Zeinal Bava renunciou esta terça-feira à presidência da empresa de telecomunicações brasileira Oi, revelou a empresa, num comunicado enviado às redações.
O diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Bayard De Paoli Gontijo, assumirá temporariamente o cargo, até que o conselho de administração da companhia decida quem indicará para o posto.
O financiamento de quase 900 milhões de euros da Portugal Telecom (PT) ao Grupo Espírito Santo ainda está a ter impacto na fusão entre a operadora de telecomunicações brasileira e a portuguesa. Além de ter enfraquecido a posição dos acionistas portugueses na operação, também fez com que Bava perdesse a confiança dos brasileiros.
Na terça-feira, já tinha sido noticiado que Zeinal Bava poderia estar de saída da Oi e que os franceses da Altice poderiam estavam interessados em comprar a PT Portugal à empresa brasileira, deixando o futuro da empresa portuguesa em aberto. O Diário Económico tinha avançado que os bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley já tinham sido contratados para para assessorarem uma eventual proposta de compra dos ativos.
O facto de o Governo de Passos Coelho ter passado o contrato de comunicações da Caixa Geral de Depósitos para a NOS também terá sido visto como um sinal de falta de confiança do Estado português na PT, diz o Diário Económico.
Cerca de um ano após o anúncio da fusão entre a Oi e a Portugal Telecom, tudo parece estar em aberto. A disponibilidade da TIM Brasil, controlada pelos italianos da Telecom Italia, para comprar ou ser comprada pela Oi pode estar a levar os brasileiros a rever a estratégia delineada para a empresa.
Além da Altice, o Económico noticiou ontem que a Telefónica está a acompanhar de perto a operação e que a Vodafone pode ser um candidato à compra da PT Portugal. Na terça-feira, o Público também noticiou que a comissão de auditoria da Portugal Telecom tinha concluído que a gestão de Zeinal Bava e Henrique Granadeiro tinha sido imprudente e enganadora.