Comprar casa continua a ser um sonho e um objetivo de vida para muitos portugueses. O mercado do imobiliário em Portugal manteve, nos últimos anos, uma tendência de crescimento, reagindo aos muitos desafios com que o mercado se teve de deparar. Mas, independentemente da evolução futura do setor imobiliário, o que precisamos de ter em conta quando avançamos, finalmente, para a compra de uma casa?

Os portugueses continuam a investir na compra de casa e, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o preço médio das casas aumentou 17,8% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período de 2021. O desequilíbrio entre oferta e procura continua, portanto.

E, tendo em conta que 77,5% dos inquiridos que compraram casa nos últimos 3 anos recorreram a financiamento bancário para comprar a casa, de acordo com dados do estudo “Casa_PT”, que realizámos com o Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa, é essencial que as pessoas saibam mais sobre crédito habitação, e que ideias erradas sejam esclarecidas, para que possam tomar decisões informadas.

Comecemos pelo tão falado spread, que, na verdade, é apenas um dos custos do crédito habitação e não o único indicador a analisar. Assim, ao comparar propostas de empréstimo habitação com o mesmo montante, prazo e tipo de taxa, devemos olhar para outros dois indicadores: Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC) e a Taxa anual de encargos efetiva global (TAEG). Estes indicadores, que muitas pessoas desconhecem, permitem avaliar algo que muitos pensam analisar através do spread: os custos totais do empréstimo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A ideia de que o spread é o indicador mais importante leva até a outro equívoco: o pensar que contratar produtos para baixar o spread é a melhor opção. No estudo que realizámos identificámos que 52,9% dos inquiridos o fizeram, mas a verdade é que a redução do spread não é um sinónimo imediato de poupança, porque os produtos associados podem ter custos associados. É por isso fundamental olhar sempre para o MTIC e a TAEG para avaliar o impacto dessa decisão e perceber se é vantajosa.

Também não é obrigatório mudar de banco ou abrir uma nova conta caso se opte por contratar o crédito habitação com um banco que não o habitual, já que há soluções no mercado que permitem contratar apenas o crédito habitação a uma entidade, fazendo o pagamento da prestação através da conta que for indicada, sem ter de lidar com burocracia extra de abrir uma nova conta e mudar débitos diretos e domiciliações.

Mas indo para lá do crédito habitação, a sustentabilidade é um elemento fundamental, não só pela preservação do ambiente que tem de ser uma missão de todos, mas porque ter em conta a eficiência energética de uma casa ao comprá-la vai fazer a diferença nos custos com energia que terá de suportar ao longo dos anos. Por isso, em primeiro lugar, convém verificar a classificação energética da nova casa, tendo em conta que quanto maior for a classificação energética da casa menores serão os consumos de energia necessários, logo menores serão as faturas mensais

Há outros benefícios em ter uma casa com elevada eficiência energética, além das já mencionadas, e que se prendem com a valorização do imóvel e a maior qualidade de vida, com a vantagem de existirem condições especiais de crédito habitação através de soluções de crédito habitação green, como as que a UCI disponibiliza, que facilitam a aquisição de casas com este perfil.

Os últimos anos têm sido de vários desafios para os portugueses e, quando falamos em comprar casa, há muito a ponderar. Por outro lado, temos hoje cada vez mais informação do nosso lado e opções mais ajustadas ao nosso lado. Para que a decisão seja feita de uma forma mais segura, sempre de olhos postos no futuro.