As tecnologias emergentes, como a IA, IoT, Cloud Computing, entre outras, estão a acelerar ainda mais um mundo que já evolui a um ritmo extraordinariamente rápido. Estas inovações, estão a remodelar não só a forma como trabalhamos em TI, mas também a criar novas necessidades de competências para prosperar no futuro.
Como mulheres que enfrentamos desafios num setor predominantemente masculino, a adaptação a estas mudanças pode parecer uma tarefa árdua, mas também traz consigo oportunidades únicas de evoluir e vencer.
De acordo com um relatório do Fórum Económico Mundial, estima-se que 85 milhões de empregos poderão ser descontinuados pela automação até 2025, mas, simultaneamente, 97 milhões de novas funções poderão surgir, muitas deles relacionadas com as tecnologias emergentes, incluindo a IA. Neste contexto, é crucial que estejamos preparadas para as mudanças que se avizinham.
A IA, entre outras, está a revolucionar a forma de trabalhar nas empresas – desde a automação à análise de dados para a tomada de decisões estratégicas, passando pelo marketing e até pelo design. Esta rápida evolução traz desafios significativos, especialmente no que diz respeito às competências requeridas.
Atualmente, apenas 26% dos profissionais de IA no mundo são mulheres, segundo relatórios de várias fontes, como o Fórum Económico Mundial e o Instituto Alan Turing, que destacam a falta de representação feminina nos campos das tecnologias emergentes, apesar do aumento da procura por talentos nestas áreas.
Como podemos ultrapassar estrategicamente estes desafios?
1.Investir em Formação Contínua
A aprendizagem ao longo da vida é essencial para acompanhar o ritmo das tecnologias emergentes. Cursos, workshops e certificações específicas são fundamentais para o desenvolvimento.
2.Focar em Competências Humanas e Criativas
Enquanto a IA automatiza tarefas repetitivas, as competências humanas, como a criatividade, empatia e liderança, tornam-se ainda mais valiosas. Podemos destacar-nos através da combinação do conhecimento técnico com estas competências.
3.Construir e Participar em Redes de Apoio e Mentoria
Estabelecer conexões com outras mulheres pode proporcionar apoio, inspiração e oportunidades. Grupos como o “Portuguese Women in Tech” oferecem plataformas para a partilha de conhecimentos e desenvolvimento profissional.
4.Advogar por Inclusão e Diversidade
É crucial que participemos ativamente no desenvolvimento e implementação de novas tecnologias à medida que estas se tornam parte do quotidiano. Devemos advogar por práticas inclusivas e participar na criação de políticas que promovam a equidade de género.
5.Preparar para a Disrupção
As tecnologias emergentes estão a transformar o local de trabalho, por isso devemos estar preparadas para esta disrupção. Flexibilidade, adaptabilidade e a capacidade de aprender rapidamente serão competências-chave no futuro. Segundo o relatório “Future of Jobs” do Fórum Económico Mundial, as competências mais procuradas até 2025 incluem pensamento analítico, aprendizagem ativa e resiliência.
O futuro do trabalho em TI, especialmente com a massificação da IA e de outras tecnologias emergentes, apresenta tanto desafios como oportunidades para as mulheres que estejam disponíveis e preparadas para se adaptar e aprender.
Em síntese, para nós, mulheres nas TI, o caminho para o sucesso passa pela formação contínua, construção de redes de apoio fortes, advocacia pela inclusão e diversidade, e a exploração de novas oportunidades. Aliando estas estratégias às competências humanas de relacionamento e liderança, as mulheres podem prosperar num ambiente de trabalho em rápida mudança, tornando-se líderes na próxima geração de inovação tecnológica.
O Observadorassocia-se à comunidade PortugueseWomeninTech para dar voz às mulheres que compõem o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.