Após o resultado que contrariou os mais ávidos defensores do fim do CDS na Madeira, com a eleição de dois deputados e consequente Grupo Parlamentar e, ultrapassada a época das europeias onde a responsabilidade como  partidos de união e defesa de ideologia era por demais importante no contexto nacional, este impasse governativo abre portas a várias equações no seio do partido.

Após o desafio que foi governar em coligação, como parente pobre e ostracizado e ainda assim com grande eficácia, o CDS decidiu, e bem, não fazer parte de qualquer coligação que possa colocar a sua sobrevivência em causa.

No entanto o maior desafio está na aprovação do presente Programa de Governo  e respetivo orçamento, onde se encontram inscritas muitas das suas medidas, situação que faz brilhar e manter a estratégia adotada, e o que poderá acontecer caso o cenário de novas eleições venha a tomar conta da Assembleia Legislativa Regional.

Será o CDS capaz de se manter como a alternativa confiável, responsável e portadora da estabilidade mais do que comprovada? O atual líder cuja capacidade de agregar é reconhecida manter-se-á em funções, ou assistiremos à tentativa por parte de um sectarismo intolerante para tomar conta dos destinos do Partido? Os desafios são imensos mas ultrapassáveis através de uma liderança agregadora e capaz de continuar o legado, ainda que refém da renovação e reorganização interna. Caso José Manuel Rodrigues feche a porta, quem se segue na liderança do CDS e qual a sua estratégia para o futuro?

Tão importante como governar é ter a capacidade de olhar para dentro e cativar a militância ativa, ouvir e sobretudo aproveitar e confiar nos bons quadros que possam levar o CDS a recuperar a importância e militância que o caracterizaram durante décadas. Uma liderança terá que passar por um debate político sério, sem umbigos e com uma estratégia muito bem definida.

O futuro é já ali!

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