O projeto BINGO, com vários países europeus e coordenação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), esta sexta-feira apresentado em Lisboa, vai avaliar os impactos das alterações climáticas em todo o ciclo da água e propor formas de reduzir as vulnerabilidades de várias zonas.
Intitulada “Bringing INnovation to onGOing Water management – a better future under climate change” (trazendo inovação à gestão da água – um futuro melhor sob influência da mudança do clima), a iniciativa conta com uma equipa de 70 elementos, de centros de investigação, autoridades da água, utilizadores, indústria e empresas, e vai seguir seis casos, três localizados no norte da Europa (Noruega, Holanda e Alemanha) e três no sul (Espanha, Portugal e Chipre).
As entidades de vários países obtiveram financiamento europeu de oito milhões de euros e vão trabalhar na realização de previsões das mudanças climáticas e análise de formas de gerir os seus efeitos no ciclo da água.
O objetivo “é avaliar, de forma inovadora, os impactos das alterações climáticas no ciclo integrado da água, das águas superficiais às subterrâneas ou costeiras, promovendo estratégias de gestão do risco e de medidas de adaptação”, como explicou à agência Lusa a coordenadora do consórcio, Rafaela de Saldanha Matos, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em março.
As estratégias a propor vão basear-se “numa lógica de diminuição de vulnerabilidades e de acréscimo da capacidade de resiliência do sistema”, acrescentou a investigadora e diretora do departamento de Hidráulica e Ambiente do LNEC.
Em Portugal, que vai receber dois milhões de euros do total, os parceiros são, além do LNEC, a EPAL, a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e a Sociedade Portuguesa de Inovação, e foi escolhida a zona da bacia do Tejo.
O trabalho abrange um conjunto representativo de condições climáticas, de combinações de usos da água – desde o urbano, ao agrícola ou industrial-, tipologias de pressões e várias problemáticas – como inundações e secas, qualidade da água e poluição, ou conflitos no uso do recurso pelos diferentes setores de atividade económica.
A diversidade pretende garantir a possibilidade de replicação das soluções desenvolvidas para outras regiões, nomeadamente na bacia do Mediterrâneo.