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De que forma as alterações climáticas afetam as PME?

As alterações climáticas já afetam todas as regiões do globo, de variadas formas, segundo o IPCC. As PME podem ser afetadas por eventos climáticos extremos – uma das consequências das alterações climáticas – e pelas modificações mais lentas relacionadas com o clima, com impacto também nos recursos de produção e nas cadeias de distribuição.

A demora na adoção de práticas e equipamentos mais sustentáveis – numa lógica de transição energética e de economia circular – poderá implicar maiores custos para as empresas, modelos de negócios pouco resilientes, assim como uma incapacidade de mitigar os riscos climáticos futuros.

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O que é o ECOECONOMY 4.0 e a quem se destina?

Promovido pela AEP – Associação Empresarial de Portugal, o ECOECONOMY 4.0 quer apoiar as PME portuguesas em temas de Economia Circular e Descarbonização/Transição Energética, de forma a introduzirem estes conceitos e adotarem práticas inovadoras e sustentáveis.

O projeto – cofinanciado pelo COMPETE2020 através do Portugal2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – inclui novas ferramentas de diagnóstico e autoavaliação para as empresas avaliarem em que nível estão e que oportunidades podem aproveitar; toolkits e guias de ação que possam orientar as empresas; e novo material informativo (incluindo informação de benchmarking).

O ECOECONOMY 4.0 destina-se a todas as micro, pequenas e médias empresas das regiões Norte, Centro e Alentejo.

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O que significa "Economia Circular" e que benefícios traz para as empresas?

Vista como uma alternativa ao modelo linear tradicional, a Economia Circular promove o reaproveitamento de recursos, num processo contínuo de eficiência e reciclagem. As empresas podem melhorar os seus níveis de eficiência e aproveitar resíduos como subprodutos ou novas matérias-primas, reduzindo também a pressão por novas matérias-primas.

Em associação com a bioeconomia, a economia circular é um modelo de produção com benefícios claros para as organizações, incluindo as PME: mitigação dos riscos climáticos, maior resiliência, menos custos com matérias-primas (e menor dependência da escalada de preços) e, com isso, maior verba disponível para investimento, criação de emprego, expansão da produção, remuneração dos trabalhadores e capitalização das empresas.

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Como se pode avaliar o desempenho de uma PME na economia circular?

A avaliação do nível de adoção de práticas da economia circular por uma PME é complexa e precisa de indicadores que possam abranger diversas dimensões e eixos de atuação. O uso de recursos, o investimento em design circular e o envolvimento em clusters para promoção de simbioses industriais são alguns dos aspetos que devem ser avaliados.

O projeto ECOECONOMY 4.0 disponibiliza uma ferramenta gratuita de autodiagnóstico: a Ferramenta de Avaliação da Adoção de Práticas de Economia Circular. Depois de responderem às questões colocadas, as empresas poderão saber qual o nível de desempenho circular, mas também aceder a recomendações de boas práticas para aprofundar a incorporação dos princípios da economia circular.

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Como funciona a ferramenta de autodiagnóstico de economia circular do ECOECONOMY 4.0

De forma intuitiva, cada empresa poderá aceder à ferramenta de autodiagnóstico de desempenho circular através do ECOECONOMY 4.0. Depois do registo, basta responder às perguntas apresentadas. A ferramenta está disponível em dois formatos:

Versão rápida: 10 questões de escolha múltipla, divididas em cinco categorias, que permitem avaliar a maturidade global da empresa.

Versão detalhada: 28 questões, dividas em cinco categorias, que permitem uma avaliação detalhada do desempenho circular e acesso a recomendações. É possível responder apenas à versão rápida e, posteriormente, concluir a avaliação na versão detalhada.

As cinco categorias de análise abrangem Gestão & Estratégia (focado no Plano Estratégico de Economia Circular), Relação com fornecedores, Inovação & Design Circular em produtos ou serviços, Recursos e Emissões e Sensibilização e Comunicação.

Saiba mais no Guia de Utilização.

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Que tipo de resultados podem ser obtidos com esta ferramenta?

Depois de preenchidas as questões da ferramenta de autodiagnóstico, as empresas têm acesso à respetiva avaliação. Na versão rápida, os resultados são apresentados em imagem, com indicação do grau de maturidade global (e significado). Já na versão detalhada, os resultados apresentam-se em PDF e, além da maturidade global, as empresas podem aceder ao grau de detalhe por categoria, assim como a recomendações de boas práticas que permitirão aprofundar a adoção de medidas.

Os resultados apresentados variam numa escala de “Principiante” a “Liderança”. No primeiro, “Principiante”, estarão englobadas as empresas que ainda não incorporam princípios da Economia Circular. A “Liderança” é reservada a empresas que têm um desempenho acima da média e que incorporam, efetivamente, os princípios da economia circular.

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Qual a importância da neutralidade carbónica e transição energética para as empresas?

A neutralidade carbónica e a transição energética são conceitos relacionadas com as matrizes de consumo de energia e de emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Entende-se por “transição energética” a mudança de um sistema energético baseado em energia fóssil para um modelo assente em fontes de energia renováveis e com um foco na eficiência energética. Já a “neutralidade carbónica” refere-se a um ponto de equilíbrio (balanço zero) entre emissões evitadas ou compensadas e produzidas.

