios que recorda, já tinha tarefas de responsabilidade – e que já estava a supervisionar os camaradas de partido.
“Aos fins de semana eu tinha tantos camaradas lá a trabalhar que era gente a mais”, recorda Miguel Tiago. E lembra também a resposta que ouviu, então, a Raimundo: “Então temos de inventar tarefas, nem que não façam falta”. Lição número dois do camarada Raimundo, que também era de Setúbal e com quem às vezes partilhava boleias para Lisboa: “O mais importante era que todos os camaradas percebessem que estavam a ser úteis e a trabalhar, não a sentirem-se sem tarefas. É uma lição, até na gestão de uma empresa, de equipas”.
Filho de Beja e o “Pão de Mel”
A observação de Raimundo, que as memórias de vários colegas de partido colocam em situações semelhantes – a aconselhar os camaradas, a dar lições sobre o coletivo e sobre gerir equipas no PCP – será fruto de anos de experiência no interior do partido, uma vez que desde 1991, quando entrou para a JCP com 15 anos, nunca mais saiu do universo comunista. Quatro anos depois disso já seria funcionário da jota, e no ano seguinte – com 20 anos – seria promovido a membro do Comité Central. É, por isso, caracterizado como “um profundo conhecedor da vida do partido”.
O que quer também dizer que pouco tempo houve para acumular experiência profissional extra-partidária. Se o ponto que mais polémica tem criado tem a ver com a nota biográfica que o PCP tornou pública sobre Raimundo, na qual se dizia que é filho de “trabalhadores do concelho de Beja”, que teve três profissões – padeiro, carpinteiro e animador cultural – e que é classificado, no partido, como “operário”, ao Observador o gabinete de imprensa do PCP esclareceu: no total, Raimundo só terá trabalhado um período de três a quatro anos fora do partido, quando ainda não tinha completado o 12.º ano.
O partido detalha: “Paulo Raimundo trabalhou entre 1991 e finais de 1993, primeiro numa padaria localizada no Faralhão denominada “Pão de Mel” e posteriormente numa carpintaria localizada na Várzea em Setúbal”. Isto quando tinha 15 e 16 anos.
Depois, ainda em 1993, “ingressou como animador cultural no ginásio da Associação Cristã da Mocidade”, que então se situava no bairro da Bela Vista, também em Setúbal, e foi lá que trabalhou “até à sua integração como funcionário da JCP”, que segundo a nota do partido aconteceu em 1995. Ao mesmo tempo, era trabalhador-estudante, tendo em parte desse período estudado de noite para trabalhar de dia.
Ou seja, feitas as contas, Raimundo acumulou experiência profissional extra-partido até aos 19 anos – a partir daí, foi funcionário da juventude do PCP, primeiro, e funcionário do partido, depois, até hoje. A curta época em que trabalhou fora do partido, assim como o facto de a sua nota biográfica se concentrar em detalhes sobre a sua vida escolar e sobre a vida profissional dos pais “trabalhadores”, tem valido duras críticas ao PCP na praça pública.
Anos de luta e as ligações extra-PCP
De qualquer forma, dentro do partido Raimundo começava a fazer um trabalho de formiguinha. Durante estes anos, geriu vários dos “corações” do partido, como dizia ao Observador fonte comunista: esteve responsável por acompanhar vários setores sindicais, várias organizações regionais e, durante muitos anos, por fazer a ligação à JCP, razão pela qual muitos dos novos quadros foram tendo contacto com o novo secretário-geral (a entronizar este fim de semana) desde muito cedo.
E fora do partido também: entre as fontes que o Observador ouviu, destaca-se constantemente a sua capacidade de “diálogo”, de “construção de pontes” e até, como definia Daniel Oliveira na sua crónica no Expresso, esta semana, de “antisectarismo”.
