A Regionalização continua a ser a aspiração de uma grande geração de políticos que emergem na nossa esfera cívica e partidária. Este modelo de funcionamento político e administrativo é a resposta que o país precisa para acelerar o progresso da sociedade e o seu desenvolvimento sustentável, com mais diversidade de protagonistas, ancorados por todo o território, concebendo políticas mais céleres e que correspondam às necessidades de todos.
O Processo de Regionalização tem na sua génese uma compreensão igualitária e potenciadora de recursos, de ação no concreto e que busca a melhor organização e articulação entre a representação do Estado no Território e os cidadãos. O conhecimento profundo das situações, promovida pela autonomia dos agentes, equilibrando recursos humanos e materiais, é um garante que esta constituição intermédia de poder e poderes tem méritos e funciona.
Esta não é uma ideia de esquerda ou de direita, e que por isso não se funde como anátema contra o sistema ou determinados programas políticos de uns e de outros. Antes é uma ideia de organização do Estado que nos convoca a todos, desde os eleitos locais ao executivo governamental, com grande ênfase nos pivots da cidadania fora da política, pois só com a ação de uns e a compreensão dos últimos é que poderemos ultrapassar conceitos dogmáticos, barreiras destruidoras e assinalar que esta organização do Estado faz falta.
Mas afinal, qual o melhor momento para avançar? É mesmo agora. Creio que está chegada a hora de assumir uma nova ofensiva, mobilizadora nos setores e agregadora na sua pluralidade, agarrando a premissa da descentralização e de um novo modelo de repartição de poderes, onde as CCDR e as Autarquias são primeiras, e partindo à conquista da legitimidade que exígua e que só com a reposição de uma linha intermédia de poder, vulgo Governos Regionais (ou derivada terminologia que entendam), pode ser devidamente alcançada.
Não é cedo nem é tarde. Não há momentum ideal para a cavalgada da Regionalização. Não podemos aludir à estabilidade, às conjunturas, à perceção pública e até à publicada. Se o fizermos, não nos chegaremos a mover do pensamento inicial.
E como é que havemos de comunicar? Pelo mesmo marketing eleitoral que auxilia a eleição individual. É agora altura de elegermos uma ideia e não o conjunto de atores políticos que as defendem. Há que experimentar os vários modelos, pô-los à discussão de forma franca e aberta, levá-los ao Parlamento e ao País, assumir que podemos mudar de ideias ao longo do debate e por fim avançar, com objetividade e clareza. Se o fizermos pejados de transparência e convicção de que este é o caminho, talvez a missão seja mais benévola pois o prémio já o sabemos recompensador.
A Regionalização não vai mudar este País. Antes transformá-lo. Com responsabilidade absoluta havemos de o fazer. A persistência será mesmo o caminho para o êxito.