Um grupo de generais e almirantes na reforma resolveu constituir uma associação para lutar contra o “definhamento” do país. O presidente do denominado Grupo de Reflexão Estratégica Independente (GREI), almirante Melo Gomes, garante que o objetivo desta nova organização é contrariar esse “definhamento” de Portugal com propostas sobre segurança, mas também a nível económico e social.
Em declarações à Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior da Armada disse que este grupo formado por 23 generais e almirantes na reforma tem realizado desde “há dois ou três anos” vários almoços/debate de caráter reservado com a participação de figuras nacionais e decidiu agora institucionalizar-se.
“Não podemos estar passivos numa situação em que de facto temos Portugal a definhar. Este é um contributo que parte não só de insatisfação, mas no sentido de encontrar e propor soluções”, disse.
A ideia, segundo Fernando Melo Gomes, é elaborar “estudos de caráter estratégico a nível económico e social sobre a situação portuguesa, com uma perspetiva do seu desenvolvimento, sobre a defesa, a segurança e as questões relacionadas com a cidadania”.
“[Este grupo] vai muito para além das questões militares”, afirmou, referindo que os membros do GREI são pessoas “com mais de trinta anos de serviço ao país” e “qualificadas para poder dar um contributo no sentido dessa reflexão, de debater ideias e contribuir para que o país saia de uma situação que é muito complexa em todos os sentidos”.
O antigo chefe da Armada disse que a iniciativa “ainda está muito início”, mas que brevemente será lançada “uma página na internet com ‘newsletters’ periódicas”.
Melo Gomes adiantou que o presidente da Assembleia Geral desta nova organização, já constituída juridicamente, é o general Pinto Ramalho, antigo chefe do Estado-Maior do Exército, e que o presidente do Conselho do GREI é o ex-chefe da Força Aérea, general Taveira Martins.
Entre os membros do GREI estão os almirantes Teles Palhinha ou Conde Baguinho, ambos ex-vice-chefes da Armada, ou os generais Formeiro Monteiro, Oliveira Cardoso (ex-vice-chefes do Exército), Mourato Nunes (ex-comandante da GNR), Silvestre dos Santos e Oliveira Simões (antigos vice-chefes da Força Aérea).