A sul de Israel, a apenas cinco quilómetros a leste de Gaza, situa-se o Kibutz de Kfar Aza. No passado Sábado, Kfar Aza foi um dos alvos de ataques perpetrados pela organização terrorista “Hamas” contra o Estado de Israel. Mas falar em ataque do “Hamas” é pouco. É muito pouco.
Na verdade, esse kibutz foi um campo de massacre e barbárie que rivaliza com aqueles que assistimos nos anos 90 no Ruanda ou em Sebrenica.
Em Kfar Aza assistimos a um destilar do ódio, fanatismo e desumanidade. Cerca de 200 civis – entre os quais 40 crianças – foram executados, com requintes de terror e perversidade, como o demonstram os sinais de tortura e as decapitações ali encontradas. Isso mesmo: civis, entre os quais crianças.
Esse massacre não teve qualquer justificação ou objectivo militar – era sempre possível ocupar o Kibutz sem massacrar a sua população civil. Esse massacre foi, antes, a corporização e concretização prática da ideologia do “Hamas” de eliminar o Estado de Israel e o povo judeu.
E, ao ser executado com esse intuito e propósito, não podemos deixar de considerar que aquilo que aconteceu no passado Sábado em Kfar Aza foi um crime de genocídio.
Na verdade, é elemento essencial da tipificação desse crime a intenção do perpetrante eliminar um grupo nacional, étnico racial ou religioso através de actos de eliminação física e biológica dos membros que o compõe.
Ao eliminar fisicamente os habitantes de Kfar Aza, assassinando-os, e ao executar as crianças desse Kibutz, impedindo, assim, a sobrevivência das novas gerações de judeus israelitas, o que o “Hamas” pretendeu foi eliminar o povo judeu. E isso nada tem que ver com a luta pelo Estado Palestiniano ou o direito de resistência. Isso tem a ver com barbárie.
E não pode passar impune.