Já antes aqui escrevemos que o café, a seguir à água, é a bebida mais ingerida no mundo. Servido antes, durante ou depois de uma refeição (na forma de uma bica ou de um cimbalino), a importância que tem na vida dos portugueses é praticamente inquestionável — ignorá-la seria como ignorar que no último domingo o Benfica jogou contra o Sporting. E se com o tempo temos vindo a alterar a forma como o consumimos, com as cápsulas a servirem de exemplo máximo, agora a conversa é outra. Mais do que poder escolher o tipo de café que prefere, vai poder criá-lo.

Calma, não estamos a tentar convencer ninguém a pôr o pé (e as mãos) nas plantações de café que ocupam, por norma, solos africanos, sul-americanos e asiáticos. Não é preciso ir tão longe para ter em casa um café feito por si, tal e qual uma receita inventada pela avozinha que passa de geração em geração. Isto porque a Delta Q, presente no mercado desde 2007, acaba de lançar a aplicação MyQoffee que, a partir do mês de novembro, vai permitir que o consumidor desenhe o café de acordo com o seu próprio gosto (personalização da embalagem incluída).

Ao fazer o login na página www.mydeltaq.com é possível escolher entre quatro Arábicas (sul-americanas, centrais, africanas e descafeinadas) e quatro Robustas (africanas intensas, asiáticas suaves, asiáticas e descafeinadas), sendo que apenas pode adicionar tranches de 25% de cada proposta — caso não esteja a par, a Arábica e a Robusta correspondem a duas grandes variedades de café; a primeira é responsável pelos aromas e pela cor da bebida, a segunda pelo seu corpo e intensidade.

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Concluída a receita, a aplicação oferece um descritivo do blend criado, com uma classificação de 1 a 10 das diferentes características essenciais à composição do café: aspeto, aroma, acidez, amargor, corpo, sabor e persistência. Segue-se a personalização da embalagem, em que pode dar-lhe um nome, identificar o respetivo autor e adicionar uma mensagem. Uma vez encomendado, blend original chega a casa — depois de duas a três semanas de espera — na forma de 20 cápsulas (9,99 euros).

Se parece fácil, é porque é. E é muito difícil ou até impossível sair-se mal, mesmo que entenda pouco de café, garantem as três gerações da família Nabeiro (detentores da Delta Cafés). A aplicação foi desenhada para que não fosse possível conjugar Arábicas e Robustas que, à partida, não combinam, o que não invalida que a experiência seja um convite à imaginação e papilas gustativas de cada um. O importante é não esquecer que a mistura que fizer vai resultar em cafés mais ou menos intensos e com mais ou menos corpo e acidez. 

E quando o café chegar a casa, não se esqueça que há “regras” para o provar, tal como se de um vinho se tratasse: o ideal é agitar cuidadosamente o café para que o creme, que não deve ser confundido com espuma, liberte gradualmente os aromas que até então conservou. Só depois deve cheirá-lo e bebê-lo. E sim, colocar açúcar está fora de questão.

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