O Grupo Espírito Santo (GES) aconselhou os clientes com contas milionárias na Suíça a não aderirem ao perdão fiscal, isto é, a não repatriarem o dinheiro para Portugal, numa altura em que, soube-se depois, os próprios membros da família Espírito Santo estavam a recorrer a este mecanismo para transferir dinheiro para o país. Segundo avança o Correio da Manhã na edição desta segunda-feira, em causa está uma carta enviada pela Compagnie Financière Espírito Santo SA aos depositantes milionários na Suíça onde se dizia que podiam ter problemas com a justiça caso transferissem os fundos.

Na carta, a Compagnie Financière aconselhava os seus clientes na Suíça a não aderirem ao Regime Excecional de Regularização Tributária (RERT II), um mecanismo criado em abril de 2010 para declarar dinheiros depositados no estrangeiro. Segundo o Correio da Manhã, as sociedades do GES na Suíça serviam para canalizar dinheiro para as empresas do Grupo que na altura já tinham mais dificuldades, como é o caso da RioForte.

Na missiva, o Grupo Espírito Santo respondia a várias dúvidas dos clientes, deixando claro que não havia vantagem em transferir os fundos e alertando, inclusive, para o facto de poderem vir a ter problemas com a justiça caso o fizessem.

A adesão ao RERT II implicava para o Espírito Santo Financial Group uma descrição pormenorizada dos montantes que estavam no estrangeiro, nomeadamente através da divulgação de quais os bancos onde o capital estava depositado, assim como a entrega de documentos autenticados pelas respetivas entidades bancárias que provassem a titularidade dos depósitos. Ou seja, um conjunto de procedimentos que o grupo queria evitar para, no limite, não descapitalizar aquelas sociedades na Suíça.

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