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Alexandra de Cadaval no palácio da família, em Évora
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Alexandra de Cadaval no palácio da família, em Évora

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Alexandra de Cadaval no palácio da família, em Évora

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

“Quero fazer coisas que eu sinta que estou a servir.” Alexandra de Cadaval numa visita guiada e pessoal pelo palácio da família em Évora

Com porta aberta para a praça do Templo de Diana, o Palácio Duques de Cadaval recebe turistas, exposições e festivais. Alexandra de Cadaval conta as histórias desta casa museu em transformação.

Alexandra de Cadaval recebeu o Observador à porta do palácio da sua família em Évora. Seguiu-se uma visita guiada por alguém que, não só tem naquele espaço a sua casa, como também uma “missão” e tem trabalhado para a sua transformação em museu, do restauro do edifício às exposições de arte ou festivais de música. Viveu na Índia, fez missões em Moçambique e agora faz do Palácio Duques de Cadaval a sua prioridade. “Eu gostava imenso de ver este espaço ativo em todos os campos. É a minha missão. Gostava mesmo que o espaço estivesse vivo.” As divisões abertas ao público não são cenários de uma casa, são salas transformadas em galeria de arte, mas o palácio com mais de 600 anos de história continua em remodelação. As memórias estão nas palavras de quem nos acompanha e, por agora, na arte escolhida para a exposição “The Scenery of Memory”.

Em visita pelo palácio, Alexandra de Cadaval volta constantemente à exposição de 2018, em que levou África para Évora. “Foi a minha primeira grande exposição. Eu diria que, nesta área da arte, foi provavelmente o meu maior desafio pessoal. Conseguir fazer o restauro e preparar as salas [do palácio] e conseguir acolher esta exposição”, conta ao Observador. “E foi também a minha transição de regresso de África. Foi um marco para o palácio, mas também foi um marco muito importante para mim.” Alexandra é a filha mais nova do 10º duque de Cadaval e da duquesa Claudine, e é irmã da atual duquesa de Cadaval, Diana. Nasceu em Nova Iorque, viveu  em Paris até aos seis anos e depois veio com a família para Portugal. Na adolescência partiu para Londres para os estudos superiores. Estava a estudar indústrias culturais, mas confessa que se cansou e desistiu. “Acho que eu tive um chamamento muito forte humano.”

O ioga levou-a a querer ir praticar para a Índia e uma amiga recomendou Mysore. “Chego e percebo que estou num dos maiores institutos da Índia e que tenho 300 pessoas, mestres, professores a fazerem coisas que eu nunca tinha visto na minha vida. Eu disse: ‘ai meu Deus, onde é que eu fui parar que eu nem consigo fazer uma saudação ao sol?’ Fui aprendendo.” Depois foi ao norte para o casamento de uma amiga e no Rajastão trava amizade com a princesa de Jodhpur. “Eu já tinha as bases de trabalho aqui do Festival Músicas Sagradas, já tinha uma conexão também com a Índia.” Por isso, quando a princesa lhe disse que queria dinamizar uma fortaleza do século XV, começou um novo desafio que viria a tornar-se realidade três anos depois como um festival.

Foi no Rajastão que conheceu a pessoa que a introduziu no trabalho com as comunidades. “Eu adorei esse trabalho”, confessa. “Porque comecei a ter um contacto com as tradições em vias de extinção, com a dificuldade da vida do músico tradicional e destas comunidades que estão muitas em níveis de pobreza graves e sérios. Portanto, humanamente, começa-se a formar aqui outra Alexandra cá dentro.” Tinha 20 anos. Depois foi desafiada para se juntar à fundação portuguesa Apoiar e rumar a Moçambique. “Porque não, nunca fui a Moçambique. Eu vou. Vou a Moçambique”, respondeu ao desafio Fez uma missão de quatro meses com as Irmãs Franciscanas no realojamento das vítimas das cheias de 2001 em Maputo. Cruzou-se com o problema de estigma da HIV-Sida e conta que teve contacto com casos abandonados que a deixaram “altamente perturbada”. Quis fazer alguma coisa e criou um festival de música mensal aos sábados que mobilizou a comunidade.

