Vencidas que estão as eleições, Juha Sipilä, líder do Partido do Centro, tem agora em mãos a tarefa de encontrar um parceiro de coligação para formar o novo governo da Finlândia, de modo a obter maioria no Parlamento. As negociações com todos os partidos arrancam esta terça-feira, avançou Sipilä, citado pela Bloomberg.

E a quem irá o Partido do Centro dar o braço? Sipilä já disse que sente “confiança pessoal” no líder do Partido dos Finlandeses, o eurocético Timo Soini, e que está pronto a considerar uma coligação que inclua esse partido que ficou em segundo lugar na preferência dos finlandeses, no passado domingo.

O líder do Partido do Centro avançou ainda que as negociações para encontrar um parceiro de governo não deverão demorar mais de um mês, após o início das negociações oficiais. Quanto às negociações informais arrancam já esta terça-feira, com todos os partidos, disse Sipilä numa conferência em Helsínquia. O próximo governo deverá ter 18 ministros.

Sipilä também se poderá ter de virar ou para o Partido da Coligação Nacional, até aqui no poder, ou para o Partido Social-Democrata. O primeiro-ministro cessante, Alexander Stubb, da Coligação Nacional, disse que o próximo governo deverá construir um programa que proporcione o crescimento da economia e a criação de empregos. Alexander Stubb disse ainda, segundo a Bloomberg, que o seu partido, que saiu derrotado nestas eleições, não tem qualquer problema em negociar.

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O maior partido de oposição finlandês, o Partido do Centro, ganhou as eleições legislativas, conquistando 49 dos 200 lugares no parlamento. O Partido dos Finlandeses, liderado por Timo Soini, ficou em segundo lugar, com 38 lugares parlamentares. A Coligação Nacional liderada por Alexander Stubb, e que estava no poder desde 2011, ficou-se pelos 37 lugares, ficando em terceiro nas preferências dos finlandeses. O Partido Social-Democrata ficou com 34 lugares.

Sipilä, de 53 anos, viu crescer a sua fortuna no setor da telecomunicação e da bioenergia. Muito crítico das ajudas à Grécia, a sua principal promessa eleitoral foi a criação de 200 mil postos de trabalho no setor privado na próxima década, ao mesmo tempo que prometeu cortar dois mil milhões de euros de despesa no setor público.

“Não há truques de magia”, disse Sipilä numa entrevista à YLE TV1. “É um projeto a 10 anos para tornar a economia novamente competitiva. O equilíbrio das finanças públicas é uma segunda prioridade”, disse o líder do Partido do Centro, citado pela Bloomberg.

Depois de três anos de recessão, Sipilä terá a árdua tarefa de endireitar a economia finlandesa e de reparar os danos causados mais recentemente pela aplicação das sanções à Rússia por parte da UE e que implicaram, no caso da Finlândia, uma quebra de 10% nas exportações.

O Ministério das Finanças finlandês estima que sejam necessárias medidas de austeridade num montante de seis mil milhões de euros até 2019 para evitar que a dívida do país atinja os 70% do Produto Interno Bruto (PIB).