Um grupo amador nas andanças políticas, preenchido por gente jovem, na casa dos 30 anos, com as suas carreiras profissionais e sem qualquer filiação partidária quer sair à rua e exigir que os partidos políticos “assumam as suas responsabilidades”.
Sob o lema “unir o que está dividido”, o Movimento tenta dar a conhecer-se à sociedade. No Facebook, a página oficial conta já com 2.700 seguidores e o boca-a-boca tem sido o método mais eficaz de promoção do grupo.
Ao desconfiar de “soluções que em duas semanas sanam quarenta anos de divergências doutrinárias profundas” foi lançado um manifesto que conta, até à data, com cerca de 1.500 subscritores e que pretende lutar por “uma sociedade livre e plural, com espaço para a iniciativa da sociedade civil”.
Ou seja, o objetivo desta iniciativa é a “responsabilização dos atores políticos”. Quem o diz é Tomás Almeida, jurista de 35 anos, um dos subscritores fundadores do manifesto e porta-voz do Movimento Compromisso Democrático, que, em declarações ao Observador, explicou que o documento será “entregue aos deputados e às figuras do Estado”.
Mas há mais iniciativas na calha. O grupo, que quer ser uma “voz da sociedade civil”, vai sair à rua e quer levar consigo o máximo de pessoas que conseguir. E, para promover um entendimento de longo prazo, dia 4 de novembro pelas 19h será realizado um cordão humano para ligar as sedes do PS, PSD, CDS à Assembleia da República, mesmo que seja em sentido “figurativo”, porque, e como diz Tomás Almeida, a organização tem consciência das dificuldades que enfrentam. Por isso, e para provar que não existe qualquer intenção de associação política, o Movimento admite, se a adesão não for a esperada, cancelar o evento ou alterar a data do mesmo.
O jurista e porta-voz explica ainda que não aceita “dogmas de quem, sem conhecer um documento, diz que o vai rejeitar” e que “o grande perdedor deste clima de crispação é o país”. Por isso é necessário provar “que existe uma alternativa”, até porque, “70% do eleitorado escolheu a via moderada.”
Outras duas manifestações foram marcadas para o dia 10 de novembro, uma em Lisboa e outra no Porto. Mas estas, sob o lema “Não a uma moção de rejeição”, vão ser organizadas por militantes do PSD, avança o Diário de Notícias na sua edição desta sexta-feira. Através do Facebook, cerca de 8 mil pessoas já confirmaram presença na capital e 4 mil na Invicta.