O elixir do poder. Atrai, seduz, anima ou deprime? Segundo um estudo divulgado esta terça-feira na NBC News, a resposta pode depender do género. Se os homens ficam mais felizes quando ocupam cargos de liderança e chefia, as mulheres tendem mais à depressão.
“As mulheres em posições de autoridade são avaliadas de uma forma mais rigorosa, quando comparadas com outras que não estão na mesma posição ou que tenham colegas de trabalho homens. As mulheres com um status mais elevado ficam frequentemente expostas à discriminação de género e ao assédio, o que leva ao stress crónico“, explicou Tetyana Pudrovska, responsável pelo estudo e professora assistente na Universidade do Texas.
O estudo concluiu que as mulheres com competência para empregar, despedir ou que detenham influência a nível de pagamentos são mais propensas a desenvolver sintomas de depressão. Mais: não são as disparidades salariais que alimentam as oscilações de humor femininas.
A responsável pelo estudo adiantou ainda que, quando os homens lideram, existe uma “hierarquia de status esperada” e que essa estrutura tradicional pode ajudar a aumentar as recompensas psicológicas que acompanham as promoções. Já as mulheres têm de superar a resistência social com que deparam.
O estudo também concluiu que os homens tendem a trabalhar mais horas semanais do que as mulheres, mas são menos supervisionados pelas chefias. Contudo, a pressão em relação ao tempo, as horas que detêm para exercer funções, para falar com os recursos humanos e o nível de satisfação laboral são semelhantes entre os dois géneros.
A investigação foi coordenada pelas académicas norte-americanas Tetyana Pudrovska e Amelia Karraker e publicada no Journal of Health and Social Behavior, da Associação Sociológica Americana, em dezembro. Para chegar a estas conclusões, as académicas analisaram dados longitudinais, recolhidos entre 1957 e 2004, que envolveram 1300 homens e 1500 mulheres, em Wisconsin, nos Estados Unidos da América.