O apartamento em Paris, onde José Sócrates viveu durante o período em que esteve a estudar Filosofia na capital francesa e que, de acordo com a versão do ex-primeiro-ministro, foi emprestada pelo empresário Carlos Santos Silva, foi decorada pelo próprio e pela ex-mulher Sofia Fava, revela o Correio da Manhã, que teve acesso às escutas relativas à Operação Marquês.

Apesar de ter afirmado, por diversas ocasiões, que o apartamento em questão pertencia ao amigo de infância, José Sócrates e Sofia Fava terão tido uma palavra determinante na remodelação da obra. Sócrates terá decidido, entre outras coisas, o tipo de azulejos que deviam ser usados na remodelação do apartamento, garante o mesmo jornal, que escreve sobre o luxo do mesmo apartamento.

Confrontado pelo juiz Carlos Alexandre com estas informações, José Sócrates terá dito apenas que aceitou ajudar o amigo a decorar o apartamento porque tinha “melhor gosto”.

O arquiteto responsável pela obra, contactado pelo CM, por sua vez, garante que sempre tratou da obra com Carlos Santos Silva. “Acompanhou [Santos Silva] a remodelação por email. Enviava-lhe fotografias e ele respondia-me o que deveria ou não mudar. Deveriam ter sido feitas mais obras, mas mandou-me parar”, explicou Benny Benlolo, sempre referindo-se a Carlos Santos Silva.

No entanto, apesar de Benlolo se referir a Santos Silva como único interlocutor em todo o processo de remodelação do apartamento, segundo o CM, Sofia Fava terá visitado a casa e alterado, inclusivamente, a disposição da mobília.

Poucos dias antes do início da Operação Marquês, que culminou com a detenção de Carlos Santos Silva, José Sócrates e outros dois suspeitos, o empresário tentou por diversas ocasiões vender o apartamento remodelado – de acordo com o CM, ter-se-á deslocado a uma agência imobiliária em Paris para acelerar o processo. O empresário acabaria por não conseguir vender o apartamento, que hoje se encontra à venda por quatro milhões de euros.

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