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“Através da dança e da cultura foi altamente orgânico.” O festival cresceu, teve apoio da Gulbenkian e acabou por alargar o seu campo de trabalho a toda a saúde. O projeto envolveu 19 mil pessoas em dois anos. Já apaixonada por Moçambique, decidiu atravessar o país de norte a sul à procura das formas tradicionais de música quando no norte, nas aldeias de Nampula e Cabo Delgado, se voltou a deparar com casos de saúde graves, desta vez por causa da lepra. Contactou a Ordem de Malta-França, que a desafiou a ser chefe de missão no território e durante cinco anos organizou missões. Em 2016 já o trabalho estava dificultado pelo perigo e decidiu voltar para Portugal. “As minhas missões acabaram por completo. É uma tristeza. Hoje em dia, com tudo que se passa, é impossível.”

Alexandra de Cadaval numa sala do palácio que não está aberta ao público

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Alexandra de Cadaval perdeu o pai aos 18 anos, mas conta que a mãe esteve a seu lado em todo o percurso e no início das missões enviava todo o apoio que podia. “Ela veio uma vez a Moçambique, ter comigo, e quando me via a comunicar com as pessoas no meio das ruas, com a AK-47 e tudo, ela dizia-me, onde é que nós estamos?’” A dada altura a mãe disse-lhe que era bom regressar a Portugal e dar atenção a Évora e assim foi. “As pessoas dizem-me: ‘Alexandra, não pensas em ter uma família e filhos e tudo?’ Fiz paz. Eu nunca teria conseguido fazer a vida que eu fiz se tivesse feito uma escolha de ter filhos”,  e diz que quando esteve em missões humanitárias teve “uma pessoa” ao seu lado. “Era duro”, confessa recostada no sofá em reflexão. As pessoas com quem fala em Moçambique dizem-lhe que estão esquecidas. Agora tem a vida planeada até 2027 e diz que a sua prioridade é Évora, mas confessa que depois quer voltar às suas missões. Onde, ainda não sabe. “Acho que temos uma responsabilidade humana que está muito esquecida. O mundo nunca esteve tão mau.” Depois de ter passado por sítios tão diferentes não hesita em dizer que a sua casa é em Évora. Mas acrescenta que mantém um pé na Índia, onde vai todos os anos passar cerca de três meses e onde tem o festival em fevereiro. “Eu quero fazer coisas que eu sinta que eu estou a servir.” O palácio é um museu, mas também uma casa de família e há uma “missão” de “partilha do espaço”.

Uma igreja única tornada panteão familiar

Alexandra de Cadaval quis começar a mostrar o seu palácio pela igreja. A obra original do século XV foi uma das ocupações da vida do seu pai, Jaime, o 10º duque de Cadaval. “O restauro da igreja nos anos 50 foi, diria, o projeto de vida do meu pai”, assim como “fazer aqui o panteão da família, porque os Cadavais vão-se embora de Portugal. A minha sobrinha, a filha da Diana, é a primeira Cadaval a nascer em Portugal depois de 200 anos.” Os casamentos levaram os duques de Cadaval para Espanha, França, Alemanha ou Itália “a missão” do seu pai foi, “durante o restauro, encontrar os diversos duques de Cadaval e juntar toda a família aqui”.

Quanto ao restauro, trata-se de um espaço único, a igreja tem 11 metros de altura e tem as paredes cobertas de azulejos, onde se vê uma evolução de um estilo árabe para o clássico português, em azul e branco. “Os azulejos são pintados por um muito famoso artista em 1711 António de Oliveira, são momentos da vida do patriarca de Veneza, São Justiniano, da congregação dos Eloi. A família depois faz construir o convento, que é hoje em dia a Pousada de Évora, em ligação direta com esta congregação.” No chão da igreja há duas janelas para um mundo subterrâneo. É possível ver ossadas que foram encontradas durante as obras e uma cisterna árabe. Dentro da igreja é possível passar por uma sala onde está um fresco intacto do século XVI. Numa outra sala está uma ligação à muralha local e duas amostras de azulejos árabes encontrados durante as obras. “Diria que há tantos layers aqui dentro do palácio.”

