O ano de 2024 será um ano decisivo para o nosso país e para as novas gerações. No contexto atual, muito difícil, os nossos principais decisores políticos têm de saber dar resposta ao chamamento do presente e do futuro. Têm de saber dar resposta às necessidades das novas gerações.

No Ensino Superior ainda há muito trabalho por fazer. Limitar as barreiras e entraves nas várias instituições de Ensino Superior tem de ser uma prioridade. Temos de finalmente regular as propinas de Mestrado e repensar as taxas e emolumentos (muitas vezes absurdas) nas nossas instituições.

As universidades portuguesas não podem também continuar a viver sob o sufoco financeiro que as têm condicionado ao longo dos últimos 10 anos. Sub-financiamento tal que faz com que estas mesmas instituições tenham que consecutivamente cortar nos vários apoios sociais aos alunos mais necessitados.

A aposta no ensino e no conhecimento é vital para assegurar o desenvolvimento do nosso país. Mas isto por si só não chega, pois bem sabemos que os problemas da nossa juventude se estendem muito além das batalhas enfrentadas ao longo do seu percurso académico.

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Imigrar e procurar uma vida melhor no estrangeiro passou para muitos, nos últimos anos, de uma “maldição” para uma “ambição”. Aqui nesta frente temos de saber dar resposta às necessidades das novas gerações.

A medida já pré-anunciada pelo Primeiro-Ministro da dita “devolução das propinas” tem os seus méritos, mas não vão ser mais 50 ou 60 euros por mês que vão fazer com que os nossos jovens se instalem no nosso país e ajudem a construir o futuro de Portugal. Não terá esse efeito pois muitos jovens veem que a apenas um bilhete de avião de distância conseguem encontrar oportunidades de emprego em que auferem um salário três ou quatro vezes maior do que as possibilidades que têm no nosso país.

Os dados mais recentes indicam que 25% dos jovens portugueses se encontram em situações de pobreza ou exclusão social. Seis em cada 10 jovens empregados têm vínculos de trabalho precários. Três quartos dos jovens portugueses ganham menos de €950 por mês, dos valores mais baixos da União Europeia. Em contrapartida, os custos de vida, em particular o custo da habitação, têm aumentado consideravelmente ao longo dos últimos anos.

Só do ano passado para este estima-se que houve um aumento de 11% nos valores da habitação no mercado de alojamento jovem nos grandes centros urbanos.

Nestas áreas, as novas gerações exigem soluções para ontem. “A geração mais qualificada de sempre” precisa de melhores salários que reflitam as suas altas qualificações. “A geração mais qualificada de sempre” precisa de ter condições mais favoráveis no acesso à habitação para deixarmos de ser o país da União Europeia onde os jovens saem mais tarde de casa dos pais. “A geração mais qualificada de sempre” quer assegurar o seu direito ao futuro.