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Nas Feiras Francas, em Fafe, Pedro Marques teve a sua primeira arruada no período de campanha oficial
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Nas Feiras Francas, em Fafe, Pedro Marques teve a sua primeira arruada no período de campanha oficial

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Nas Feiras Francas, em Fafe, Pedro Marques teve a sua primeira arruada no período de campanha oficial

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Rui Moreira tocou e fugiu do PS. Já Pedro Marques, pegou a rua de caras

Pedro Marques teve a sua primeira arruada, num dia forte para o candidato que condenou os extremismos na Europa, embora menos veemente com os socialistas. De manhã esteve com Rui Moreira.

Artigo atualizado ao longo do dia

Quase a meio da campanha chegou a primeira arruada digna desse nome para o candidato socialista. Foi em Fafe, terra PS, em plenas feiras Francas e, por isso mesmo, teve direito a tudo: ranchos, feirante de microfone a puxar pelo candidato — fosse quem fosse que lá viesse –, barraquinhas de tudo e mais alguma coisa, muita gente, chuva e até vacas barrosãs. Pedro Marques pegou a tarefa de frente e não desistiu nem quando começaram a cair umas gotas de água . E foi ali, no meio de tudo isto, que traçou uma linha vermelha para “todos” os extremismos na Europa, incluindo entre socialistas europeus.

Não se pode dizer que tenha enfrentado igualmente de caras as questões sobre os extremismos que existem entre socialistas europeus e que tem sido desafiado a condenar, nomeadamente os casos de Malta, Eslováquia e Roménia, embora tenha aplicado a estes a mesma regra que define para os extremismos de direita.”O que preocupa mais é que os extremismos não cheguem ao poder. Há linhas vermelhas que não quero que sejam uma realidade no meu país”. Pedro Marques aponta aos partidos conservadores, demarcando-se por “não normalizar a extrema direita” e porque o seu partido não faz “coligações com a extrema direita como a direita europeia fez mais do que que uma vez”.

Joaquim Barreto, de chapéu, acompanhou o candidato socialista na volta pela feira

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Já quando confrontado com o que acontece entre socialistas na Europa, o cabeça de lista do PS às Europeias acaba por pôr todos no mesmo saco: “Aí é uma linha vermelha para todos, o cumprimento do Estado de Direito Democrático é para todos”. Sem dizer mais. Seguiu e voltou a mergulhar nos meio de fafenses que gozavam o feriado municipal, vendo passar nas festas da terra o autarca Raul Cunha, o presidente do PS-Braga Joaquim Barreto e Pedro Marques (com a número dez da lista, Isabel Carvalhais, também ao seu lado).

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Do “amigo” ao “santinho”. Ou o candidato certinho

À entrada da feira já Henrique, da banca da fruta, gritava ao seu microfone “amigo a Europa está contigo”, sem sequer perceber quem vinha no meio do ajuntamento de bandeiras amarelas do PS e gritos pelo “Pedro amigo, a Europa está contigo”. O feirante apanhava o que percebia das palavras de ordem da JS e ia repetindo até ver chegar o socialista. No caminho de volta de Pedro Marques, encontraram-se outra vez e o nome do candidato continuava uma incógnita para Henrique que, desta vez, gritava pelo “santinho”. “Foi uma senhora que passou que me disse que era este o nome”. Não interessa, o barulho estava feito para a procissão passar.

Pedro Marques chegou com a comitiva meia hora depois do que estava previsto, deixou que o desfile de ranchos seguisse em frente e só depois apareceu. Arrancou do ponto marcado, mesmo debaixo da sede do Bloco de Esquerda de Fafe, pela ala esquerda da feira. Vê uma criança ao colo ou no carrinho e pára, sempre. Mesmo que fique em branco na resposta. “Dás-me cinco? Dá cá mais cinco ao Pedro”. O miúdo de cara envergonhada ao colo do pai preferiu não largar a bandeira que tinha na mão e deixou o candidato de mão estendida. Uma reação que, no entanto, não aconteceu com frequência a Pedro Marques nesta volta de alguns apertos.

A arruada não chega a atingir proporções de multidão, nem de grande confusão, mas o candidato vai sempre preocupado com o caos que poderá estar a causar e pede desculpa: “Desculpem lá a confusão”, diz às senhoras que de repente dão por elas presas dentro da bolha socialista. “Onde nós nos viemos meter!”, comentam depois do cumprimento do socialista e de soltarem um “viva Costa”.

Em Fafe era feriado e a arruada, pelas quatro da tarde, teve muita gente

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“Dá-me licença que a cumprimente”, é outro dos gestos recorrentes. “António Costa sempre em frente”, gritava um homem que não se desiludiu quando viu que, por agora, o candidato socialista era outro: “Toda a gente PS é bom”, atirou. Pedro Marques distribui beijinhos, apertos de mão e palmadas nas costas e também ouve queixas, embora ali — entre gritos de jotas e a serenata melosa da banca de discos lá atrás– já não consiga perceber metade e atire uma resposta apenas educada. Foi o que aconteceu quando, na parte mais agrícola da feira, junto ao tratores que estavam expostos, um homem se queixou de “dinheiro que vai todo para o Alentejo e para o Ribatejo” — onde o socialista passou os últimos dias a promover fundos para o interior. Pedro Marques tenta perceber e o homem repete ao mesmo tempo que o candidato já lhe garante: “Ok, já percebi, tomei nota, tomei nota”. Siga.

