Não é nenhuma novidade que os principais partidos do sistema (PS e PSD), estando no poder há mais de quatro décadas, sozinhos ou em coligações, claramente perderam o seu rumo. Nas suas mãos, o nosso Portugal estagnou e, atualmente, possui um dos piores crescimentos económicos europeus e uma dívida pública que parece não ter travão. Quem governa o nosso país não tem capacidade para combater a pobreza, o envelhecimento da população e a violência doméstica. Além disto, o seu foco não está em desenvolver as regiões interiores e proporcionar melhores condições de vida, mas sim em participar em duelos partidários, abusar do seu poder político e ganhar mais votos, independentemente se precisam de fazer falsas promessas para os obter.

Vivemos num país contaminado por políticos inaptos que perpetuam a perceção de que para suceder na vida é compulsório ter amizades e laços familiares mais convenientes, promovendo assim a corrupção e a desigualdade de oportunidades. Tendo testemunhado a crise financeira de 2008 e as suas consequências em Portugal, a incapacidade do governo desenvolver a economia, e a infestação de nepotismo e favoritismo no país, nós, os jovens da nova geração, temos crescido céticos e sem esperança de um futuro melhor. Aliás, com consciência de que a nossa dedicação e trabalho árduo não serão recompensados com estabilidade e emprego justamente remunerado, temos sido obrigados a tomar a difícil decisão de abandonar a nossa família e amigos e emigrar.

Desesperados por mudança, votamos nos partidos políticos com a fraca expectativa de que irão servir o país e colocar os interesses do povo português em primeiro lugar. No entanto, estes confirmam o nosso ceticismo ao continuarem a dar corpo às suas tendências totalitárias e a defender os seus interesses. A verdade é que a famosa frase “a definição de insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes” define bem a situação em que nos encontramos. Pois, como podemos almejar pelo fim da geringonça quando continuamos a votar sempre nos mesmos partidos, sedentos de poder?

A descentralização e a profunda renovação da política portuguesa são imperativas. Não podemos ficar de braços cruzados à espera que os responsáveis dos partidos principais ganhem consciência e se autocritiquem e a sonhar que esta tragédia de sistema político português um dia mude. Chega de nos contentarmos com pouco. Chega mais do mesmo.

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Este ano, nas eleições europeias, tivemos, sem precedente, a oportunidade de votar em 17 partidos diferentes. Alguns concorrem desde 1976, porém, 4 foram a votos pela primeira vez. Analisei estas novas propostas partidárias, procurando uma verdadeira alternativa guiada por valores autênticos e consistentes e a Iniciativa Liberal, partido fundado apenas há 2 anos, traz uma lufada de ar fresco. Procura combater a corrupção sistémica e outros problemas políticos ao apresentar ideias inovadoras, soluções concretas e, principalmente, ao colocar os cidadãos acima do Estado.

Este novo partido tenciona também incentivar o investimento em Portugal e inovação tecnológica, de modo a estimular o crescimento económico, criar empregos de qualidade e combater a crise ambiental. A IL tem como objetivo proporcionar-nos igual acesso à educação e à saúde, e garantir justiça para todos. Finalmente, não fazendo parte do sistema, a IL diferenciou-se por organizar uma campanha eleitoral 100% financiada com contribuições individuais, recusando, ao contrário de outros novos partidos, usufruir da subvenção pública.

É verdade que a Iniciativa Liberal ainda tem um grande caminho a percorrer até ganhar a confiança dos muitos portugueses que se sentem desiludidos e enganados pelo nosso sistema político. Porém, é possível afirmar que pela primeira vez podemos votar num partido que luta por cada um de nós, sem medo de expor a incompetência e oportunismo do governo.

No entanto, lembremo-nos que quem realmente possui o poder de enfrentar o sistema e provocar uma mudança significativa somos nós, o povo. Temos que reconhecer que temos um papel a desempenhar e que de facto somos quem mais ordena. Nós, cidadãos portugueses, a viver em território nacional ou no estrangeiro, temos o poder de participar na construção de um Portugal melhor através do nosso voto e inconformismo.

Há 45 anos, a resistência do povo português trouxe-nos a democracia, mudando o rumo de Portugal. Agora, com as próximas eleições regionais da Região Autónoma da Madeira e as legislativas para a Assembleia da República não muito distantes, chegou a hora de darmos os primeiros passos em direção ao fim do regime dos ‘donos disto tudo’ e da geringonça política portuguesa. Chegou a hora de nos unirmos outra vez, renovarmos a política portuguesa e votar em alternativas partidárias, porque, no fim, quem sofre com a incompetência política somos nós. A nossa luta por justiça social e económica não acabou em 1974. A nossa luta ainda hoje continua. Em 1974 conquistou-se a democracia, que em 2019 se conquiste finalmente a Liberdade.

Estudante de Mestrado em Política Pública no King’s College London