Ao Observador, Miguel Tiago, mas também nomes ligados aos protestos do movimento “Que se Lixe a Troika”, organizados em plena crise sem apoio formal do PCP, assumem que Paulo Raimundo “conhecia e conhece bem” muitos dos nomes ligados a esse movimento – vários dos quais não tinham qualquer associação ao PCP. O mesmo para movimentos de intelectuais, por exemplo – no interior do partido recordam-se, a este propósito, os encontros que Cunhal tinha com intelectuais de fora do PCP e a importância que isto tinha para a influência social e cultural do PCP no país.
Essa capacidade para dialogar com pessoas de fora do partido – e convencer algumas dos seus argumentos – é das maiores qualidades que o partido lhe reconhece. “Consegue estabelecer relações com toda a gente, independentemente do tipo de pessoas, sem dificuldades em quebrar barreiras, mesmo com pessoas de fora do partido – é uma conjugação das suas qualidades humanas, de grande proximidade e atenção aos outros, com as políticas”, descreve ao Observador João Oliveira.
O dirigente lembra que tanto o trabalho junto dos sindicatos como na JCP implicam “um trabalho unitário, para além das fronteiras da juventude partidária ou do partido, e com abordagem direta a pessoas que não são do partido. Nos sindicatos, há uma intervenção junto de pessoas que não são comunistas, e até gente sem partido, com as quais é preciso trabalhar”, nota.
Ao longo dos anos, segundo as respostas do PCP ao Observador, Raimundo manteve essa ligação à JCP (depois de estar na direção da própria jota) e, de 2008 a 2016, assumiu na Comissão Política do partido a “responsabilidade” pelo trabalho da JCP. Já na área do trabalho, coordenou “setores e empresas especificamente do setor têxtil, vestuário e calçado, ferroviário, energia, entre outros, a partir de 2006 em períodos diversos”.
Além disso, “assumiu a responsabilidade do trabalho sindical em setores como o têxtil, o vestuário e calçado, comércio e serviços, hotelaria e turismo, agricultura e indústria alimentar” e ficou responsável pela ponte com “quadros técnicos, arqueólogos, arquitetos e bolseiros”.
Pelo meio, ainda dentro do partido, integrou a direção da Organização Regional de Setúbal, no final dos anos 90, e teve responsabilidades na Comissão Política pela Organização Regional de Braga, de 2004 a 2008. Atualmente continuava a operar em vários planos: ao nível do Secretariado do partido, acompanha todo o norte do país (Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança); na Comissão Política, é responsável pela área dos Serviços Públicos e Defesa do Consumidor, desde o último congresso, em 2020, em que passou a ter assento nos dois órgãos mais exclusivos do PCP, a Comissão Política e o Secretariado do Comité Central.
No setor sindical, as características apontadas a Raimundo são as mesmas. “É um camarada ponderado, cuja opinião é sempre um contributo para gerar consensos e para levar a discussão para um caminho que nos interesse”, resume o dirigente sindical Luís Leitão, que é, como Raimundo, de Setúbal, mas também recorda intervenções “decisivas” de Raimundo em Braga, para constituir um núcleo do Movimento dos Trabalhadores Desempregados em mais um trabalho “unitário” que extravasou as barreiras do partido, e na organização de uma caminhada contra o desemprego em Braga, que implicaria a união de vários sindicatos.
E resume a vantagem que vê em contar com Raimundo à frente do PCP em tempos de potencial contestação social: “Vai ser bom pelo modo como olha para o trabalho, a exploração, o que vão ser estes anos… vão levar a muita luta”.
Ilda Figueiredo, vereadora comunista no Porto, teve com Raimundo muitos pontos de trabalho e “contacto fraterno, porque é uma pessoa afável e simpática”, graças ao seu acompanhamento da região norte, e destaca o mesmo: “É um homem de construção de pontes, com facilidade entre diferentes opiniões, visão solidária e de procura de encontrar os melhores caminhos”.
A cassete de Raimundo (e os dotes de fadista)
Mas isto é dentro das paredes do PCP. E se Miguel Tiago diz que Raimundo só é “desconhecido dos que não lutam”, não será bem assim: a verdade é que a escolha acabou por surpreender também dentro do partido, com o ex-dirigente Arménio Carlos a sugerir, à Rádio Observador, que haveria “outros nomes com condições” para assumir o cargo e os renovadores – comunistas afastados do PCP graças à grande cisão dentro do partido, que culminaria no princípio dos anos 2000 – a apontarem o dedo a um partido fechado sobre si próprio.
“Pode ser um excelente organizador” e um nome com peso “para dentro”, mas o PCP devia estar a pensar “para as massas, para o povo”, resumia, esta semana, o histórico Carlos Brito. O PCP de hoje, corroboraria Domingos Lopes, está “sintonizado completamente” com o “início do século XX” e Paulo Raimundo é alguém “que se situa neste patamar”, podendo até ser “um grande quadro do partido” – mas sendo também alguém que nunca foi visto, sequer, num “debate político” público.
O que as poucas intervenções disponíveis de Raimundo nos dizem é simples: o nome apoiado por Jerónimo não trará planos para fazer nenhuma revolução dentro do partido nem para fazer mudanças programáticas – chega sim, como dizia Jerónimo, como uma solução “segura” para dar um impulso novo ao partido em tempos difíceis, tempos em que o líder não estará no Parlamento mas em que se concentrará em dar força à “luta” contra o Governo e nas ruas.
Não será por acaso que no ano passado, na celebração do centenário do PCP, Raimundo fez uma intervenção em que defendia que “a força organizada dos trabalhadores é capaz de tudo” e em que deixava um apelo a esses mesmos trabalhadores: “Todos os que são explorados, mesmo que não tenham consciência disso mesmo, sabem pela dureza da vida que algo não está certo”. E preparava o partido para uma “intensa luta de classes, numa altura em que “a vida está mais difícil” e em que vislumbrava uma “autêntica pilhagem liberal” nas empresas e nas grandes superfícies, culpa da “exploração e força do patronato”.
Já no último congresso, em 2020, fazia uma intervenção em que professava a sua “confiança inabalável nas massas, na juventude e nos trabalhadores”. Em março deste ano, assinava uma declaração do partido em que apelava à mobilização dos trabalhadores, mais uma vez: “Façam ouvir a sua indignação e o protesto contra o aumento do custo de vida e travem com a sua ação o processo em curso para subir preços, aumentar juros, promover especulação e atacar direitos”.
E, puxando o filme dos congressos do PCP mais atrás, o que se encontra são intervenções sempre na mesma linha: “Empenharemos todas as nossas forças na intensificação da luta de massas, com todos os desenvolvimentos e expressões que possa vir a assumir”, avisava no XIX congresso do PCP, em 2012, em plena crise.
“Não ficamos à espera nem surfamos na onda da luta. Nós somos dinamizadores do processo, seus protagonistas, parte integrante deste movimento, dessa onda, essa força imensa, essa luta imensa”. Palavras que o PCP deverá querer repetir agora, com Raimundo à frente dos destinos do partido, numa fase de dificuldades económicas em que terá de competir com a esquerda, mas agora também com o Chega, para ser a voz da contestação nas ruas.
O que se vai sabendo de Raimundo é, assim, o que contam os colegas de partido – onde passou a maior parte da vida – e o que mostram as suas escassas intervenções públicas. Isto apesar de, além do currículo quase exclusivamente político, como acrescenta João Oliveira, também já ter demonstrado nalgumas Festas do Avante ter “dotes de fadista”.
A biografia que era para consumo interno e o mito do burocrata
Do lado do PCP, aponta-se uma série de supostas injustiças nas críticas feitas por estes dias. À partida, defende uma fonte comunista ao Observador, “a biografia não era para consumo externo”. E explica porquê, lembrando que a “linguagem” e a semântica dos outros partidos, ou do jornalismo no geral, nem sempre traduz o que vai na cabeça dos comunistas: “A origem social e o último trabalho que se teve são o critério [para classificar uma pessoa e a sua profissão], porque o PCP acha que isso define alguém”.
