Comemora-se hoje mais um aniversário da consolidação da democracia em Portugal, passados estes anos, está mais que na hora de repensar a nossa sociedade.

Temos um sistema político enfraquecido e completamente descredibilizado, temos um nível de corrupção vergonhoso e uma justiça que é parca com os fortes, com uma legislação altamente permissiva para quem prevarica, legislação essa, cuja alteração só depende dos partidos políticos, mas que pouca ou nenhuma vontade têm manifestado em fazer as alterações que se impõem para combater a sério a corrupção e gestão danosa da “coisa pública “.

Os casos de corrupção sucedem-se, as teias de interesses são cada vez mais visíveis, o País está cada vez mais pobre e as pessoas continuam a pagar uma enorme carga fiscal para sustentar um Estado viciado e doente.

Na Saúde, o SNS continua nos cuidados intensivos e as pessoas continuam a deparar com serviços de saúde públicos encerrados, e agora nem o INEM lhes tem valido como devia valer.

Continua-se a privilegiar a subsidiodependência em detrimento do mérito, contribuindo, desta forma, para fidelizar eleitorado, fomentar a preguiça e o oportunismo, e, por outro lado, desincentivando pessoas a trabalhar na procura de um futuro melhor e indignando quem na realidade sustenta quem não quer trabalhar.

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A mentalidade de alguns empresários estagnou, ao ponto de ainda não terem percebido que pagar salários justos e proporcionar o bem-estar dos seus colaboradores é um benefício para as suas empresas, seja na retenção de pessoas ou na melhoria dos resultados das empresas.

Os idosos continuam em segundo plano, sem uma política que lhes dê a dignidade e qualidade de vida merecidas, depois de uma vida de trabalho. Não me refiro apenas às baixas reformas, mas também à falta de oferta de espaços de qualidade onde possam permanecer, sem terem que pagar valores inalcançáveis para a maioria dos Portugueses.

Na Educação, continuam milhares de alunos sem Professor a todas as disciplinas e continuam milhares de Professores numa condição precária, muitos deles, “ultrapassados” nas listas por colegas, apenas porque acreditaram nas premissas ditadas pelo anterior Ministro da Educação aquando a implementação da vinculação dinâmica e agora foram confrontados com a insensibilidade do atual Ministro que optou por ignorar essas mesmas premissas.

Mas parece que temas como a igualdade de género (obsessiva) ou a eutanásia é que são prementes no momento atual. Impõe-se na escola a transmissão de conceitos que estão longe de ser consensuais, quando é às famílias que compete educar e transmitir aos seus filhos os valores que entendam adequados.

Agora, mais do que nunca, urge dar uma “vassourada” em muita gente que gravita nos partidos políticos e que apenas se tenta servir a si e aos amigos, não esquecendo os político-dependentes que sempre viveram da política e não se lhes conhece qualquer percurso profissional.

Chegámos assim ao ponto em que nos encontramos, uma sociedade pobre em valores, um povo descrente e revoltado, mas acomodado, até um dia…

Saibamos honrar os heróis do 25 de Novembro e mudar de paradigma.