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O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE
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O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE

RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

O ranking tem por base os dados do Ministério da Educação, que são trabalhados pelo Observador em parceria com a Nova SBE

RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

Ranking 2023. A escola que subiu mais de 3 valores e as que tiveram melhor média a Português e Matemática: 8 curiosidades (e 7 gráficos)

O ranking de exames do secundário de 2023 mostra que a melhor média a Matemática foi de uma escola pública e a de Português de uma privada. E só há 16 escolas com 90% ou mais de docentes nos quadros.

    Índice

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Todos os gráficos são interativos. Passe o cursor sobre as tabelas para ver mais informação.

A média nacional dos exames do secundário aumentou, os primeiros lugares do ranking continuam reservados para as escolas privadas (a primeira pública de 2023 surge na 24.ª posição) e em 340 escolas (num universo de 602) praticamente não houve variações de média. Os rankings de 2023 permitem-nos estas e várias outras leituras que ajudam a entender uma parte da realidade das escolas em Portugal — a parte que os números mostram —, ainda que não seja suficiente para traçar um retrato preciso sobre o estado da Educação nacional. Há assimetrias que se mantêm desde há muito e números que mostram inversões de tendência.

O Observador revela alguns desses detalhes e curiosidades — como a pequena quantidade de escolas onde 90% ou mais dos professores estão nos quadros, onde ficam na tabela as escolas públicas de Lisboa e Porto e como mais de metade das privadas estão no top 1oo.

O ranking das melhores escolas do país foi feito com base nos dados oficias divulgados pelo Ministério da Educação. E posteriormente organizados e analisados pelo Observador, em parceria com a Nova SBE. Neste ranking apenas são incluídas escolas que realizaram pelos menos 20 exames nacionais, à semelhança do ano anterior.

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Pior pública do Porto tem média positiva

Lisboa é, sem surpresas, o concelho com mais escolas no universo de 602 analisadas (34) e tem no top 10 do ranking de 2023 duas escolas: a Academia de Música de Santa Cecília, na 7.ª posição, e os Salesianos de Lisboa – Colégio Oficinas de São José, em 10.º lugar. Mas para encontrar a pública da capital com melhor média de exames é preciso chegar à posição 54.ª, onde se encontra a escola básica e secundária D. Filipa de Lencastre, que é a 9.ª melhor escola do Estado (13.70 valores).

Ranking das Escolas 2023. Veja na tabela interativa em que lugar ficou a sua?

Das 602 escolas, a que tem pior média de exames fica no centro de Lisboa, a poucos metros da Assembleia da República — a escola básica e secundária Passos Manuel. Esta escola teve uma média de exames de 7.69 em 2023, abaixo dos 8.17 valores que alcançou no ranking de 2022.

Já o concelho do Porto, o segundo com mais escolas no ranking (21), conta igualmente com duas escolas privadas no top 10 das médias de exames  — o Colégio Nossa Senhora do Rosário (16.18 valores) e o Grande Colégio Universal (15.86 valores). Já a melhor escola pública do concelho é a Escola Secundária Aurélia de Sousa, que surge na posição 76 do ranking — com uma média de exames de 13.38 valores, praticamente a mesma do ano anterior (13.37). E se, por um lado, a pública mais bem colocada do Porto aparece muito mais abaixo na tabela do que a melhor escola do Estado do concelho de Lisboa, por outro, a menos bem classificada portuense, a escola básica e secundária do Cerco do Porto, surge em 493.º lugar — com uma média positiva (11.15) — bem acima da média de exames do liceu Passos Manuel, em Lisboa.

Mais de metade das privadas ficam no top 100

No total, no ranking de 2023 feito pelo Observador em parceria com a Nova SBE são consideradas 602 escolas — 95 privadas e 507 públicas. E há um dado que permite perceber desde logo a assimetria nas médias de exames: é que dos 95 colégios, 57 estão no top 100 — só 13 estão abaixo da posição 400, número que cai para cinco abaixo do lugar 500.

