Em Portugal, vivemos uma conjuntura difícil, devido à pandemia que assolou o mundo, à guerra incompreensível que a Rússia travou contra a Ucrânia e ao desgoverno de Portugal.

Assistimos a uma enorme subida do custo de vida que não é de todo acompanhada pela subida dos salários, o que origina a perda de poder de compra e aumenta a dificuldade dos Portugueses em sobreviver perante tantas adversidades.

Há vários sectores de actividade com falta de mão de obra, mas há imensos subsiodependentes que não querem trabalhar, por outro lado, o salário mínimo que tem vindo a subir lentamente continua a ser baixo.

Os salários da chamada classe média ao longo dos últimos anos não têm sequer aumentado proporcionalmente ao salário mínimo, nem tão pouco à inflacção, e hoje temos uma classe média com vencimentos pouco acima do salário mínimo, ou seja, temos uma classe média completamente empobrecida.

Na verdade, se formos realistas, quase não temos classe média em Portugal, os Portugueses que se enquadravam neste padrão, hoje trabalham para fazer face às suas despesas mensais e com o decréscimo de poder de compra dos últimos anos, são forçados a mudar o seu estilo de vida e já são muitos os que vivem com dificuldades. Para além dos factores acima referidos, muitos desses portugueses que vivem honestamente do seu trabalho e não tiveram uma casa oferecida ou a custo reduzido, agora deparam-se com elevadas subidas das prestações das suas casas.

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Mas não é só, quem ao longo dos anos conseguiu poupar algum dinheiro, hoje tem as suas poupanças depositadas nos Bancos que pagam uma ridicularia de juros que facilmente é coberta pelas despesas de manutenção de conta, etc. Logo, mesmo quem fez um esforço para poupar, hoje tem as suas poupanças a desvalorizar todos os dias porque os Bancos que lhes aumentam as prestações cobrando mais juros, não lhes pagam juros decentes pelos depósitos a prazo.

Esta é a triste realidade em Portugal que continua a ser convenientemente ignorada, a classe média está em vias de extinção e caminhamos a passos largos para uma situação que não imaginávamos há uns anos atrás, temos um enorme numero de Portugueses a viver no limiar da pobreza e depois uma minoria que continua a viver bem.

Impõem-se medidas concretas que impactem directamente no rendimento das pessoas, nomeadamente através de um alívio fiscal (IRS) e do aumento dos salários.

O exemplo dos Professores diz muito do contexto que vivemos, são pessoas qualificadas com salários baixos, alguns deles sacrificando as suas vidas pessoais ao sujeitarem-se viver longe das famílias para conseguirem trabalhar, como se isso não bastasse, depois deparam-se com pessoas que vivem de subsídios por opção e ao fim do mês têm um rendimento disponível semelhante ou superior. É isto uma sociedade justa?

Não é certamente este o País que queremos, onde existe um enorme fosso entre a qualidade de vida das pessoas, contrariando a igualdade e justiça desejáveis numa sociedade como a nossa.