Foi anunciada recentemente a dissolução do conselho diretivo do IPDJ-Instituto Português do Desporto e Juventude. Aguarda-se agora a nomeação da nova composição deste órgão. Esta dissolução, previsível como outras ocorridas em diferentes organismos públicos, reflete a natural transição com a entrada em funções de um novo governo.

Importa agora, neste momento de mudança, refletir sobre os melhores perfis para liderar e gerir o organismo responsável pela execução de políticas integradas e descentralizadas nas áreas da juventude e do desporto.

Ao analisar estes 50 anos de história, de um organismo várias vezes restruturado, torna-se evidente que, se o propósito é agir, inovar e reformar, o novo conselho diretivo do IPDJ deve integrar dirigentes tanto da área da juventude quanto do desporto, dotados de experiência comprovada e visão abrangente nestes sectores, capazes de otimizar os recursos disponíveis e renovar as práticas do instituto. A escolha de dirigentes com uma visão focada apenas no desporto e/ou com experiência apenas assente nas máquinas partidárias, não traz nada de novo e significativo a um organismo que exige uma adaptação constante às realidades sociais, associadas à juventude e ao desporto.

O IPDJ dispõe de recursos, humanos e financeiros, para ser e fazer muito mais pela juventude e pelo desporto, mas isso exige experiência e visão de quem o dirige. Num organismo que engloba duas áreas tão distintas, é crucial garantir que uma não prevaleça sobre a outra, caso contrário, questiona-se a eficácia de sua gestão conjunta.

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O IPDJ é um produto da nossa democracia, com serviços e recursos descentralizados por todo o país, com todas as condições para ser um parceiro mais efetivo e ativo junto das autarquias locais e dos movimentos associativos, juvenis e desportivos.

Esta fase de mudança e transição deve ser encarada também como uma oportunidade para rever o funcionamento das direções regionais do IPDJ, que atualmente contam com um diretor regional em cada uma, responsável, em alguns casos, por até sete distritos. Como já mencionei anteriormente, é impraticável gerir eficazmente regiões tão extensas como o Norte e o Centro, onde os serviços do IPDJ enfrentam realidades e necessidades muito distintas. Esta configuração não é sustentável e afeta significativamente os resultados esperados de um organismo com esta importância e dimensão.

Se o atual governo procura melhores resultados, deve ser rigoroso na escolha do novo conselho diretivo, sem ceder ao poder das máquinas partidárias, fortalecendo as direções regionais com mais recursos humanos e dirigentes. Esta mudança de ciclo deve ser aproveitada não apenas para reformar as estruturas e unidades do IPDJ, mas também para implementar mecanismos de ação inovadores, capazes de marcar a diferença na vida dos jovens e do associativismo jovem e desportivo.