A meio garante que “está muito à vontade” naquele palco e “com paciência” — coisa que tem dito faltar ao candidato social-democrata Paulo Rangel. E ainda acrescenta: “E acho que com alguma empatia”. Não tem sido este o caminho da sua campanha, normalmente mais interessada em visitas a empresas do que a ambientes menos controlados, como o daquela feira, por exemplo (mesmo que seja uma terra socialista). É na rua que mais solta o apelo ao voto, nem diz PS, deixa os panfletos para distribuição de quem o acompanha — recusa a Joaquim Barreto um molho de propaganda que o presidente do PS-Braga lhe tenta passar para a mão logo no início da arruada. Quer ir de mãos soltas, para que não lhe escape ninguém por quem passa. Junta as mãos para pedir que votem, no dia 26. “Por favor não se esqueçam de ir votar”, diz à mãe. Ao filho pergunta: “Já tens um lápis para a escola?”.

O toca e foge de Rui Moreira (que não disse se apoia o PS)

Tinha vindo do Porto, onde esteve de manhã para uma reunião “relevante”, com o presidente da Câmara. Quinze minutos de reunião nos paços do concelho, dois minutos de declarações à porta e Rui Moreira saiu de mansinho do lado do candidato socialista que, quando lhe agradeceu o encontro, já não deu com o autarca da cidade ali ao seu lado esquerdo. No seu lugar estava já o nono da lista do PS, Manuel Pizarro, que é também vereador na Câmara e que se juntou a Pedro Marques neste encontro. Só não se juntarão no sábado à tarde, pelo menos no amor ao mesmo clube.

Rui Moreira esteve menos de 20 minutos (ao todo) com este alinhamento socialista, ou seja, com Renato Sampaio (PS Porto), Pedro Marques e o vereador Manuel Pizarro

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O número um é benfiquista, o número nove na lista do PS é portista. “Concordamos há muito tempo em discordar sobre essa matéria”, brinca Pedro Marques. Mas na política concordam e com o outro portista que visitaram… não se sabe. Rui Moreira não quis dar sinal de quem apoia nestas Europeias. Colocou a reunião com o candidato socialista no plano institucional e recusa dizer em quem votará a 26 de maio, diz apenas que, ali na Câmara, terá “muito gosto em receber” todos os partidos “que quiserem vir”: “Estarei disponível para todos”. Destaca a amizade que tem com o socialista Manuel Pizarro e até se diz disponível para que, “caso ele venha a ser eleito, as reuniões de câmara passem a ser à segunda-feira para que ele possa exercer como adversário e como líder da oposição”: “Faz-me falta, com certeza, uma oposição consciente e construtiva”.

Quanto ao que trataram na reunião, dois temas: mobilidade e habitação. Moreira avisou que o problema da habitação já não é só português, “é europeu” e, por isso, espera “que faça parte das políticas europeias nos próximos anos”. E alinhou com o socialista na “prioridade” para o transporte público “para as cidades e para a descarbonização”.

A reunião, viu-a como um sinal de “respeito pelo município e não pelo presidente da câmara com certeza” e depois saiu imediatamente do alinhamento dos socialistas, onde estava entre Pedro Marques e Manuel Pizarro (Renato Sampaio, do PS-Porto, estava do outro lado do cabeça de lista do partido). Ficou Marques, já sem o anfitrião ao lado, a destacar uma “reunião muito positiva” de onde levou a “a segurança de que com a eleição de Pizarro para o Parlamento Europeu teremos todas as condições para que ele continue a exercer o seu papel aqui no Porto e a ser um bom deputado ao Parlamento Europeu”. Acontece que o lugar de Pizarro não é de eleição certa. Nas últimas Europeias, o PS elegeu apenas oito candidatos.

O candidato socialista ainda falou do apoio do Patriarcado de Lisboa ao CDS e ao Basta, mas para desvalorizar e dizer que é um assunto “encerrado”, tendo em conta que o Patriarcado “já veio esclarecer que foi um lapso”.

O ministro que é pai político do “cara séria”

Vieira da Silva abriu o debate sobre a Europa e a proteção social, em Guimarães

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Esta quinta-feira acabou para ficar para o fim do dia o ponto mais resguardado da caravana: um debate, em Brito, Guimarães, sobre “Europa e o pilar social”. Convidado de honra: José António Vieira da Silva, dirigente socialista e atual ministro do Trabalho e da Segurança Social. Fez uma longa exposição sobre a importância da proteção social e de como as questões sociais são as centrais nesta eleição europeia. “Eu sou dos que consideram que a razão principal que faz destas eleições importantes é porque tem associada uma escolha sobre as questões sociais, sobre prioridades na área da ação social, da economia social”.

Vieira da Silva disse mesmo que se não for para “melhor emprego e melhor proteção social que a Europa existe, não vai cumprir as principais ambições dos seus fundadores e arrisca-se a falhar com gravíssimas consequências para a vida de todos”. Apelou ao voto no PS, claro, e em alguém que “alargue este caminho, esta estrada de construção de uma Europa verdadeiramente social em que ninguém fique para trás e os mais frágeis sejam o centro da preocupação”.

É o pai político de Pedro Marques, já que foi no seu gabinete que o atual cabeça de lista do PS começou a trabalhar. “Lembro-me dele quando tinha vinte e poucos anos e foi ter ao meu gabinete. O Pedro sempre foi esta pessoa com um ar sério… não tem apenas um ar sério é uma pessoa séria”, garantiu. Bem como também assegura que o seu delfim já nessa idade “tinha trabalhado na área dos fundos europeu. Não aprendeu agora por nenhuma cartilha. E tinha uma característica que não é muito comum em Portugal: é uma pessoa com enorme capacidade de persistir, de não desistir”.

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