Um discurso em vídeo de um dos fundadores do Hamas, Khaled Meshaal, está a ser partilhado nas rede sociais como uma ordem à “morte de todos os judeus no mundo inteiro”, a ser executada no passado dia 13 de outubro.

Khaled Meshaal é um dos fundadores do grupo islâmico Hamas, grupo que controla o território da Faixa de Gaza. No dia 11 de outubro, Meshaal enviou uma declaração à Agência Reuters (o vídeo que surge na publicação em análise) em que apelava a que todo o mundo muçulmano protestasse na sexta-feira seguinte, dia 13 de outubro, para demonstrar apoio ao povo palestiniano. “Temos de nos dirigir às praças e às ruas do mundo árabe e islâmico”, disse.

A partir do Qatar, Meshaal sublinhou que os governos e os povos da Jordânia, Síria, Líbano e Egito tinham um dever maior de apoiar os palestinianos, e juntar-se à luta contra Israel.

“Tribos da Jordânia, filhos da Jordânia, irmãos e irmãs da Jordânia… Este é um momento de verdade e as fronteiras estão perto de vocês, todos vocês conhecem a sua responsabilidade”, disse Meshaal no comunicado gravado. “Para todos os estudiosos que ensinam a jihad, para todos os que ensinam e aprendem, este é um momento para a aplicação (das teorias)”.

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Na declaração em vídeo, o fundador do Hamas fala “de um dia para reunir apoio, oferecer ajuda e participar ativamente”, “para expôr os crimes da ocupação, isolá-la e frustrar todos os seus esquemas agressivos. É um dia para demonstrar o nosso amor pela Palestina, Jerusalém e Al-Aqsa”, “um dia de sacrifício, heroísmo e dedicação, e para ganhar a honra de defender a primeira Qibla dos muçulmanos, a terceira mesquita mais sagrada e a ascensão do Mensageiro de confiança”.

A enciclopédia Britannica adianta que a palavra jihad muitas vezes foi traduzida erradamente, no Ocidente, como “guerra santa”. A palavra “jihad” em árabe significa “esforço” ou “luta”. De acordo com a Britannica, no domínio religioso e ético, refere-se principalmente à luta humana para promover o que é certo e prevenir o que é errado.

É, no entanto, importante referir que o grupo Hamas conduziu uma série de ataques contra a população israelita e que resultaram em centenas de mortes. Um dos momentos em que esses ataques atingiram um ponto crítico foi a 7 de outubro, quando membros do grupo invadiram território palestiniano e mataram de forma indiscriminada cidadãos israelitas. As imagens e os relatos desses ataques, entre os quais uma carnificina num festival de música eletrónica junto à fronteira com Gaza, foram divulgados pela comunicação ao longo dos dias e semanas seguintes. Além das mortes e de vários feridos, os terroristas do Hamas fizeram também mais de 230 pessoas reféns.

Conclusão

É falso que o líder do Hamas tenha ordenado a morte de judeus pelo mundo inteiro como sugere a publicação em análise. De acordo com o vídeo enviado à Agência Reuters, Khaled Meshaal, um dos fundadores do Hamas, apelou a protestos “temos de nos dirigir às praças e às ruas do mundo árabe e islâmico”, e fala “de um dia para reunir apoio, oferecer ajuda e participar ativamente”.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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