Estamos perfeitamente cientes do estado sanitário da nação e, hoje mais do que nunca, é crucial que fiquemos todos em casa, para nos defendermos a nós, os que nos são próximos e a sociedade que nos rodeia. No entanto, para além da saúde pública, que é a grande prioridade do momento, não nos podemos esquecer da saúde económica das empresas, que é vital para o nosso país.
O setor imobiliário tem sido um dos principais motores da economia, tem sido dos setores mais resilientes aos efeitos causados por esta pandemia e dele dependem muitas pessoas e famílias. No entanto, as medidas que foram tomadas face ao novo confinamento obrigatório decretado no dia 14 de janeiro, nomeadamente a proibição de visitas a imóveis, têm um potencial para atrair um grande risco, não só para o setor, mas também para o país.
Ao invés deste bloqueio, era importante que fossem encontradas alternativas que permitissem prosseguir com a atividade, mediante estritas condições de segurança, de modo a zelar pela saúde de profissionais e clientes, que podem passar pela criação de protocolos mais apertados, assegurando que todos os profissionais do sector honram as normas de segurança, mantendo encerrados os estabelecimentos comerciais, mas garantindo que as visitas presenciais se realizam através de marcação e, sempre, preservando a segurança dos ocupantes do imóvel e dos visitantes.
Apesar dos avanços tecnológicos registados nesta atividade serem notáveis, o processo de compra de uma casa exige uma relação emocional e a maioria dos clientes ainda não está preparada para comprar imóveis sem os visitar. A compra e venda de uma casa exige uma relação humanizada e a tecnologia não permite isso.
Por outro lado, é desadequado que atividades correlacionadas com a mediação imobiliária possam exercer o seu direito, tais como o sector da construção, a avaliação, os notários, e a mediação seja a única impedida de se realizar. A título de exemplo, seria o mesmo que permitir às fábricas de alimentos continuarem a sua produção habitual e não permitir aos supermercados garantir a distribuição dos mesmos. É imprescindível que prevaleça o princípio de igualdade e que se tomem medidas claras, o que não tem acontecido até ao momento, gerando mais incerteza para o setor.
Os tempos não são fáceis e é fundamental que nos unamos num esforço comum para fazer face a um vírus que já levou tantas vidas. Protejamos as pessoas e não esqueçamos a economia.