No lado oposto da tabela àquele onde está a maioria dos colégios, abaixo da 400.ª posição, aparecem em 2023 o Externato Cooperativo da Benedita, em Alcobaça (410.º); o Colégio Diocesano de Nossa Senhora da Apresentação, em Vagos (432.º); o Colégio de Nossa Senhora da Graça, em Odemira (434.º); a Escola Internacional de Torres Vedras (435.º); a Escola Complementar do Til – APEL, no Funchal (444.º); o Externato de S. José, em Lisboa (448.º); o Colégio Dona Filipa, na Amadora (451.º); o Colégio D. Dinis (Antº. Carneiro), no Porto (456.º); o Colégio D. Duarte, no Porto (549.º); o Externato Flor do Campo, em Odivelas (570.º); o Instituto Pedro Hispano, em Soure (580.º); o Colégio da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos, em Fafe (595.º); e, por fim, o Real Colégio de Portugal, em Lisboa (597.º).

Número de públicas com média de exames negativa cai para metade

No total, em 2023 houve 20 escolas com médias de exames de secundário abaixo de 10 valores — a maioria são públicas. Na prática, são 18 as escolas do Estado que não chegaram ao 10 e duas privadas: o Colégio da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos e o Real Colégio de Portugal.

Se se tiver em conta os rankings de 2022, verifica-se que esta evolução foi positiva, caindo para quase metade o número de escolas com médias de exames negativas — no ano anterior tinham sido 37 as escolas com médias até 10 valores. E numa análise mais aprofundada, verifica-se que foram os resultados nas escolas públicas que permitiram este salto, dado que tanto no ranking de 2022 como no de 2023 há dois colégios nessa situação.

A grande diferença está, assim, nos estabelecimentos da rede pública. Em 2022, havia 35 escolas com até 10 valores de média de exames, número que caiu para 18 no ranking de 2023, praticamente metade.

Na maioria das secundárias as médias dos exames mantiveram-se

Tal como já tinha acontecido no ano anterior, em 2023 na maioria das escolas as médias de exames do secundário praticamente não mexeu. Em 560 escolas, públicas e privadas, a variação dos resultados entre 2022 e de 2023 foi inferior a 1,5 valores. Se usarmos como variação máxima 0,5 valores, seja de aumento ou diminuição da nota média, encontram-se 339 escolas (mais de metade das 602).

Outra das curiosidades é haver três escolas que tiveram exatamente as mesmas médias de exame que no ano anterior: o Externato Infante D. Henrique, Braga (13.01 valores); a Escola Básica e Secundária Soares Basto, Oliveira de Azeméis (11.24 valores); e a Escola Secundária Dr. José Afonso, Arrentela, Seixal (11.63).

Média nacional aumentou, mas só a secundária de Pedrouços conseguiu subir mais de 3 valores

A nota média nacional dos exames aumentou, passando de 11.86 valores, em 2022, para 12.12 em 2023. E há de facto várias escolas que ajudaram nesta subida: em 76 estabelecimentos de ensino (públicos e privados) verificou-se um aumento da nota média de exames de pelo menos um valor. E se reduzirmos a análise às escolas em que essa subida foi superior a dois valores, encontramos cinco casos:

  • A escola básica e secundária de São Martinho do Porto passou de 9.89 para 11.91 valores;
  • A escola secundária de Monção passou de 11.03 valores para 13.42;
  • A escola básica e secundária Mestre Domingos Saraiva, em Sintra, passou de 8.42 valores para 10.81;
  • A escola básica e secundária de São João da Pesqueira passou de 10.25 valores para 12.89;
  • A escola básica e secundária de Pedrouços, Maia, passou de 9.59 valores para 12.71.

Esta última conseguiu, assim, no ranking de 2023, uma subida de 3.12 valores quando comparado com a nota média de 2022 — foi, aliás, a única a conseguir ultrapassar os três valores de aumento.