A igreja com azulejos a cobrir paredes com 11 metros de altura
DIOGO VENTURA/OBSERVADOR
Os azulejos tornam este espaço único
DIOGO VENTURA/OBSERVADOR
O fresco do século XVI que está intacto
DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

A igreja é consagrada, ou seja, pode receber casamentos, mas de momento recebe mais turistas, que “têm uma emoção enorme”. “Para nós e para as pessoas que cá vêm há um lado contemplativo muito forte. Também usamos muitas vezes para os nossos concertos de músicas sagradas e também já foi usado para exposições”, conta Alexandra de Cadaval. Também já passaram por lá músicos, a nossa guia conta que o último que atuou na igreja foi um cantor de música e poesia Sufi. “A mensagem do sufismo é sempre à volta do amor, portanto para nós que seja através do catolicismo, através do sufismo, desde que estejamos dentro da mesma mensagem, achamos que podemos apresentar essas formas e músicos aqui dentro da igreja.” Para a família também é um espaço especial. “A Diana casou-se na catedral porque tínhamos muitos muitos amigos, mas depois viemos e houve aqui uma cerimónia. Eu diria que esse foi o momento mais importante. E, obviamente, o batizado da Isabelle, que foi aqui. Foram os momentos mais impactantes a nível familiar.”

De África para Évora e um palácio que se quer artístico

Começava uma tarde de quinta-feira em setembro e a temperatura em Évora ultrapassava os 30º. No pátio do palácio os turistas ocupam a esplanada e na sombra da arcada Alexandra de Cadaval suspira como quem vai começar a contar uma história. “Há 35 anos, a minha mãe decide abrir o palácio ao público e com um festival de música clássica em que trabalhou em conjunto, apoio e parceria com a Fundação Gulbenkian durante 10 anos. Ela foi a primeira a fazer um festival de música clássica em toda esta região.” Até então o palácio teve diferentes fases, foi casa de família, houve residentes e foi residência de universitários. Alexandra conta que foi sendo recuperado a pouco e pouco. Diz que a mãe “foi a visionária do palácio” ao querer “partilhar o espaço e um marco tão importante para Portugal”.

Depois, Claudine de Cadaval vai a França e tem contacto com um festival de músicas sagradas do mundo, “tudo o que era à volta do património imaterial musical, especialmente do oriente”, conta a filha mais nova, e decide fazer um festival do mesmo género em Évora. Foram 17 edições com participantes do mundo fora. Alexandra entrou no projeto de forma orgânica. O sucesso foi tal que o festival viajou até ao outro lado do globo para se instalar também na Índia. A proximidade com o diretor artístico foi natural e há já duas décadas que formam a equipa que faz acontecer tanto os festivais de Évora como o da Ásia.

O pátio do palácio onde Alexandra de Cadaval posou para o Observador e onde se pode ver a obra de Esther Mahlangou

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Em 2017, Alexandra estava a viver em África e a desenvolver trabalho de proximidade com artistas africanos, quando numa visita a Portugal sugere uma edição “África em Évora”. Conheceu André Magnin, diretor artístico da importante coleção de arte contemporânea africana de Johnny Pignozzi, e convidou-o a fazer a curadoria de uma exposição no Palácio Duques de Cadaval. “Eu vou a Évora, vou ver o teu palácio”. Mas havia ainda um caminho a fazer. “Ele disse: ‘isto é tudo lindíssimo, mas tens muito trabalho de restauro para conseguir receber uma exposição destas’”, lembra Alexandra. Decidida, comprometeu-se a recuperar as salas, caso o curador se comprometesse primeiro a fazer a exposição e assim foi. O projeto começou a ganhar pernas para andar com a candidatura a fundos comunitários, e no ano seguinte tornou-se realidade. “Foi a nossa grande primeira exposição de, diria, escala internacional.” Houve também uma programação de três meses de música africana em Évora. Entre artistas plásticos e músicos vieram a Portugal cerca de 200 artistas. Alexandra conta que convencê-los a fazer a viagem é fácil, tratar da documentação é que é mais difícil.

