As imagens foram divulgadas através de uma conta de twitter ligada aos jihadistas e surgem numa altura em que estes reivindicam a execução de 1700 militares iraquianos. Inicialmente houve algumas dúvidas sobre a autenticidade destas imagens, mas o porta-voz do exército iraquiano, general Qassim al-Moussawi, acabou por confirmar que eram verdadeiras.
As fotografias terão sido tiradas na província de Salahuddin, uma região a norte de Bagdad cuja cidade mais importante é Tikrit, a terra natal de Saddam Hussein. Os jihadistas pretendem que os soldados executados eram desertores do exército iraquiano, mas a BBC está a informar que eram sim militares que se tinham rendido face ao rápido avanço das forças do ISIS.
A sequência fotográfica mostra um conjunto de soldados a serem conduzidos até um campo aberto onde, depois, são mortos a tiro de arma automática. Há nas imagens reminiscências de outras execuções colectivas do passado, como as realizadas pelo exército nazi quando invadiu a Rússia, em 1941, ou as realizadas pelos sérvios bósnios em Sebrenica.
Navi Pillay, alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse na passada sexta-feira que os militantes do ISIS têm vindo a proceder a “execuções sumárias e a massacres extrajudiciais” nas regiões que capturaram, incluindo na cidade de Mosul. Tudo indica que esta atrocidade, a confirmarem-se as 1700 execuções sumárias, será a maior dos últimos anos na região, maior ainda do que a resultante do ataque com armas químicas que ocorreu na Síria a mando do regime de Assad e que terá feito 1400 vítimas mortais
Nalgumas das legendas das fotografias colocadas online numa conta habitualmente utilizada pelo ISIS escrevia-se que “este é o destino dos xiitas que Nouri al-Maliki mandou combater os sunitas”. Maliki, recorde-se, é o primeiro-ministro iraquiano, um xiita que tem seguido uma política sectária relativamente à minoria sunita.
No terreno há indicações de que o exército iraquiano conseguiu parar o avanço dos jihadistas em direcção à cidade santa (para os xiitas) de Samarra. Situada cerca de 100 km a noroeste de Bagdad, Samarra estará a servir de base para um contra-ataque das forças leais ao regime iraquiano, que reivindicam a recaptura de algumas aldeias e vilas da região.
Entretanto, de acordo com o New York Times, o Departamento de Estado deu este domingo ordens à embaixada americana em Bagdad para preparar a evacuação de boa parte do seu pessoal, numa sinal claro de que os Estados Unidos vêem com grande ansiedade o avanço dos jihadistas em direcção à capital.
Aviso: as próximas imagens são chocantes e não recomendáveis a quem for sensível:
Militantes do ISIS conduzem soldados iraquianos que se tinham rendido.
A coluna de militares é conduzida para o local onde todos seriam agrupados.
Os militares iraquianos foram reunidos num largo antes de serem conduzidos ao local da execução.
Os militantes do ISIS obrigaram os prisioneiros a entrarem para veículos de transporte.
A caminho do local das execuções.
O local escolhido foi um terreno descampado.
As vítimas foram obrigadas a deitarem-se no chão numa zona que tinha sido previamente escavada.
O momento da execução colectiva.
Um jihadista do ISIS trata de assegurar que ninguém sobreviveu.
A utilização de um improviso de vala comum faz lembrar outros grandes crimes do passado.