Ter como objetivo a neutralidade carbónica e a transição energética (e adotar medidas) significa contribuir ativamente para a mitigação das alterações climáticas, mas também assumir uma posição de liderança e inspiração para colaboradores, clientes, parceiros e comunidade.

Neste caminho há também ganhos mais imediatos para as empresas. A redução de custos, a adoção de tecnologias e processos mais eficientes e a diferenciação perante consumidores e investidores são alguns exemplos.

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Como avaliar o nível de transição energética e de descarbonização numa PME?

Conhecer e medir, de forma rigorosa, as ações que contribuem para as emissões de GEE da PME é essencial. Para avaliar o nível de maturidade da empresa é importante ir além dos indicadores de consumo da atividade da empresa e englobar também toda a cadeia de valor. Outros aspetos, como a existência de compromissos e metas definidas ou o reporting de desempenho, devem ser também incluídos como indicadores.

O ECOECONOMY 4.0 contempla uma ferramenta gratuita de autodiagnóstico para PME em termos de desempenho nesta área: a Ferramenta de Avaliação da Adoção de Práticas de Descarbonização / Transição Energética. A partir de um conjunto de perguntas, permite às empresas conhecer melhor os riscos e desafios das alterações climáticas, calcular a respetiva pegada de carbono e traçar o roadmap de implementação de medidas de descarbonização e transição energética.

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Como funciona a ferramenta de autodiagnóstico de práticas de descarbonização do ECOECONOMY 4.0?

As PME que pretendam utilizar a ferramenta de autodiagnóstico apenas precisam de aceder ao ECOECONOMY 4.0 e proceder ao respetivo registo. A partir daí, responda às questões que vão surgindo no ecrã. Cada empresa poderá escolher:

Versão rápida: 17 questões de escolha múltipla, divididas em cinco categorias, de forma a avaliar a maturidade global da empresa.

Versão detalhada: 37 questões, divididas em cinco categorias. Além da maturidade global da empresa, esta versão permite avaliar a maturidade por categoria, aceder a recomendações de ações e calcular a pegada de carbono simplificada da organização. É possível responder apenas à versão rápida e, posteriormente, concluir a avaliação na versão detalhada.

Esta ferramenta permite avaliar cinco categorias: Pegada de Carbono, Riscos Climáticos e Oportunidades, Estratégia para a Descarbonização da empresa, Cadeia de Valor e Monitorizar & Reportar.

Saiba mais no Guia de Utilização.

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Que fatores podem influenciar a pegada carbónica de uma organização?

Uma empresa mais inovadora e com um papel ativo no estabelecimento de princípios mais sustentáveis preocupa-se com a sua pegada carbónica. Como tal, importa perceber como esta é calculada e, consequentemente, como pode ser reduzida. Os fatores que mais influenciam estas contas estão relacionados com a atividade da própria empresa, desde o consumo de combustível ao consumo energético nas instalações, passando ainda por outros gastos decorrentes da atividade.

O Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol) é a metodologia base deste cálculo, focando as emissões em termos de dióxido de carbono equivalente (CO2e), em três âmbitos:

  • Emissões decorrentes do consumo de combustíveis na frota, equipamentos e instalações, bem como libertação de gases fluorados
  • Emissões indiretas do consumo de energia adquirida, como redes de eletricidade
  • Outras emissões indiretas em toda a cadeia de valor
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Que tipo de resultados podem ser obtidos com esta ferramenta?

Após responder às questões, tem um resultado que ajuda a fazer uma leitura do funcionamento da empresa. Na versão rápida, é possível inferir o grau de maturidade global – e descrição do significado – em formato de imagem. Por sua vez, na versão detalhada a empresa recebe a informação num documento PDF, onde tem a indicação ainda do grau de maturidade por categoria, de ações-chave de atuação para a descarbonização e indicação da Pegada de Carbono Corporativa Simplificada (se aplicável). A Pegada de Carbono é apresentada no seu total e por colaborador.

A escala vai desde “Principiante”, apenas nos primeiros passos para a consciencialização, a “Liderança”, identificando a empresa como um exemplo a seguir, tal a forma consciente e participativa como contribui para a descarbonização.

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O que devem fazer as PME depois de completarem as ferramentas de autodiagnóstico ECOECONOMY 4.0?

Os resultados das ferramentas de autodiagnóstico em economia circular e descarbonização permitem às PME conhecerem, de forma indicativa, o seu desempenho e maturidade nestas matérias. A interação das empresas com a ferramenta é também um momento de reflexão sobre as medidas atuais e possíveis oportunidades.

Concretizar este caminho – rumo a uma maior adoção da economia circular e rumo à transição energética – depende de cada PME. No âmbito do projeto ECOECONOMY 4.0, as empresas interessadas em aprofundar as suas estratégias têm ao dispor mais informação, indicadores de benchmarking, agregação de boas práticas e eventos presenciais, entre outras iniciativas de apoio a uma evolução nestas áreas.

À medida que novas ações forem implementadas em cada PME, estas ferramentas de autodiagnóstico podem funcionar como uma forma de aferir os progressos alcançados ao longo de tempo. Para tal, basta que as empresas procedam aos autodiagnósticos de forma periódica, como monitorização da sua evolução.