A economia global caminha para uma crise financeira que pode ser mais gravosa do que a crise que estourou nos EUA em 2008. O alerta é do presidente da agência de rating chinesa Dagong, Guan Jianzhong, que diz que a culpa é da “máquina impressora” a que os bancos centrais têm recorrido em demasia para compensar o fracasso do modelo de crescimento baseado no crédito.

“Acredito que vamos enfrentar uma nova crise financeira mundial nos próximos anos”, afirmou quinta-feira o chinês Guan Jianzhong, presidente da chinesa Dagong Rating Agency. Citado por uma agência noticiosa russa, a TASS, o especialista explicou que “é difícil dizer exatamente quando pode acontecer, mas todos os sinais de alerta estão presentes: volume crescente de dívidas e um progresso económico instável das economias nos EUA, Europa, China e outros países em desenvolvimento”.

As declarações do presidente da Dagong surgiram no mesmo dia em que um relatório da consultora McKinsey calculou que o endividamento total a nível global aumentou em 57 biliões de dólares desde 2007, de 142 biliões para 199 biliões de dólares. Em simultâneo, a dívida total em proporção do Produto Interno Global (PIB) anual subiu de 269% de 286%.

“Os países desenvolvidos, incluindo os EUA e a União Europeia, continuam a ser os grandes consumidores. Mas estes países apenas irão crescer se houver procura para o consumo, num contexto em que o principal potenciador deste consumo é o crédito“, diz Guan Jianzhong. “Os EUA, a Europa e o Japão estão a aumentar o consumo através do crescimento do crédito, o que representa um risco”, acrescenta.

Os riscos de que fala o presidente da Dagong são exacerbados pelo facto de “estes países terem excedido o potencial para a produção de bens, criando uma bolha“. O problema tornou-se global, na opinião de Guan Jianzhong, “através das políticas de expansão monetária e do recurso à impressora” por parte dos principais bancos centrais.

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