Nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais central no ensino. O crescente recurso às ferramentas digitais está a transformar significativamente o panorama global dos sistemas de aprendizagem.

A pandemia de COVID-19 acelerou drasticamente esta tendência, ao apresentar desafios extremos ao setor da educação. Com o isolamento exigido, a tecnologia tornou-se o aliado imprescindível do ensino, assegurando a sua continuidade através da transmissão de conhecimento por via remota.

As Plataformas como o Zoom, Microsoft Teams e Google Classroom tornaram-se comuns no dia-a-dia, permitindo que professores e alunos mantivessem o processo de ensino-aprendizagem à distância.

No entanto, esta transição não foi isenta de dificuldades. A desigualdade no acesso à internet e a dispositivos tecnológicos destacou-se como um dos principais e incontornáveis obstáculos, evidenciando as desigualdades no ambiente escolar.

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A Finlândia, frequentemente citada como um modelo de excelência na área da educação, também enfrentou desafios com a integração da tecnologia. Muito embora se trate de um país altamente digitalizado e promotor desta tendência, recentemente a Finlândia optou por reavaliar o uso excessivo de tecnologia nas escolas.

De uma forma crescente, vários estudos indicam que a exposição intensiva das crianças e jovens aos dispositivos digitais, está a afetar a sua concentração e bem-estar mental e físico. É em resposta a estas preocupações, que muitas escolas finlandesas procuram uma abordagem mais equilibrada, que combina métodos tradicionais de ensino com o uso moderado de tecnologia. Esta estratégia quer garantir que a tecnologia é verdadeiramente uma ferramenta de apoio ao ensino e não uma distração ou prisão.

Em Portugal, a adoção da tecnologia no ensino foi também, naturalmente, acelerada pela pandemia. Contudo, o nosso país enfrenta desafios particularmente acrescidos. A desigualdade de acesso à tecnologia é uma preocupação que se densifica a olhos vistos, com muitos alunos a não terem acesso a dispositivos adequados ou à internet em casa. Além disso, a formação insuficiente de professores para o uso eficaz de ferramentas digitais limita o potencial da tecnologia na educação. A infraestrutura tecnológica de grande percentagem das escolas também é inadequada, dificultando a implementação de soluções digitais de forma eficaz.

A tecnologia tem o potencial inegável de transformar (até revolucionar) o ensino, oferecendo novas oportunidades de aprendizagem e uma interessante personalização da experiência educativa. Para isto, é crucial encontrar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e os métodos tradicionais de ensino. A experiência europeia mostra-nos que a tecnologia deve ser utilizada como uma ferramenta de apoio, complementando, e nunca substituindo, as práticas pedagógicas tradicionais.

Para maximizarmos estes benefícios da tecnologia no sistema de ensino, é necessário investir em infraestruturas, formação de professores e políticas que garantam o acesso equitativo à tecnologia – permitindo a todos o acesso equitativo e fazendo jus ao espaço de formação e aprendizagem sem discriminação em função das condições económicas dos agregados familiares.

Ora, Portugal precisa de modernizar o seu sistema de ensino para preparar os alunos para os novos desafios do século XXI, onde a tecnologia desempenha um papel crescente em quase todas as áreas da vida. A integração de ferramentas tecnológicas pode enriquecer o processo de aprendizagem, tornando-o mais interativo e acessível. No entanto, é essencial manter o equilíbrio já destacado com a pedagogia tradicional, que valoriza o pensamento crítico, a criatividade e as habilidades sociais. Este equilíbrio garante que os alunos não só dominam as novas tecnologias, mas também desenvolvam competências fundamentais para o seu crescimento pessoal e profissional.