No outro lado da tabela, entre as escolas que desceram, a que teve uma maior queda na média é privada — o colégio da Associação Cultural e Recreativa de Fornelos —, que passou de uma média positiva em 2022, para uma negativa em 2023.

Maia é o concelho com maior percentagem de escolas no top 100

No top 100 do ranking de exames estão escolas de 52 concelhos, sendo Lisboa, sem surpresas, aquele que tem maior representação — 15 escolas: 4 são públicas e 11 são privadas. Logo a seguir está o Porto, com 8 escolas (só uma é pública), Coimbra (4 escolas, das quais duas são privadas), Maia (4 escolas, uma das quais é privada) e Braga (3 escolas: uma delas pública).

Como se pode ver no gráfico, se se tiver em conta a percentagem de escolas do concelho que está no top 100, constata-se que é o concelho da Maia aquele que aparece em primeiro lugar: 57,1% das escolas do concelho estão entre as 100 melhores. A seguir vem Coimbra (44,4%), Lisboa (44,1%), o Porto (38,1%) e, por fim, Braga (33,3%).

Só 16 escolas têm 90% ou mais de professores nos quadros

Apenas 16 escolas do país têm 90% ou mais de professores nos quadros, nenhuma delas nos concelhos de Lisboa e Porto. A percentagem mais alta é de 93% e verifica-se na secundária Morgado de Mateus, em Vila Real, e na secundária Arquitecto Oliveira Ferreira, em Vila Nova de Gaia.

Estas duas escolas não estão, no entanto, no topo da tabela: a primeira ocupa o 268.º lugar e a segunda na 407.ª posição. Por outro lado, a primeira pública a surgir no ranking (em 24.º lugar) tem apenas 71% de professores nos quadros.

Escolas públicas no top 50 aumentam, mas são ainda uma minoria. Colégio fundado por Belmiro de Azevedo ocupa o 1.º lugar (pela terceira vez)

Isto significa que, tal como aconteceu em anos anteriores, não é possível estabelecer uma relação direta entre o número de professores nos quadros e os resultados obtidos, neste caso a nota média de exames.

Recuando um pouco percebe-se que tem vindo a reduzir o número de escolas com mais de 90% dos docentes nos quadros. Se é certo que de 2022 para 2023 se mantiveram 16 escolas com 90% ou mais de professores nos quadros, se recuarmos a 2021, o número aumenta para 41, sendo que nesse ano a escola com maior percentagem de docentes nessa situação era a secundária de Vila Verde. E em 2020 eram 45 as escolas nessa situação.

Melhor nota a Português foi de uma privada e a Matemática foi de uma pública

Olhando para as notas obtidas nos exames de Português e Matemática — duas das provas com maior número de inscritos — os privados e as escola públicas partilham o pódio.

A Português, o destaque vai para o Colégio Efanor, no concelho de Matosinhos (em 1.º lugar no ranking de exames). No colégio fundado por Belmiro de Azevedo, a média obtida pelos alunos neste exame foi de 18,95 valores (mais 3,34 face a 2022). No que toca às escolas públicas, aquela que conquistou uma média mais elevada nas provas nacionais de Português foi a secundária de Santa Comba Dão, no distrito de Viseu. A média nesta escola foi de 16,31 valores. E, apesar de ter subido 5,22 valores face ao ano anterior, não foi suficiente para superar o desempenho das privadas.

Porém, a situação inverte-se a Matemática. A escola que registou uma média mais elevada no exame desta disciplina foi a secundária Gaia Nascente, no concelho de Vila Nova de Gaia. Nesta escola pública a média no exame de Matemática foi de 18,40 valores (2,51 acima do registado em 2022). Nas privadas, aquela que conseguiu melhor prestação nesta disciplina ficou ligeiramente abaixo. Foi o Colégio Bartolomeu Dias, em Loures, com uma média de 17,63 valores neste exame (mais 2,48 que em 2022) — esta instituição de ensino teve um contrato de associação terminado antes de 2022/2023.

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