A silly season está a chegar ao fim e com ela dizemos adeus aos mergulhos e bolas de Berlim na praia, às churrascadas de verão e aos sunsets. Preparam-se listas, redefinem-se objetivos e ajustam-se rotinas, porque em breve estamos em modo back to school – e arranca oficialmente a peak season.

Preparemo-nos, enquanto marcas e consumidores, para o corropio que se segue até ao final do ano: Regresso às Aulas, Halloween, Black Friday (cada vez mais Week e menos Friday), Cyber Monday, Singles’ Day (a ganhar crescente relevância no nosso calendário comercial) e, claro, Natal.

A preparação nos departamentos de marketing já começou há meses: budget, briefings, brainstormings, debriefings, pitchs, KPI, ROAS, entre um sem número de outros anglicismos. Cansado/a? Prepare-se, que ainda só estamos no início.

A época que se segue, até dezembro, é altamente propícia a arriscar em campanhas que se pretendem memoráveis – e, acima de tudo, rentáveis. Mas não nos esqueçamos de olhar para o negócio como um todo, para conseguir assegurar a base – ou melhor, o básico.

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A luta pela atenção do consumidor é grande e pode sair cara, se não tivermos em consideração uma estratégia integrada de negócio, que articule as várias vertentes: vendas, marketing, operação e logística, tecnologia e apoio ao cliente.

Qualquer campanha deve estar, em primeiro lugar, alinhada com os objetivos comerciais. Por exemplo, pretende aumentar ticket médio, dar a conhecer um produto específico, escoar stock, fazer up ou cross-selling? Quais os objetivos anuais e trimestrais e quão longe ou perto estamos da meta? É estrutural assegurar um forecast adequado ao aumento de procura esperado.

O que nos leva à operação e logística. A gestão de inventário é essencial para sincronizar campanhas com disponibilidade de stock, evitando um consumidor frustrado e insatisfeito. A capacidade logística pode ser desafiada, e, por isso, deve ser, com a devida antecedência, revista e otimizada. Não esqueçamos uma comunicação transparente e eficiente relativamente a prazos de entrega (ajustados, se necessário) e política de devoluções – não queremos consumidores furiosos porque “entrega rápida” significa, na verdade, duas semanas.

Tecnologicamente falando, é essencial assegurar que a performance do website e aplicações está em linha com o aumento esperado, de tráfego e de compra. É necessário garantir robustez de servidores, tempo de carregamento do website, loja online atualizada e com informação detalhada, jornada de compra simplificada e user-friendly. A experiência do cliente deve ser consistente e integrada no online e offline, permitindo que este transite entre canais sem fricção (a chamada omnicanalidade). Isto, claro, sem esquecer a IA e todas as mais-valias que pode trazer à jornada de consumidor.

Uma constante interligação entre os diferentes departamentos é essencial, para ajustar a campanha – no digital, a análise é em tempo real e as mudanças, se necessárias, em tempo supersónico – e criar planos de contingência.

Após a compra, começa, então, uma relação marca-cliente que se pretende duradoura, saudável e feliz. O apoio ao cliente eficaz, célere e resolutivo assume um papel fundamental neste “namoro” que se quer sem percalços.

Preparar a peak season é muito mais do que preparar campanhas bonitas e posts geradores de engagement nas redes sociais. É uma oportunidade (ou várias) de criar ou reforçar um vínculo emocional, gerar uma experiência sem falhas que eleve a percepção do consumidor, transformar um consumidor em cliente e trabalhar a fidelização.

Depois de tudo isto, também já sente que precisa de férias novamente? Não se preocupe, somos dois. Mas, numa nota positiva de fecho, quando piscar os olhos já está a contar as 12 passas para entrar em 2025 – e começar tudo outra vez.

O Observadorassocia-se à comunidade PortugueseWomeninTech para dar voz às mulheres que compõem o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.