Está a ser descrita na imprensa norte-americana como uma das reviravoltas mais impressionantes da história do Congresso. O líder da maioria Eric Cantor, que era o grande favorito para suceder ao presidente Câmara dos Representantes John Boehner, teve uma estrondosa derrota nas primárias republicanas no distrito de Virgínia. Quem venceu  foi Dave Brat, um professor de economia apoiado pelo Tea Party que centrou a sua campanha no argumento de que Cantor não era suficientemente conservador.

O resultado apanhou de surpresa o Partido Republicano e as repercussões podem-se fazer sentir em Washington e no debate nacional sobre a imigração. Dave Brat focou-se muito no tema da imigração ao longo da campanha, acusando o adversário de ser muito suave nas políticas de imigração e de apoiar uma amnistia para os imigrantes ilegais.

De acordo com o New York Times, a campanha de Brat teve um financiamento de pouco mais de 200 mil dólares, muito aquém da máquina de Cantor, que desembolsou mais de um milhão de dólares na reta final, entre abril e maio, a par do apoio de associações que ajudaram na publicidade.

A participação eleitoral nas primárias republicanas foi bastante elevada: cerca de 65 mil pessoas foram às urnas, muito mais do que as 47 mil que votaram há dois anos, e que deram a Eric Cantor 79% dos votos.

“Adoro cada uma das pessoas deste planeta porque são todas filhas de Deus”, disse Brat a dada altura da campanha, usando o trunfo ultraconservador do Tea Party para se sobrepor a Cantor – que acusava de ser demasiado liberal. A “responsabilidade fiscal” foi outra das bandeiras de Brat para chegar à vitória.

Dave Brat foi assim o nome escolhido pelos republicanos para defrontar o democrata Jack Trammell, também professor na universidade Randolph-Macon, onde Brat leciona. O derrotado Cantor falou de “desilusão” e, acompanhado da mulher, reconheceu a queda. “Servir-vos como o congressista do 7º Distrito e ter o privilégio de ser o líder da maioria foi a maior honra da minha vida”, disse.

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