“Objetivo prioritário: criar o caos, a discórdia, a desordem, e a divisão social com recurso à inclusão, para logo de seguida estabelecerem a Ordem!… a Nova Ordem Mundial!” Assim começa uma publicação no Facebook, amplamente partilhada, que, no final, faz uma acusação: o Fórum Económico Mundial diz ser hora de legalizar o sexo e o casamento com animais para promover a inclusão. “Com certeza que haverá muitos, nomeadamente os adeptos do arcoíris de género, que vão dizer com toda a firme certeza que isto é progressista e recomenda-se!”
O utilizador de Facebook refere a fonte da notícia, o Jornal Tribuna Nacional, site brasileiro, que, com frequência, tem as suas notícias verificadas e classificadas como falsas pela rede de fact-checkers internacional, a que o Observador pertence.
Por outro lado, a notícia original surge no site norte-americano NewsPunch, conhecido por ser um dos principais disseminadores de notícias falsas da internet. Em 2017, apenas três anos depois de ter sido criado por Sean Adl-Tabatabai e Sinclair Treadway (altura em que ainda se chamava Your News Wire), foi considerado um dos principais disseminadores de notícias falsas no Facebook. O levantamento foi feito pelo BuzzFeed: entre as 50 notícias falsas mais partilhadas em 2017, nove eram daquele site.
Além de as fontes não serem credíveis, o casamento com animais não fez parte da agenda do Fórum Mundial Económico. Todos os anos, a elite mundial reúne-se em Davos e, este ano, o encontro nos Alpes Suíços aconteceu em janeiro.
Este ano, “Cooperação num mundo fragmentado” foi o tema central da discussão, que procurou soluções para a atual crise económica, energética e de alimentos.
Conclusão
Falso. Na reunião anual em Davos, que aconteceu em janeiro passado, o casamento entre humanos e animais não esteve na agenda das elites mundiais que se reuniram nos Alpes suíços. De resto, a fonte das várias publicações que surgem nas redes sociais, em português e em inglês, é o site NewsPunch, que se dedica a espalhar fake news.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.