Fase 1 – A Digitalização

Esta nova vaga apareceu com a mesma rapidez com que as empresas entenderam a necessidade de adaptação e transformação a num novo mundo digital em convulsão. Contudo essa transformação digital é apenas uma questão de sobrevivência para as empresas. Estas rapidamente entenderam que para além dos canais tradicionais, teriam de adicionar o canal digital, adaptando a sua tecnologia a uma nova necessidade de consumo por parte do mercado. Esta transformação exige muito investimento e talento, mas não significa necessariamente inovação, apesar de um otimismo generalizado na transformação digital onde muitos players portugueses acreditam estar bem posicionados nos seus processos.

Contudo, constato alguns pontos relevantes:

Muitas empresas limitam-se a colocar os seus produtos sem qualquer adaptação e acreditam que estão a navegar na “onda da transformação digital”. Sem investimento e adaptação dos produtos ou serviços a este novo canal, os resultados poderão não ser os expectáveis e podem inclusive provocar uma quebra de expectativa na credibilidade da Marca, afetando os restantes canais de distribuição tradicionais. Existem também indícios de ideias e de líderes com capacidade para pensar a transformação digital nos seus negócios, mas verifica-se um gap entre a formulação estratégica e a sua implementação. E por último, nota-se que a linha orientadora da adoção de tecnologia segue uma imitação de outros players e só depois existe uma adequação da tecnologia ao contexto.

Por tudo isto, a transformação digital exige investimento e a adaptação desses produtos e serviços a uma economia digital exige talento e experiência.

Mas depois de ultrapassada a fase da transformação digital, onde produtos e serviços estão digitalizados para se alinharem às realidades da nova economia, depois de se criarem novos canais geradores de receita com a expansão do negócio horizontalmente, virá a necessidade de querer vencer, crescer e de ser maior.

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Mas como? Através de um processo de inovação.

Fase 2 – A Inovação

E como devemos nós os empreendedores pensar em inovação e ser bem-sucedidos?

Por um lado é abrir novas dimensões, inventar algo novo, criando uma verdadeira tecnologia disruptiva e exclusiva que permite que outras descobertas possam ser desenvolvidas como a Consumer Physics (sensores moleculares), aTaboola (plataforma de cálculo de conteúdos) ou StoreDot (carregamento da bateria de forma rápida).

Outra forma de sermos bem-sucedidos é encontrar um gap no mercado e competir para ser a primeira e a melhor resposta implementada, satisfazendo essa necessidade.

Em Silicon Valley, metade das startups são B2C e procuram modelos disruptivos e escaláveis. AirBNB ou Uber são ótimos exemplos de empresas que reinventaram novas e melhores experiências para as indústrias existentes.

Na Keep Warranty acreditamos nesta vaga de inovação onde apostamos na criação de um modelo que facilita a vida dos consumidores na organização das faturas e recibos que lhes são importantes, para mais tarde utilizar como garantia ou como uma simples devolução. Acreditamos que o sucesso está na resolução de pequenos problemas diários, porque inovação não é apenas conectar os pontos, mas reinventá-los.

Romana Ibrahim é uma empreendedora portuguesa, eleita “Founder of the Year 2018” pela Portuguese Women in Tech e embaixadora da Women in Tech em Angola, com “track record” de sucesso nas empresas por onde passou e dirigiu, estando agora dedicada ao seu novo projeto na área do FinTech através do sucesso da aplicação Keep Warranty que idealizou e criou. Descrita como focada, aspiracional e disruptiva Romana é ainda uma oradora internacional em fóruns de tecnologia e alta finança.

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõe o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade