A Diabetes doença com alta prevalência no mundo e também em Portugal, tem tido nos últimos anos alto desenvolvimento cientifico, nomeadamente com o aparecimento de novas classes de fármacos para a diabetes tipo 2 em especial, mas também para a diabetes tipo 1.

A inovação é grande e promissora, indo mesmo para além da própria doença “diabética”, trazendo na realidade uma esperança de vida “nova” aos diabéticos em geral, como também a muitas pessoas que o poderão vir a ser.

Tal inovação é fundamentada em estudos científicos altamente credíveis, ou seja não se trata de esperança vã, mas sim de uma realidade nova passados tantos anos após a descoberta da Insulina, que então tornou “viva” a vida de milhares de pessoas condenadas a muito pouco ou mesmo nada.

Estamos agora perante uma nova era farmacológica que certamente irá tornar a esperança de vida mais longa e saudável, diminuindo e/ou atrasando um caminho para situações e complicações mais graves como sejam doenças cardíacas fatais e mesmo o caminho para doença renal, que são hoje o destino de  tantos diabéticos que por vezes estavam confrontados, mesmo com o esforço de controlo da doença que os próprios fazem no dia a dia para se “habituarem” a uma vida com diabetes e com controlo da sua glicémia e não só, fazendo uma caminhada em “busca” de uma esperança, controlando glicémias (leia-se açúcar no sangue ) mas sobretudo criando estilo de vida dito “saudável” procurando um regime alimentar adequado no dia a dia talvez o mais difícil de encontrar e “afastar” esse paradigma de não poder comer açúcar ou doces, o que não é estritamente verdade, mas encarado por tantos como a principal preocupação e sendo mesmo a primeira preocupação – o que posso comer?, interrogação dos que se confrontam pela primeira vez com a doença ou com o diagnóstico de diabetes .

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Também se encontram caminhos novos para a diabetes tipo 1, ou seja para a diabetes totalmente dependente de insulina, sem a qual a vida não é possível . Novas e melhores insulinas estão já na mão dos diabéticos tipo 1 e ao dispor destes e dos profissionais que “vivem” a vida com os seus doentes no dia a dia, em cada momento no caminho para a esperança de uma vida “normal”, tendo também ao seu dispor altas e novas tecnologias para o seu próprio controlo, tecnologias novas também a abrir portas totalmente inovadoras que está em permanente evolução criando não só esperança, mas sobretudo realidades novas e mais aliviantes da pressão constante do chamado “autocontrolo” e educação para a saúde e não para a doença.

Estamos de facto com motivos de satisfação e esperança em Portugal, com Sociedades Científicas de profissionais, quer medica, quer de  enfermeiros, nutricionistas e educadores em geral, dedicadas ao estudo da Diabetes altamente ativas e cooperantes entre si, assim como a criatividade e mobilização das Associações de doentes também interagindo com o mundo real e cientifico até .

Também o “renascer” do Programa Nacional da Diabetes da Direção Geral de Saúde é para nós um motivo de satisfação e o também o “elo “ necessário com o país, quer no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, quer no âmbito das múltiplas entidades privadas  e do chamado sector social que estão activas no apoio a doentes com diabetes .

O Programa contempla o inicio do caminho nos próprios doentes, sendo estes o centro do sistema e os principais decisores com “auxilio “ dos seus médicos e enfermeiros, em especial a Medicina Geral e Familiar, médicos assistentes e enfermeiros assistentes .

Também uma preparação científica forte de médicos especialistas em diabetes está especialmente viva e com empenho em todo o país, quer hospitalar que em regime ambulatório.

A hora é  do “talvez sim” dado a realidade e a novidade científica dos dias de hoje, esperança no futuro inovador é grande entre todos, hoje pessoas com diabetes e profissionais têm acesso à grande informação, meios não faltam.

Mas, há um “talvez não”. Apesar dos esforços científicos a doença não para de crescer em todo o Mundo e também em Portugal, apesar da alta tecnologia e das novidades científicas, o caminho é ainda muito, muito preocupante.

Empenho difícil de governos de todo o mundo apelando ao controlo da  economia de hoje, sem refletir no amanhã, torna a esperança de tantos,  menos esperança.

O atraso na  aprovação de novos fármacos é complexa, assim como de novos meios tecnológicos, como também o financiamento do mundo da assistência, quer hospitalar, quer centros de saúde, quer ainda de apoios não financeiros. Este preço é pago algum dia mais tarde .

Muitos se apoiam na indústria farmacêutica,  que é também necessária ao sistema, sendo mesmo imprescindível na investigação e inovação, sobretudo farmacológica em que o esforço é real.

Embora a diabetes seja motivo de empenho dos próprios doentes e dos profissionais o crescimento é enorme, por vezes parece uma situação sem controlo .

Temos tantas vezes a sensação triste que “remédios novos “ não bastam, há necessidade de algo mais. Um esforço no caminho para nova vida ou novas vidas é absolutamente mais preciso do que nunca, não só de uns mas de todos os “players” da diabetes .

Promoção das preocupações e sua divulgação a toda a sociedade é imprescindível, mas a promoção da chamada “vida saudável” é ainda mais imprescindível .

A própria WebSummit 2019 á diabetes atribuiu o Premio de Startup a um possível meio técnico dito novo, embora com duvidas, foi um toque na comunicação social importante .

Temos mesmo que nos movimentar para a vida saudável.

Não é fácil, mas é sem dúvida possível e obrigatório para os que já tendo a doença manifestem o seu testemunho vivo, assim como para os profissionais dedicados ou não á Diabetes .

Mensagens simples mas eficazes são obrigatórias – Exercício e Alimentação são o elo chave do futuro, mas o empenho e exemplo no seio da estrutura familiar é tanto ou mais importante .

Temos todos que nos empenhar ainda mais no sim sem receios do “talvez”.

Na hora em que todo o mundo vive o Dia Mundial da Diabetes com especiais alertas da IDF — International Diabetes Federation – o dia 14 de Novembro.

Temos que dizer sim, é possível, basta viver melhor  e viver melhor não é apenas o empenho do próprio, é também o empenho forte em meios e fármacos novos, sem dúvida, mas sobretudo o empenho de todos nós. Sim uma realidade nova é absolutamente necessária. Sim à diabetes é o nosso desafio hoje.Ver não é só olhar .