“Se é modesto, se passou dificuldades, se cresceu num bairro problemático, se teve de trabalhar aos 15 ou 16 anos mesmo que só durante dois ou três, isso é a definição da origem social: é considerado operário. E com essa idade uma pessoa já tem a sua personalidade formada”, garante a mesma fonte. Já não se mantém “a regra de ouro” – uma maioria de origem operária na direção do partido – mas continua a ser importante no partido manter “o lugar da fala”: dar voz a pessoas que considere, segundo os seus critérios, “operárias”.
No PCP, o argumento tem eco: ao contrário dos outros partidos, defendem os comunistas, não se justifica a classificação de “boy” ou político profissional para Raimundo – primeiro, porque um funcionário do partido não ganha muito acima do salário mínimo; depois porque, como diz ao Observador o dirigente Bernardino Soares, ser funcionário do PCP “não significa ser um burocrata fechado no gabinete a fazer coisas” e implica “estar no terreno” e “contactar muita gente”.
É isso, defendem os comunistas, que Raimundo tem feito na vida pós-padaria/carpintaria/animação cultural e pós-bairro da Bela Vista (hoje vive no Barreiro, é casado e tem três filhos): trabalhar as bases, conhecer o partido, mas também fazer pontes para fora dele. Daí que praticamente ninguém fora do PCP o conheça, mas dificilmente haja comunista que diga o mesmo ou que consiga distinguir em que cargo estava a dada altura, ou que funções desempenhava – uma vez que Raimundo já foi quase tudo dentro do partido.
Quase tudo exceto, é claro, encabeçar uma lista para eleições, por exemplo. Ou fazer qualquer tipo de tarefa que envolva notoriedade ou mediatismo. “Não se pode ser conhecido se, naturalmente, não aparecer”, resumia Jerónimo de Sousa na sua conferência de imprensa de despedida, este domingo, lembrando que também lhe trocavam o nome (“chamaram-me Germano”), até simpatizantes do PCP, quando assumiu o cargo.
Ainda assim, nessa altura, em 2004, Jerónimo já tinha sido candidato presidencial e já passavam quase trinta anos desde a sua primeira candidatura ao Parlamento. Não seria exatamente um desconhecido. Como não o seria Carlos Carvalhas, que antes de suceder a Álvaro Cunhal ocuparia durante dois anos o lugar de seu braço direito, para fazer uma transição suave.
Ora, enquanto nos últimos anos nomes como João Ferreira, João Oliveira ou Bernardino Soares se tornavam presenças habituais nos canais de televisão e espaços mediáticos, Raimundo raramente aparecia – exceção feita a um discurso no centenário do partido, uma entrevista no último ano e a inclusão na delegação do partido a Belém – e surpreendeu colegas de partido, como percebeu o Observador minutos depois de ser conhecida a indicação do partido, e até do Comité Central, como o próprio Jerónimo admitiria no dia seguinte.
Agora, o PCP está a contar que a aparente fraqueza de ter um novo líder com zero notoriedade, mas também zero agastamento, e sem palco parlamentar se transforme numa força. Há dias, João Ferreira defendia na RTP3 que o facto de ser um homem normal, sem mediatismo nem protagonismo nenhum, o aproximaria dos trabalhadores comuns graças ao “sentimento de identificação”.
Nas redes sociais de muitos militantes comunistas fazia sucesso, por estes dias, o artigo de um “camarada”, António Santos, publicado no site AbrilAbril, que defendia o “doce simbolismo” da escolha de Raimundo para “os anónimos”: “os que construíram Tebas e o convento de Mafra; os que arriscam o pêlo pelos colegas porque têm princípios; os que ganham mal e trabalham muito; os que vivem em bairros onde a Ana Gomes não vai (…). Numa palavra: os que lutam. Com ou sem mediatismo, mesmo sem nunca ter sido deputado, até sem ser licenciado. Tanto como o nosso povo. Vindo dele e sem dele sair. Como são os comunistas”.
Que para o partido Raimundo é um “homem do povo”, como Jerónimo de Sousa resumiu, fica evidente. O resto começará a perceber-se a partir deste domingo, quando fizer, no encerramento da conferência nacional do PCP, o seu primeiro discurso como secretário-geral dos comunistas.