Depois da onda de arte africana que invadiu Évora com epicentro no palácio, Alexandra de Cadaval conta que começou a tratar de restaurar a infraestrutura do edifício, candidatou-se a apoios ao património e conseguiu. Entre 2020 e 2022 o palácio esteve em obras e nesse ano abriu as portas com uma exposição em parceria com Fundação Yves Saint Laurent. A mostra celebrou o aniversário da casa de moda do costureiro e juntou uma das suas grandes paixões e influências, Marrocos. Na igreja estiveram expostas criações de Alta Costura e no palácio podiam ver-se obras de artistas contemporâneos marroquinos. “Foi muito importante para Évora”, diz Alexandra de Cadaval. “Nunca houve uma página escrita no Financial Times sobre Évora até estar Yves Saint Laurent no Palácio Cadaval”, conta uma das mentoras do projeto com orgulho. No ano passado dedicou-se às cerâmicas contemporâneas e organizou uma exposição com 34 artistas, entre eles Joana Vasconcelos. “Tinha uma dupla mensagem, não só a história que Portugal tem com essa arte, mas também [o facto de] nós termos conseguido fazer esta renovação. Foi o ‘obrigado’ à terra, a Évora e às pessoas.”

O tal pátio onde estivemos à conversa foi desenhado por um paisagista francês que quis criar em Évora um espaço de inspiração andaluz. As laranjeiras estão a crescer, os azulejos brancos e verde esmeralda trazem frescura e a esplanada do restaurante convida a sentar para desfrutar. Mas era preciso atravessar o pátio para ver a obra de arte que lá mora. Há um mural da autoria da artista sul-africana Esther Mahlangou encomendado para a exposição africana que teve lugar no museu. “É uma artista monumental, está neste momento na Bienal de Veneza e está no topo do topo da sua carreira. A Esther tem 88 anos, é uma princesa Ndebele. É uma arte tribal e de ornamentação passada de geração em geração pelas mulheres.” A linguagem desta arte mudou com Apartheid e a aplicação de cor mudou com Esther, uma vez que antes eram usados pigmentos naturais e com ela a paleta cresceu muito com a ajuda de acrílicos.

A fachada onde se pode ver a entrada para o palácio
DIOGO VENTURA/OBSERVADOR
Uma sala no circuito da exposição, no interior do palácio
DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Durante sete anos Moçambique foi a casa de Alexandra de Cadaval, mas mantendo um pé em Évora e outro na Índia ao mesmo tempo. Percorreu o país africano de norte a sul para um trabalho de recuperação de património imaterial musical e, a dada altura cruzou-se com o trabalho de ornamentação e com uma aldeia onde as pinturas exteriores das casas eram rezas. Seguiu o caminho da ornamentação até à África do Sul e o encontro com a arte Ndebele e com Esther foi natural. Com a ajuda de André Magnin, a artista africana esteve em Évora durante cinco semanas. “Ela pinta tudo a olho, não há réguas, e é tudo pintado com penas de galinha.” Em andaimes, sempre de pé e em plena performance para deleite de quem passou pelo pátio do palácio, Esther Mahlangou pintou ao vivo o mural que ainda hoje pode ser visitado.

A artista é muito rápida no seu ofício, por isso tratou também de pintar um arco por cima da entrada da propriedade, na praça do Templo de Diana, colunas no interior do restaurante e ainda uma mota do duque de Cadaval que está em exposição no interior do palácio.  Esta arte está em vias de extinção, porque as mulheres que fazem ornamentação são todas da geração de Esther e esta, por sua vez, está a dar formação num projeto escola para passar os seus conhecimentos. Nas mãos de Alexandra de Cadaval está em andamento um projeto filantrópico que une esta arte a tapeçarias com uma finalidade filantrópica. “Eu diria que Esther Mahlangou é um bocadinho a mascote aqui do palácio”.

