O vice-primeiro-ministro realçou, em Santarém, o contributo dos produtos agrícolas para o crescimento das exportações portuguesas, que, disse, no mês de abril, foi “francamente bom”.
Paulo Portas, que hoje visita a Feira Nacional da Agricultura (FNA), afirmou que os números das exportações relativos a abril, divulgados hoje, “são francamente bons” ao mostrarem um crescimento de 8,2% face ao mesmo trimestre de 2014 e de 9% face ao mês anterior, valores que contaram com o contributo de 19% dos produtos agrícolas não transformados.
“Teremos meses melhores, meses piores, mas a tendência de crescimento das exportações portuguesas é muito forte em 2015”, declarou.
Para Paulo Portas, o crescimento “cá dentro” com investimento e “para fora” com as exportações permite “proteger a retaguarda e criar emprego”.
O vice-primeiro-ministro realçou estes números no encerramento da conferência “A contabilidade e a fiscalidade na atividade silvícola”, organizada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e pela Confederação de Agricultores de Portugal, que se realizou hoje de manhã no âmbito da Feira Nacional da Agricultura, certame que decorre até domingo no Centro Nacional de Exposições, em Santarém.
Portas realçou ainda o facto de, a duas semanas de terminarem as candidaturas às ajudas diretas ao rendimento, ter sido já suplantado o número de pequenos agricultores inscritos em 2014 (178.000).
Para Portas, o facto de o número de inscritos estar próximo dos 180.000 e de haver uma “procura muito interessante da agricultura familiar face às novas medidas agroambientais” revela que “as medidas foram bem desenhadas.
Em concreto referiu a definição de um apoio mínimo nas ajudas diretas, de 500 euros, e o “desenho” das medidas ambientais “para chegar mais à agricultura familiar”, o que considerou ser “muito importante para a coesão do território e a subsistência do povoamento”.
Portas lembrou ainda o anúncio que fez na segunda-feira à noite, também na Feira de Santarém, da execução do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) de 100%, a seis meses da conclusão do prazo.
Questionado pelos jornalistas sobre o aumento das importações, Portas declarou que estas não se destinam apenas ao consumo, dando o exemplo da maquinaria presente na feira para afirmar que são também “essenciais para o investimento”.
Na conferência, Portas realçou o facto de o Governo ter permitido que, tal como já acontecia com as despesas, os produtores florestais passassem a subdividir as receitas ao longo dos anos, possibilitando uma redução do imposto a pagar e alargar a margem que fica para investimento.
Por outro lado, afirmou que a redução faseada e gradual do IRC permite que este não seja um obstáculo à escolha de Portugal para a realização de investimento.
Depois de uma passagem de 25% para 21%, o objetivo é, nos próximos quatro anos, chegar, gradualmente, aos 17%, transformando o IRC em Portugal “num dos mais competitivos”, disse.