A Costa do Marfim vai abrir uma embaixada em Lisboa e acordou com Portugal o aprofundamento da cooperação, levando o ministro dos Negócios Estrangeiros, Charles Diby, a classificar nesta terça-feira de “muito proveitosa” a visita que efetuou ao nosso país.

No final de um encontro com o seu homólogo Rui Machete, Charles Diby agradeceu ao chefe da diplomacia portuguesa o acolhimento, assinalando a “convergência de pontos de vista” entre os dois em várias questões bilaterais e internacionais.

O governante costa-marfinense defendeu o “aprofundar das ligações” entre os dois países e disse que a Costa do Marfim quer “ir mais longe” nas relações comerciais.

Antes das declarações aos jornalistas, os dois ministros tinham assinado uma convenção para evitar a dupla tributação e a evasão fiscal em relação a impostos sobre o rendimento e um memorando de entendimento para a introdução do português como língua estrangeira opcional no sistema de ensino da Costa do Marfim.

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Assinaram ainda um protocolo para a criação de uma comissão bilateral de cooperação, cuja primeira reunião decorrerá em Abidjan em data a determinar.

De acordo com a declaração conjunta sobre a visita do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Costa do Marfim a Portugal, os governantes decidiram “iniciar negociações entre as duas administrações para desenvolver a cooperação bilateral em vários domínios, nomeadamente a segurança e a justiça”.

Rui Machete congratulou-se com o sucesso do fórum económico “Portugal e Costa do Marfim — Reforço das Relações Económicas e Comerciais”, que decorreu na segunda-feira em Lisboa, com a participação de investidores dos dois países.

O ministro português indicou que são várias as empresas portuguesas que trabalham na Costa do Marfim, por exemplo no setor da construção.

Charles Diby assinalou ainda o papel desempenhado por Portugal na crise da Guiné-Bissau, enquanto Rui Machete sensibilizou o seu homólogo para a conferência de doadores sobre aquele país que vai decorrer no próximo dia 25, em Bruxelas.

A luta contra o vírus do Ébola (dois dos três países mais afetados têm fronteiras com a Costa do Marfim), o terrorismo e a pirataria no Golfo da Guiné foram outros dos assuntos abordados pelos dois responsáveis.

Charles Diby disse aos jornalistas ter pedido o apoio de Portugal na luta contra a pirataria marítima naquela zona.

Segundo a declaração conjunta, o chefe da diplomacia da Costa do Marfim também convidou o seu homólogo português a realizar uma visita oficial ao país, para a realização da primeira sessão da comissão bilateral.