No âmbito do projeto A Arte Chegou ao Colombo, o centro comercial trouxe a Lisboa a exposição “The Pool”, uma instalação interativa da autoria da artista norte-americana Jen Lewin. Composta por mais de 100 discos colocados em círculos concêntricos e 40 mil LEDs, “The Pool” é uma obra que apela aos sentidos do público, criando um ambiente de luz e cor.

Cada disco que compõe a estrutura é independente, reagindo e interagindo com base na utilização que lhe é dada. Apesar disso, os discos estão todos interligados através de LEDs personalizados, controladores, sensores, drivers e software. Pode parecer complexo, mas interagir com a peça é muito fácil.

O efeito criado pela instalação é desencadeado pela ação do utilizador, que deve interagir com a peça, pisando os vários discos. A experiência muda também consoante o número de participantes e a capacidade de estes se envolverem uns com os outros. Dependendo da pressão do pé e da velocidade, as diferentes bases circulares criam efeitos de luz, cor e som, criando, nas palavras da embaixadora da exposição Emília Tavares, “uma vasta pintura de cor e intensidade sempre mutáveis” produzida pelo próprio público.

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© Aaron Rogosin

A obra foi criada em 2008 mas a sua conceção é muito anterior. Foram precisos vários anos até que a estrutura estivesse completa. “Tive de esperar que a tecnologia evoluísse”, contou a artista ao Observador. “Quando tive a ideia, os LEDs ainda não existiam e esta peça é feita de LEDs. Tive de esperar muitos anos até que a tecnologia estivesse disponível para a poder usar”. Mas o verdadeiro objetivo de era criar uma peça de “arte pública”, que permitisse às pessoas não só “brincar” com ela, mas também uns com os outros, criando um momento de comunicação e interação.

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Jen Lewin é principalmente conhecida pelos seus trabalhos no campo da arte interativa e participativa. Há mais de uma década que, juntamente com a equipa do seu estúdio em Boulder no Colorado, cria peças de grandes dimensões que são tecnologicamente complexas, mas que procuram, ao mesmo tempo, proporcionar uma experiência dinâmica. As suas obras, concebidas para o ar livre e para a utilização pública, já foram expostas em inúmeros espaços públicos nos Estados Unidos da América e um pouco por todo o mundo.

Foi a procura por uma arte mais interativa e pública que levou Jen Lewin à arte digital. Apesar da sua formação em arte tradicional, Jen sempre foi fascinada pelo digital. “Para mim sempre houve algo nas duas coisas que era semelhante”, confessou. “É a mesma coisa sentar-me e desenhar um retrato ou sentar-me ao computador e programar. As duas coisas têm um lado artístico. Permitem-me criar coisas”. Porém, as ferramentas digitais possibilitam-lhe uma abordagem diferente da arte. “Permitem-me fazer coisas mais dinâmicas. Adoro o facto de poder usar luz e som para criar uma escultura que é realmente dinâmica”.

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© Aaron Rogosin

Quando questionada sobre a possibilidade de o digital vir a substituir a arte tradicional, Jen Lewin disse esperar que tal não aconteça. “Continuo a gostar de fazer coisas. Nós fizemos isto”, disse referindo-se aos discos de “The Pool”. “São tecnologicamente muito desenvolvidos, mas nós fizemos isto. E eu gosto de fazer coisas, por isso espero que continuemos a fazê-las. Adoro que possamos integrar tecnologia nas coisas que fazemos, mas espero que possamos continuar a fazê-las e a fazer coisas físicas, que não existam apenas num ecrã”.

“The Pool” vai estar acessível ao público entre os dias 16 de setembro e 9 de novembro na praça central do Centro Comercial Colombo, em Lisboa.