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Os misteriosos enigmas de "Las Meninas"

Este artigo tem mais de 5 anos

Quem está a pintar quem neste quadro? Quem é aquele homem na penumbra? E qual é o significado desta composição? Vélasquez é o autor da obra do século XVI que encerra mais dúvidas que certezas.

Diego Vélasquez desenhou "Las Meninas" em 1656, pouco antes de morrer em Espanha. Mas tinha raízes portuguesas
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Diego Vélasquez desenhou "Las Meninas" em 1656, pouco antes de morrer em Espanha. Mas tinha raízes portuguesas

Diogo Vélazquez/ Wikimedia Commons

Diego Vélasquez desenhou "Las Meninas" em 1656, pouco antes de morrer em Espanha. Mas tinha raízes portuguesas

Diogo Vélazquez/ Wikimedia Commons

As dúvidas começam logo no nome do quadro de Vélasquez pintado em 1656, quatro anos antes da morte do artista. Se o autor é espanhol e retratou a corte de Felipe IV, por que motivo não lhe chamou “Las Chicas” ou “Las Niñas”, mas sim “Meninas”, em português? Simples: os avós paternos de Vélasquez eram do Porto e ele passou na Invicta bastante tempo.

Mas é a composição do quadro que mais pontos de interrogação coloca. Sabe-se que o momento foi retratado na casa real e protagonizado pela princesa Margarida Teresa, filha de Filipe IV de Espanha. E há certeza sobre essa localização por causa dos dois quadros no cimo do espelho: são “Minerva e Aracné” de Rubens e “Apolo e Pan” de Jordaens, que estão e facto naquela sala.

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Em redor da princesa estão as damas de companhia, guardas, acompanhantes, dois anões e até um cão. Ao lado deste grupo, Vélasquez retratou-se a si mesmo olhando para o observador. E como se esta não fosse uma aparição invulgar, ao fundo pode ver-se um espelho onde estão surgem os reis, Felipe e Maria Ana de Áustria. O que significa esta imagem? Vélasquez coloca o observador na pele dos reis, por isso é que os vemos no espelho ao fundo da sala.

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Assim sendo, o quadro conta o momento em que o pintor estaria a retratar os reis e eles próprios estariam hipoteticamente a pintar a restante corte ao lado de Vélasquez.

Outra teoria, contudo, admite que a corte terá entrado na sala de trabalho do artista para vê-lo a trabalhar. A princesa pediu água a uma das damas, que a está a servir. Entretanto, os reis entraram na sala e a corte começou a reagir, fazendo reverência aos monarcas.

Tendo isto em conta, levantaram-se três grandes hipóteses:

1) O quadro pode ser um retrato da princesa espanhola (à volta da qual a ação decorre e onde a luminosidade da obra mais está expressa)

2) Um autorretrato do pintor (que é a figura mais alta em primeiro plano)

3) Um retrato da família (já que os reis também estão representados).

Outra questão que levantou a curiosidade dos historiadores e artistas foi o facto de todas as personagens terem sido claramente identificadas por Vélasquez… exceto uma. Atrás da aia à esquerda da princesa, está uma outra figura feminina, que é a guarda-mor de Margarida Teresa. É ao lado dela que está o homem que Vélasquez não explicou quem é, mas acredita-se que se trata do guarda-damas Diego Ruiz Azcona, aio dos Infantes de Espanha. Mas por que motivo não foi sequer referido pelo biógrafo Antonio Palomino, que escreveu sobre a vida e obra de Vélasquez?

Outra dúvida que se levanta é o motivo que leva José Nieto Velázquez – o homem que está à porta, ao lado do espelho – a sair de cena.

Outra teoria sobre a composição de Las Meninas está relacionada com a astronomia: diz que todas as pessoas presentes no lado esquerdo do quadro representam as estrelas da constelação de Corona Borealis, vista no hemisfério norte do planeta, cuja estrela alfa também é chamada “Margarita Coronae”, tal como o nome da princesa. Além disso, pode haver propriedades matemáticas na imagem, com a utilização da razão áurea, à semelhança de muitas outras obras artísticas.

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Certo é que não são muitas as certezas sobre “Las Meninas”, o que o torna num dos quadros mais significativos de sempre. E está exposto no Museu do Prado, em Madrid (Espanha).

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