Uma alemã de 87 anos foi condenada a dez meses de prisão, por um tribunal de Hamburgo (norte), por ter declarado que o genocídio dos judeus pelos nazis era “a maior mentira” da História, noticiaram hoje ‘media’ alemães.

Ursula Haverbeck foi condenada na quinta-feira por “incitação ao ódio” depois de ter declarado em abril, durante o julgamento do antigo contabilista do campo de concentração de Auschwitz Oskar Groning, que o Holocausto era “a maior e mais longa mentira” da História mundial.

Durante a audiência, Ursula Haverbeck qualificou a legislação alemã, que penaliza a incitação ao ódio e a negação do crime contra a humanidade, uma “lei destinada a perpetuar uma mentira”.

Apresentada pelo diário de esquerda Tageszeitung como “a avó” dos negacionistas alemães, Ursula Haverbeck afirmou também que o campo de concentração de Auschwitz, símbolo da máquina da morte nazi, nunca foi um campo de extermínio.

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Haverbeck, que vai recorrer da condenação, já tinha sido condenada por declarações semelhantes, mas esta foi a primeira vez que foi punida com uma pena de prisão.

Em 2009, a negacionista pagou uma multa de 2.700 euros por ter ameaçado a então presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha com “um novo ‘pogrom'”, noticiou o diário Bild, que identificou Haverbeck como “a avó nazi”.

Na sua página digital, Ursula Haverbeck apresenta-se como “uma representante do revisionismo histórico” e uma “combatente intrépida pela verdade”.

Ursula e Werner Georg Haverbeck, um militante de extrema-direita morto em 1999, fundaram, em 1963, em Vlotho (centro da Alemanha), um alegado estabelecimento de ensino com a reputação de formar negacionistas. As autoridades proibiram o estabelecimento em 2008.

Cerca de 1,1 milhões de pessoas, incluindo um milhão de judeus, morreram entre 1940 e 1945 em Auschwitz-Birkenau, campos libertados pelas tropas soviéticas no final de janeiro de 1945.

Ao todo, seis milhões de judeus foram exterminados pelos nazis.