José Cid, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, as Doce ou a regressada Simone de Oliveira são algumas das vozes que todos associamos ao Festival RTP da Canção, com várias participações cada um. Mas é provável que não se lembre da passagem destes artistas pela competição, quase todos em início de carreira.
1967. Marco Paulo, “Sou Tão Feliz” (6.º lugar)
http://www.youtube.com/watch?v=UUmeS_stvvs
Tinha apenas 22 anos quando concorreu ao Festival, um ano depois de editar o seu primeiro disco. A contrastar com o título da canção, não foi feliz na votação e ficou em último lugar, entre os seis concorrentes. Voltaria ao Festival em 1982, com o tema “É o Fim do Mundo“, que passou quase despercebido.
1968. Nicolau Breyner, “Pouco Mais” (4.º lugar)
A sua mãe tinha o curso superior de piano e o seu pai adorava ópera. O jovem Nicolau quis ser cantor de ópera, mas desistiu da ideia porque a disciplina exigida era incompatível com a vida boémia de que gostava, conforme confessou à Notícias TV. Acabou por ir para o Conservatório e seguir a carreira de ator. Na sua curta passagem pela música, chegou a editar alguns discos e participou na quinta edição do Festival, em que ficou classificado atrás de Carlos Mendes, Tonicha e José Cid.
1974. Helena Isabel, “Canção Solidão” (6.º lugar)
http://www.youtube.com/watch?v=gOlD4P62TPo
Helena Isabel é mais conhecida como atriz, mas participou em quatro Festivais. A primeira vez foi em 1974, com “Canção Solidão”, que ficou em sexto lugar, com escassos dois pontos. Helena Isabel deixaria de estar só para casar com o vencedor desse ano, Paulo de Carvalho. Em 1980 e 1984 não chegou à final, mas em 1983 conseguiu um terceiro lugar, com a canção “E Afinal, Quem És Tu?“.
1975. Jorge Palma, “O Pecado Capital” (7.º lugar)
As letras das canções deste ano traduzem o ambiente revolucionário que se vivia no País. Jorge Palma, com 25 anos, concorre com dois temas: em dueto com Fernando Girão, canta “que o pecado essencial é o capital”, numa composição a meias com Pedro Osório; a solo, exalta o lado feminino da Liberdade em “Viagem“. Ficaram em 7.º e 8.º lugares, respetivamente.
1982. Fernanda de Sousa/Ágata, “Vai, Mas Vem” (10.º lugar)
http://www.youtube.com/watch?v=gjeSbMrNVQU
Quando chegou ao Festival, ainda como Fernanda de Sousa, já tinha feito parte das Cocktail e gravado o genérico da “Abelha Maia”. Obteve um modesto décimo lugar, mas venceu o Prémio de Revelação. A edição desse ano foi vencida pelas Doce, grupo de que Fernanda viria a fazer parte, antes de adotar o nome artístico de Ágata.
1984. António Sala, “Uma Canção Amiga” (6.º lugar)
http://www.youtube.com/watch?v=o7HzUwMhGc4
Começou a cantar com o grupo Maranata, cujo maior êxito foi “Aleluia”, a versão portuguesa da canção israelita que venceu o Festival Eurovisão de 1979. Já tinha tentado a sorte em 1980, com o tema “Uma Razão de Ser“, em dueto com Alexandra, mas não passaram da semifinal. Desta vez, ficou em sexto lugar. Nos coros estão o seu filho Nuno Sala e a dupla de irmãos Nuno e Henrique Feist. Atenção ao penteado da apresentadora Manuela Moura Guedes, que aparece no início do vídeo.
1985. Delfins, “A Casa da Praia” (11.º lugar)
http://www.youtube.com/watch?v=nMMdsrSjFn8
No início do seu percurso, os Delfins apresentaram um estilo irreverente no palco do Coliseu dos Recreios. O júri não foi na onda e atribuiu-lhes o último lugar, mas a banda de Cascais não se perdeu no caminho da felicidade, vindo a tornar-se uma das mais bem-sucedidas dos anos noventa.
1988. António Antunes/Tony Carreira, “Uma Noite a Teu Lado” (pré-eliminatória)
Apresentado ainda como António Antunes, Tony Carreira concorreu ao Festival por sugestão do seu irmão José, depois de muitos anos a cantar na comunidade portuguesa de Paris com a banda Irmãos 5. Nesse ano, a RTP optou por uma pré-eliminatória de onde só se apurava uma canção para a final, e a escolhida foi Dora, que veio a representar Portugal na Eurovisão pela segunda vez. O tema “Uma Noite a Teu Lado” fica para a biografia de Tony Carreira como o primeiro disco que editou.
1990. Toy, “Mais e Mais” (3.º lugar)
Muito antes do sucesso de “Chama o António” ou “Aguenta-te com Esta”, o cantor de Setúbal foi ao Festival RTP da Canção, onde não foi além do terceiro lugar mas conquistou o Prémio de Interpretação. Foi certamente um marco importante na história de Toy (“Toy Story”, como diria Lauro Dérmio).