O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse esta terça-feira que se fosse o Governo dele que estivesse em funções, “não teria uma solução muito diferente daquela que foi adotada”, porque ao longo dos últimos anos “não foi possível identificar um comprador para o Banif”. Sem criticar a solução encontrada para a venda do Banif, afirmou que o Banco de Portugal, do seu ponto de vista, “atuou corretamente, não precipitando demasiado cedo uma solução de resolução”.

“Não vou criticar a solução que foi encontrada”, referiu, acrescentando que isso “não dispensa que ela seja analisada com pormenor para se perceber exatamente os custos envolvidos, se haveria ou não outra possibilidade de diminuir os custos para os contribuintes”, adiantou aos jornalistas, durante o intervalo do terceiro encontro anual do Conselho da Diáspora.

O ex-primeiro-ministro adiantou ainda que “independentemente do apuramento destes detalhes”, o Governo de António Costa “agiu com consenso”, porque procurou salvaguardar a estabilidade financeira e os depositantes, como já tinha acontecido anteriormente com o caso do Banco Espírito Santo.

Pedro Passos Coelho disse ainda que “é absurdo dizerem que não se resolveu este problema mais cedo porque queríamos uma saída limpa” do programa da troika. “Nós tivemos uma saída limpa, não há nenhuma dúvida quanto a isso. Podemos concordar mais ou menos com a solução, mas o Estado não precisou de pedir nenhum empréstimo para resolver isto”, afirmou.

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O líder do PSD referiu que o problema do Banif era “um problema que era conhecido, do Partido Socialista também, e de toda a sociedade portuguesa”, referiu, acrescentando que procurou encontrar um comprador para o Banif para que o Estado pudesse reaver o dinheiro da capitalização, mas que isso não foi possível.

“Não foi possível, porque a realidade é o que é e o banco, apesar de ter tido várias manifestações de interesse de muitos investidores, acabou por não receber uma proposta firme que permitisse a venda do banco”, afirmou.

O ex-primeiro-ministro disse ainda que quando passou a pasta ao seu sucessor, António Costa, chamou a atenção para “aquilo que era a circunstância do próprio banco e daquilo que era a exigência colocada pela direção-geral da concorrência, que não aceitava um quadro de resolução em que houvesse mais capitalização pública por parte do Estado”.

No domingo, o Banco de Portugal anunciou que o Santander vai comprar o Banif por 150 milhões de euros, mas a solução envolve um apoio público de 2255 milhões de euros. A fatura para os contribuintes será de pelo menos 2,6 mil milhões de euros, para já, mas o Estado vai meter em risco cerca de 3,8 mil milhões de euros.