Um piso nobre tornado museu onde duas irmãs fazem exposições

O palácio está aberto ao público de terça-feira a domingo e o bilhete custa oito euros. A visita no interior começa no piso superior. O piso inferior vai entrar em trabalho de restauro. O espaço aberto ao público é o piso nobre, que é o espaço usado para as exposições, desde 2018. Desengane-se quem vai à procura de um palácio com móveis antigos e cenários de casa de família. Estas salas são brancas e despojadas, como uma galeria pensada para deixar brilhar a arte que expõe. Neste momento está em exibição “The Scenery of Memory”, uma coleção de dioramas de Ronan–Jim Sévellec, e Alexandra de Cadaval conta que, pela primeira vez desde 2018, voltaram a cruzar obras contemporâneas com peças históricas da família porque, tendo por mote o título, acharam bem “também trazer os cenários da memória da família”. Sévellec é um artista francês com 82 anos e esta é a sua primeira exposição em Portugal. A mentora da exposição descobriu a sua obra no Museu da Arte Bruta em Paris e trouxe para Évora 12 caixas com pequenos cenários, todos inventados e criados ao mais ínfimo pormenor pelo próprio. “O conceito dele é tudo à volta da beleza do banal”, explica. As caixas da exposição são do próprio artista e serão as suas últimas criações. “Ele vê a beleza dentro da degradação.”

Um diorama de Ronan–Jim Sévellec e uma obra do artista Gonçalo Mabunda, na exposição "The Scenery of Memory”

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

São mais de 10 salas de exposição que se desenrolam ao longo de um corredor e funcionam como galeria de arte em constante movimento. Pelo meio há obras de muitos artistas. A nossa guia destaca alguns, como Marco Pinto um fotógrafo moçambicano com quem trabalhou em Moçambique. São fotografias de um trabalho que se chama “Dá licença” e mostram o interior de casas emblemáticas da História num bairro periférico de Maputo que se chama Mafalala. “Eram casas onde tinham reuniões privadas secretas com Samora Machel… Ele entrava dentro das casas e dizia ‘Dá licença, eu posso fotografar a sua casa?’”. Outro é Gonçalo Mabunda, que cria obras de arte com antigas munições. “Há todo um projeto que foi feito em Moçambique à volta da recuperação destas armas antigas. Portanto, eles iam encontrando e tinham uma missão católica em que, ao trazerem antigas armas, lhes davam comida em troca. Surge aqui um movimento de artistas que começam a trabalhar com as armas. E o Gonçalo é provavelmente um dos maiores.” Quase no fim da exposição uma série de desenhos da Cidade Perdida em Pequim comprados pela duquesa Claudine de Cadaval em Paris há cerca de 20 anos, vieram a revelar-se uma relíquia que faz as delícias dos turistas chineses. A atual exposição termina em outubro. Para março do próximo ano está já pensada uma exposição de Amadou Sanogo, do Mali. O artista, que também tem uma obra atualmente na parede no palácio, esteve lá em 2018 e explicou que tenta encontrar técnicas que as pessoas não consigam copiar.

A equipa que pensa as exposições é composta pela dupla de irmãs Cadaval, Alexandra e Diana. A primeira assume-se mais do mundo contemporâneo e conta que a irmã mais velha é mais ligada ao mundo tradicional. Mas não estão sozinhas. Com a duquesa-mãe fazem um trio. “Ela acompanha tudo desde o primeiro momento. Ela adora. É muito ligada. Primeiro, somos as três muito ligadas. A exposição monta-se quase com as três em conjunto.” Depois há um cenógrafo e uma equipa que ajuda a montar tudo. Os turistas que chegam ao palácio querem ver uma casa de família e foi preciso trazer parte da história de Cadaval para a visita do público, por isso, além das obras de arte da coleção há também mobílias.

Em 2027 Évora será Capital Europeia da Cultura e os projetos já fervilham. O artista para esse ano ainda não pode ser anunciado, mas a partir de 2025 começará uma programação de workshops, conferências, bolsas e mais. E ainda a reanimação do Festival Évora Clássica com uma mistura do Festival de Músicas Sagradas do Mundo em diferentes lugares, como o largo em frente ao Templo de Diana, o pátio do palácio, a igreja e outras zonas. A ideia é arrancar em setembro de 2025 com três dias de festival e seguir com uma programação contínua mensal que tem objetivo de evoluir. “Nós não podemos deixar desaparecer as coisas.” Há uma missão de manter viva a herança, diz Alexandra de Cadaval com firmeza. “Tanto nossa, tanto do mundo.”

 
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