Pelé, a maior estrela do futebol brasileiro e apoiante da recandidatura de Joseph Blatter à presidência da FIFA, disse que o organismo precisa de “gente honesta” e recusou abordar o tema da corrupção.
“Tomo uma posição como jogador. Quero que o futebol junte todos e pare com as guerras. É essa a força do futebol: unir os povos”, afirmou o antigo jogador à estação britânica BBC, à margem da curta digressão a Cuba do Cosmos de Nova Iorque, clube em que terminou a carreira, na segunda metade da década de 70.
Pelé assumiu ter sido “apanhado de surpresa” com a demissão de Blatter, mas reiterou que os casos de corrupção que assolam a FIFA é tema que não lhe diz respeito.
“Nesta vida tudo muda. Para reorganizar as coisas é importante contar com gente honesta e esta organização [FIFA] precisa de pessoas boas. Os casos de corrupção não me dizem respeito”, considerou Pelé.
Na segunda-feira, questionado sobre a reeleição de Blatter, Pelé revelou que estava “a favor” do dirigente suíço.
“É melhor ter gente com experiência nestes cargos. Foi perfeito”, comentou, na altura, o tricampeão mundial pelo Brasil (1958, 1962 e 1970).
Na terça-feira, Joseph Blatter demitiu-se da presidência da FIFA, na sequência do escândalo de corrupção que abala o organismo máximo do futebol, e pediu a marcação de um congresso extraordinário para eleição de um sucessor.
O suíço anunciou a saída apenas quatro dias após a sua reeleição para um quinto mandato na presidência da FIFA, que decorreu em ambiente conturbado, já depois da detenção de sete dirigentes do organismo a 27 de maio, em Zurique, dois dias antes do ato eleitoral.
Horas depois soube-se que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes, incluindo os detidos, e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção ao longo dos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).