A ideologia do género, um conjunto de ideias anti-científicas que, com propósitos políticos totalitários, extirpa a sexualidade humana da sua realidade natural e a explica apenas pela cultura, imposta ao programa de educação escolar – do pré-primário ao secundário – leva o Estado a Tribunal. Antes, um grupo de 85 deputados já havia pedido ao Tribunal Constitucional a fiscalização de medidas no ensino sobre identidade de género.

Identidade ou ideologia?

Sem dúvida, uma ideologia que defende que a condição e conceito de feminino são artimanhas de discurso, inventadas por uma sociedade masculina e falocêntrica (Falocentrismo: centrado no falo (pénis). Diz-se de uma sociedade onde o sexo masculino dita as regras de poder e hierarquia), uma hierarquia de géneros, na qual o género masculino controla o género feminino, que se manifesta em todas as áreas da vida – da linguagem à política – que a heterossexualidade é compulsória (Judith Butler, Problemas de género, pág. 18), e que a impressão que temos de que o conceito “mulher” é natural não passa de outro condicionamento cultural criado pelos homens como estratégia de poder. Para a ideóloga do género Judith Butler, omnipresente nos Guiões de Género e Cidadania, o ser humano nasce indefinido (neutro) e, graças à família, à escola, à sociedade, às instituições etc., define-se e atrela-se a um papel binário homem-mulher ditado por um “sistema patriarcal opressor”.

Ignorando as mais de 6500 diferenças biológicas entre homens e mulheres, cientificamente provadas, Judith afirma que o comportamento de cada sexo, e até o próprio sexo, são conceitos criados por homens sedentos de poder para parecerem naturais.

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Que homens tão poderosos terão sido esses, capazes de criar algo que já nasce com a pessoa?

Que homens tão poderosos terão sido esses, capazes de colocar o sexo – masculino ou feminino – no ADN de cada pessoa?

Que raio de cultura é essa, que constrói aqueles que a construíram?

Butler não tem qualquer receio em admitir que a sua teoria do género não passa de uma ferramenta de desconstrução e subversão de identidades (o sub-título do livro de Judith Butler é Feminismo e a subversão da identidade). Ela pretende fazer-nos acreditar que há uma nova resposta à pergunta “o que é o Homem?” e que essa resposta é dada na sua bíblia do género (Problemas do género), onde as suas ideias ocupam o lugar da realidade e a realidade, por mais científica que seja, é sacrificada no altar do imaginário e das ciências sociais. De acordo com a teoria do género:

A sociedade deve caminhar resolutamente rumo a uma dessexualização ideológica, isto é, rumo ao apagamento de todas as distinções fundadas no sexo […] Acabou-se o tempo das discriminações biológicas […] A categoria filosófica do sexo deve, portanto, desaparecer ou, pelo menos, ser esvaziada da sua substância significativa forjada pela cultura heterossexista (Oliver Bonnewijn, Gender, quem és tu?, págs. 56-57),

Acabou-se o tempo das distinções fundadas no sexo?

Bem-vindo às distinções fundadas na ideologia.

Acabou-se o tempo das discriminações biológicas?

Bem-vindo ao tempo das discriminações ideológicas.

Urge perceber que a ideologia de género não pretende combater a discriminação nem proteger as minorias. Esse é o papel de embrulho, com um grande laçarote, no qual os seus promotores a envolvem. A ideologia de género é uma teoria sobre a identidade e a essência do ser humano, e o que vem dentro do embrulho é uma amálgama de lixo ideológico que é despejada na mente das crianças, para as confundir quanto à sua identidade.

É para esse fim que o Ministério da Educação, no seu site “Educação para a Cidadania”, no domínio “Sexualidade”, na rubrica desenvolvimento da sexualidade, na sugestão de aceder a mais “Recursos”, nos vídeos de Identidade e Género incita crianças a “mudar de sexo” e, levianamente, usa como exemplo uma caixa de lápis, na qual se colocaram canetas, porque os lápis já não eram precisos, e agora temos canetas; afirma que há homens que menstruam; etc. Não é, portanto, de surpreender que cada vez mais crianças cheguem a casa confusas quanto à sua sexualidade/identidade, e que, à semelhança do que acontece no Reino Unido, os consultórios dos psicólogos estejam a abarrotar de crianças com “disforia de género de início rápido”.

A ideologia do género – como ferramenta de desconstrucção da identidade – começa por desfazer os seus caracteres mais próprios, no caso, o sexo biológico. O nosso sexo não é apenas um dado físico externo. O nosso sexo é o que nos torna aquilo que somos. Sim, as diferenças biológicas contam.

Contra todos os dados e estudos científicos, realizados por homens e mulheres que não adoptaram a ideologia de género como verdade absoluta e incontestável, a Escola defende que não é o sexo biológico que influencia a nossa percepção e comportamento de género, ou seja: ela defende que não é o facto de eu ser mulher (sexo) que me leva a usar maquilhagem e sapatos de salto alto (género), mas que é o facto de eu usar maquilhagem e sapatos de salto alto (género) que interfere sobre o meu sexo.

A ideologia do género tem como objectivo final destruir a identidade do Ser humano para melhor o manipular. Urge entender que podemos influenciar a educação e que não há melhor lugar para educar as crianças do que a família. Quem educa é a família e não o Estado.

A ideologia do género é o derradeiro crime de destruição da percepção humana e do bom senso, que obriga cada pessoa a ver – não o que ela vê – mas sim o que os outros, ou o Estado, querem que ela veja.

A Escola não pode continuar a ser uma linha de montagem da qual os alunos saem todos formatados, a pensar da mesma maneira. As crianças têm diferentes personalidades, são seres únicos, irrepetíveis, e devem ter a sua singularidade e individualidade respeitadas. A Escola deve ensinar Matemática, Português, Inglês, Espanhol, Francês, Biologia, Ciências, e outras disciplinas necessárias para que os alunos obtenham conhecimentos e, quando chegar a hora de adentrar o mercado de trabalho, exerçam as suas profissões com excelência.