Celebra-se hoje, 2 de agosto, o Dia Internacional da Cerveja. Se por todo o lado este é um pretexto para juntar amigos em volta de uma das bebidas mais populares do mundo, em Portugal é também sinónimo de Verão e calor, de dias mais longos, de férias e, por isso, de convívios com aqueles de quem gostamos. Esses convívios são frequentemente acompanhados por uma cerveja fresca que tão bem se harmoniza com aquilo que comemos nesta altura do ano.
É muito frequente receber, por parte de quem procura perder peso ou se encontra nesse processo, pedidos de opinião em relação ao consumo de cerveja: pode-se ou não? Faz bem ou mal? A dieta tem espaço para uma cerveja com amigos? Como em tudo na vida, o segredo está no equilíbrio, mas há mitos que podemos desmistificar.
Segundo a Tabela de Composição dos Alimentos Portugueses, a cerveja “branca” é constituída maioritariamente (>90%) por água. Por cada 100ml fornece cerca de 30 calorias, 0,4g de proteínas, 3,7g de álcool e teores vestigiais de gorduras, fibras e açúcares. Por outro lado, fornece teores importantes de vitaminas do complexo B (principalmente ácido fólico), antioxidantes (polifenóis, presentes no malte e no lúpulo), minerais (potássio e magnésio) e um considerável teor de fibra solúvel proveniente dos cereais. A cerveja “preta” é tendencialmente menos calórica, fornecendo mais ácido fólico, potássio e antioxidantes Já a cerveja sem álcool tem um teor alcoólico e calórico praticamente nulo, mantendo significativos teores de vitaminas, antioxidantes e minerais.
Pode, por isso, dizer-se que é possível retirar-se vantagens de um consumo moderado de cerveja (2x33cl/dia para os homens e 1x33cl/dia para as mulheres). Sendo composta maioritariamente por água, a cerveja é uma boa fonte de hidratação, especialmente na versão sem álcool. Sendo baixa em calorias, se consumida moderadamente, não prejudicará o peso e a composição corporal. Relativamente à saúde óssea, a evidência não é conclusiva sobre os benefícios da cerveja. No entanto, há indícios de que o consumo moderado pode melhorar a densidade mineral óssea e diminuir o risco de fratura (especialmente importante em mulheres pós-menopausa), mesmo para a cerveja sem álcool.
A cerveja traz também benefícios cardiovasculares. O consumo moderado aumenta o colesterol HDL e diminui a rigidez arterial, estando associado a uma menor incidência de doença cardiovascular e mortalidade geral.
Para além disso, o mercado da cerveja tem vindo a evoluir no sentido de se adaptar às necessidades dos diferentes consumidores. As cervejas sem álcool e sem glúten permitem que indivíduos com problemas gástricos, hepáticos e/ou gastrointestinais possam beber cerveja, usufruindo das suas vantagens nutricionais.
Como todas as bebidas alcoólicas a cerveja exige moderação. Mas tão fundamental quanto isso é equilibrar aquilo de que gostamos com os objetivos de perda de peso que temos. A cerveja não tem de ser um inimigo. Se incorporada numa dieta equilibrada, aliada à prática regular exercício físico, uma cerveja pode muito bem ser um aliado para se manter motivado no seu plano de dieta.