A produção de pera rocha deverá ter este ano uma quebra de 50%, ficando-se pelas 110 mil toneladas, mas, em contrapartida, a qualidade do fruto é superior, segundo produtores que receberam nesta quinta-feira a visita da ministra da Agricultura. “Vai-se perder cerca de 50% da produção”, afirmou João Alves, produtor de pera rocha no Bombarral, referindo que a produção nacional se cifra normalmente nas 220 toneladas.

A previsão foi transmitida à ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, durante uma visita a um pomar de cerca de 70 hectares de pera rocha, na Quinta da Freiria, na freguesia do Pó, no concelho do Bombarral, onde ouviu as preocupações dos agricultores.

“É uma perda muito significativa” que, explicou João Alves, vai retirar aos produtores “rendimento que era fundamental para que eles pudessem continuar a investir” para responder a um mercado “cada vez mais exigente”.

Ainda assim, a quebra não retira à pera o título de “estrela da agricultura portuguesa” atribuído pela ministra, que realçou o facto de, apesar de o ano estar “a correr menos bem”, a fruta estar “melhor do que o ano passado”, com mais açúcar e mais qualidade, o que “significa que também ao nível do preço será mais valorizado”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A diminuição da produção vai, segundo os produtores, obrigar a “algum equilíbrio” para garantir o mercado nacional e os contratos externos, já que 50% da produção é destinada a exportação.

Assunção Cristas deixou a promessa de que o ministério vai continuar “ao lado dos agricultores” para “dar força à produção e visibilidade aos bons produtos”, num ano em que a seca está a afetar muitos setores.

“Tivemos um ano muito seco, que teve impacto, por exemplo, ao nível das pastagens, das forragens, e, por isso mesmo, vamos antecipar para outubro os pagamentos aos agricultores ligados por exemplo às vacas leiteiras, ao ovinos e aos caprinos, para ajudar esse setores”, afirmou.

No Bombarral, a ministra visitou ainda a Frutaformas, uma empresa produtora de frutas desidratadas comercializadas em forma de lingotes e que estima atingir este ano os 100 mil euros de volume de negócios e lançar-se na exportação.