O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou que Portugal ainda não tomou uma decisão sobre pertencer a uma coligação internacional de combate ao autoproclamado estado islâmico, mas garante que o Governo apoia uma eventual intervenção.

“Uma coligação tem o apoio do Estado português, porque concordamos que este tipo de terrorismo não se pode combater apenas com meios militares, mas eles têm de ser utilizados. Sempre que conquistam uma cidade matam civis e violam mulheres. A contenção imediata não se pode fazer com diálogo”, disse o ministro durante uma visita ao Montijo. O governante referiu ainda este é um “género de terrorismo complexo e difícil de combater”. “Compreende-se que o presidente Obama tenha, nestas circunstâncias muito especiais, pedido uma coligação para encontrar as formas de combate mais adequadas. Portugal está de acordo, apesar de não ter ainda nenhuma decisão, até porque não temos meios que facilmente vão tão distantes”, salientou.

Rui Machete referiu que é importante analisar as condições. “Não temos nenhuma decisão tomada, mas estamos de acordo. Temos que ver as condições em que as operações se processam, mas estamos de acordo porque isso é do nosso interesse e do interesse da humanidade”, afirmou. O chefe da diplomacia disse ainda que o autoproclamado Estado Islâmico representa um tipo de terrorismo novo, que não pretende destruir estados, mas constituir-se ele próprio num Estado. “São crimes brutais e inumanos, que a todos impressionam e que vão muito para além daquilo que já era um terrorismo muito violento. É algo extremamente perigoso e tem um aspeto muito delicado, que obriga a medidas de defesa muito efetivas mas difíceis, que é o facto de os terroristas provenientes de países europeus puderem regressar por estarem arrependidos mas também podem voltar ainda com o entusiasmo de praticar atos de terrorismos”, explicou.

O ministro referiu que estas situações são difíceis de controlar pelas autoridades por se tratar de pessoas isoladas. “Neste capítulo não temos uma situação grave, pois sabemos que existem 11 ou 12 portugueses, todos nascidos fora de Portugal, que se filiaram nesta organização, mas noutros países europeus o número é muito mais vasto”, concluiu.

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